Respostas...
O que move o ser humano hoje em dia? Uns dirão o dinheiro, outros a realização profissional. Poucos serão capazes de mencionar a realização pessoal em si, aquela que é pura e desprovida de materialismos ou circunstâncias materialistas. Até porque, e nos dias que correm, parecer é muito mais importante do que ser e o espírito há muito que foi votado ao esquecimento e ao ostracismo…
Porém, e a vida é bela por isso mesmo, há sempre alguém que se recusa a seguir a maré, há sempre alguém que se sente injustiçado o suficiente com a “carneirada” reinante desde que a globalização passou a estar na boca de toda a gente, inclusive daqueles que nem sabem do que falam…
E são essas pessoas, esses bravos e estóicos guerreiros, que contribuem para que o planeta seja um pouco melhor e para que a esperança, ainda que cada vez mais diminuta, ainda faça sentido…
Pessoalmente, sei bem onde me insiro no meio disto tudo. A minha problemática não é a problemática do mundo e, feliz ou infelizmente, estou sintonizado em frequências que quase ninguém alcança, recebe ou percepciona. Talvez o errado seja eu e o erro esteja em mim…ou então não, claro está…
Mas, e porque isso seria quase como discutir o sexo dos anjos (a propósito, eles têm sexo, contudo, são assexuados), prefiro remeter-me para o que realmente interessa neste texto, ou seja, o que realmente poderia ou deveria mover o ser humano…
Numa altura em que se fala de crise por tudo e por nada, custa-me a crer que ainda ninguém se tenha lembrado de procurar as respostas no único local onde elas podem ser encontradas!!!
Meus amigos, caríssimos seguidores e leitores deste blog, eis a revelação pela qual toda a humanidade espera, exaspera e desespera desde há uns tempos…as respostas estão, ou encontram-se…tãn tãn tãn tãn (imaginem, já agora, o rufar frenético dos tambores)…na VIDA!!!!!!
Pois…na Vida…estranho, não? Só para quem está desatento, claro…
Todos os dias, a todo o segundo, a Vida encarrega-se de nos presentear com sinais que ignoramos (a maioria ignora, é um facto) e que, pior do que isso, desprezamos, como se fossem meras futilidades, meros acasos…Deixamos de saber ler nas entrelinhas, deixamos de pensar e de procurar pensar, deixamos de fazer uso do nosso livre-arbítrio, de seguir os nossos instintos, as nossas intuições…Cada vez mais o ser humano é um ser autómato, um pequeno fantoche que se deixa reger por pseudo-regras que não existem em lado nenhum e que fazem tanto sentido e têm tanto nexo como o massacre dos judeus ao longo do Holocausto…
Mas, e isso sim é gravíssimo, deixamos de querer aspirar a ser mais e melhores, não enquanto profissionais, mas sim como seres humanos. Já não interessa ser um bom pai, uma boa mãe. Já não importa ser um bom filho, um bom irmão. Já nem se pensa em ser um bom ser humano, em se ter valores e em viver de acordo com eles. Não, credo, para quê??? Mais vale ser cínico, hipócrita, ser dissimulado e abraçar o próximo só para lhe espetar uma faca nas costas. Isso sim é bom, isso sim é importante…
Procura-se tanto alimentar o ego e o exterior que o interior se encontra desguarnecido, desprovido de coisas boas, verdadeiras. A luz que vemos no rosto que brilha por fora não consegue penetrar na dura carapaça que muitos criaram à sua volta de maneira a lutarem por mais uns míseros euros ou mais umas míseras férias, etc…
E enquanto isso, bem…os filhos nascem e crescem sem acompanhamento, as relações interpessoais (inter e extra familiares) arrefecem e ganham uma aura negativa e o mundo vai andando, seguindo aquele que pensa ser o seu caminho, como se nada fosse, como se nada se passasse…
No entanto, passa-se. E muito! E fechar os olhos a estas atrocidades, a estes erros em catadupa é admitir o fracasso do ser humano em si e de toda a Humanidade. A mim revolta-me…
Não sou o arauto dos bons costumes nem o guardião da moral e dos bons valores, mas não sou “carneiro”. Nunca fui nem nunca hei-de ser (sei que não se deve dizer nunca, mas nunca o hei-de ser mesmo). Sei que é isso que me traz amarguras e alguns dissabores, mas os meus pais souberam-me criar e incutir aquilo que hoje em dia já quase ninguém tem: valores…
Tal como Che Guevara, prefiro morrer por eles do que me vender ao ponto daqueles que me rodeiam. Não quero ser parte de uma maioria que, toda junta, não vale um terço da minoria que ainda crê, luta e defende pela vida sem se preocupar com banalidades e futilidades…
M.L. King disse um dia que tinha um sonho…eu também tenho…aliás, creio que todos nós temos…Mas o meu sonho é parecido com o dele. Sonho com um mundo mais puro e verdadeiro, um mundo onde cada um respeite, de facto, o seu semelhante. Sonho com um mundo alicerçado num amor muito maior e muito mais forte do que aquele que se propagandeia por aí. Sonho com um mundo onde todos desejem e almejem voltar a sonhar, pois só assim poderemos aspirar a algo mais…
Talvez seja isso que falte ao mundo. A capacidade de sonhar, de penetrar no onírico e se deixar levar pelos seus encantos, segredos e mistérios…
Sonhemos, então…e que todos possamos ser capazes de sonhar e voar para além dos nossos sonhos, tornando-os reais nesta extensão do onírico que é a vida…Sonhemos, para que, um dia, todos possamos voar…mesmo sem ter asas…
1 Comments:
É bom recordar que ainda há gente assim. Ler e identificar-me com o que está escrito.
Muita força nessa resistência aos carneiros e nunca desistas de ser tu,em prol da conveniência dos outros.
Porque não é parecer diferente, é sê-lo.
Porque se quer e porque se acredita ser a melhor maneira de ser, passe o pleonasmo e não sê-lo apenas para agradar a alguém.
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