Nem...
Há tempos escrevi algo que, sem saber muito bem porquê, acabei por não publicar neste blog. Hoje, e por vias de uma total, triste e desconsolada falta de ideias e de capacidade de escrita, eis que publico este poema prosaico de minha autoria. Gostaria de poder ter aqui mais qualquer coisa, mas hoje sinto-me…preso, em termos de criação literária…
Pois procuro ver sempre com o coração…
E que vejo eu então?
Vejo de tudo um pouco:
Vejo que às vezes me sinto um louco,
Que nem sempre estou presente
E que muitas vezes sou ausente
Por força da alegria descontente
Que apenas me quer ajudar
A não parar, a não estagnar…
Nem de mãos atadas deixo de alcançar…
Seja algo, alguém ou algures,
Alcanço sempre o meio de nenhures,
Atinjo sempre toda e qualquer meta…
E pouco importa se o caminho se fez na curva,
Na “semi-curva” ou na recta,
Pois mais importante é o que se aprendeu,
Mais importante é o que se alcançou:
Se um tudo do nada, se um nada do tudo,
Se alguém que sempre amamos
Ou se alguém que nunca nos amou…
Mesmo parado atrevo-me a caminhar…
Posso até nem saber o caminho,
Mas sei que nunca sigo sozinho
E que, por vezes, há algo mais do que o caminho em si,
Que há algo mais do que o caminho em mim
E também do que o caminho em si…
Até porque sei falar com a alma,
Sei que o coração pede para ter calma,
Visto que há sempre tempestade a anunciar a monção,
Há sempre aves no ar
Quando algo está mal no mar…
Mas mesmo assim falo…
Falo e recuso-me a calar
Só porque algo ou alguém resolveu ousar
E contra mim ou contra os meus atentar ou “mal-intentar”…
Aí então é que não calarei,
Não poderei consentir tal desacato
Nem aceitar tal afronta,
Pois tudo na vida deve ser anotado,
Porque tudo, para mim, conta…
Nem que seja para poder disfarçar
A tristeza que me começa a consumir,
A mesma que outros não podem vislumbrar…
Não que sinta tal vontade,
Até porque para poder sorrir é suposto
Estarmos a caminho da felicidade
E não trazer nenhuma amargura estampada no rosto…
Quase nunca…
Talvez jamais…
Quiçá eternamente…
Este sou o “eu” que ninguém conhece,
Este sou o “eu” que procura resgatar
O passado cujo futuro sei ser possível neste presente,
O passado onde a imortalidade…
Se atinge através da felicidade…”
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