Sábado à noite...
A noite está amena, a Lua brilha lá no alto, como que acenando e piscando o olho a todos os que a contemplam cá de baixo. A brisa sopra suavemente, transportando fragrâncias e aromas variados, anunciando uma noite pacífica, uma noite sem ondas e sem vendavais. As estrelam coadjuvam brilhantemente a Lua rainha. São suas súbditas, mas são estrelas ao mesmo tempo. Sabem o seu papel, a sua função, e nem por isso deixam de brilhar intensamente com o seu brilho próprio e característico…
É assim neste sábado à noite. É assim em tantos sábados à noite, como sempre acontece e vem acontecendo desde…sei lá…desde que a humanidade se recorda de parar e admirar as estrelas, a Lua, o céu. Talvez por isso este sábado não devesse ter nada de especial. E se calhar até nem tem. É mais um, apenas isso. Mais um sábado que aprecio, que contemplo. É mais um sábado a ser riscado no calendário da minha vida. E realmente, não há nada de especial neste sábado…
Quer dizer…não há, não, não há. Mas fá-lo-ei especial agora, aqui, nestas linhas. Ou pelo menos tentarei. Tentarei, a muito custo e a contra-gosto, tornar este sábado em algo digno e passível de ser recordado. Ora então vejamos…hum…
Bem, estou sozinho…não vou a nenhum bar ou clube ou discoteca. Não vou beber café com ninguém. Não vou sair para o engate. Não tenho nada combinado com nada nem com ninguém. Como acontece de há uns tempos a esta parte, sábado é sinónimo de…estar sozinho. E isso significa…estar mesmo sozinho…
Mas a Lua está lá em cima, a brisa continua a soprar, as fragrâncias e os aromas continuam perceptíveis e as estrelas piscam e cintilam cintilantemente. Lá em cima tudo continua igual. Ou mais bonito até. Como se tudo permanecesse assim por minha causa, por quererem arranjar uma forma de tornar este sábado memorável ou digno de registo. Às vezes gosto de pensar que é assim, que a Lua e as estrelas brilham porque me querem dar um sorriso; que a brisa sopra mansa e suavemente porque me quer arrepiar daquela forma tão boa, tão meiga e tão intensa ao mesmo tempo; que o céu se mantém aberto e desprovido de nuvens porque me quer dar o seu maior sorriso e a sua maior beleza…
Um pouco narcisista, não? Ah, que nada…Quem não gosta de se julgar, nem que seja por um milionésimo de segundo, o centro do universo, a razão pela qual um universo (o meu, o teu, o dele, o dela, os nossos, os deles, sei lá) se mostra e se demonstra belo e inolvidável?
E hoje quero pensar assim, quero dissertar sobre isso. Não sobre ser o centro do Mundo – já lá vai essa mania e já sei que não sou propriamente o cerne da questão principal. Não sobre ser a razão pela qual o universo se apresenta tantas e tantas vezes magnífico e inesquecível…
Hoje quero pensar que um dia fui centro de um universo. Ok, ok, talvez, e perdoem-me a falsa modéstia, talvez tenha sido o centro de mais do que um universo =P E isso não faz de mim mais perfeito nem mais feliz. Este pormenor, chamemos-lhe assim, é o que é e vale o que vale…
E para mim vale muito. Vale a certeza de que ontem fui centro de algo, que ontem tive e assumi uma qualquer importância. E hoje pouco importa se soube ou não valorizar isso, se soube ou não estar, ser e desempenhar esse papel central, esse papel fulcral. Pouco importa, não há análises que possam ser consensuais…
O que importa é que essa consciência me faz sorrir, faz-me lembrar de tempos em que me sentia bem. Tempos em que a Lua estava estampada no rosto de quem me adorava, em que as estrelas residiam nos olhos de quem me amava e a brisa surgia na ponta adocicada da língua que me arrepiava ou dos lábios que me enfeitiçavam. Nesses tempos o céu era todo brilhante, não havia nunca nuvens e eu aguardava a noite com a mesma ansiedade com que suspirava pelo dia…
Nesses tempos…belos tempos…há quanto tempo foi mesmo? Xxxxiiiiiiiii…já foi há tanto tempo…minha nossa….
Talvez a última vez tenha sido num sábado à noite. Quiçá como este, não sei…já não me lembro…
Ainda é sábado à noite…e tudo permanece igual, impassível, imutável. A Lua está lá a olhar por mim; as estrelas iluminam o caminho pelo qual sigo, mesmo sem saber por onde vou; e a brisa, ah a brisa…a brisa traz até mim os aromas inebriantes que um dia fizeram parte do meu dia-a-dia e hoje fazem (cada vez menos, com muita pena minha) parte apenas e só das minhas memórias, das minhas lembranças…
É assim neste sábado à noite…mais um…e ao mesmo tempo, menos um…
É assim neste sábado à noite. É assim em tantos sábados à noite, como sempre acontece e vem acontecendo desde…sei lá…desde que a humanidade se recorda de parar e admirar as estrelas, a Lua, o céu. Talvez por isso este sábado não devesse ter nada de especial. E se calhar até nem tem. É mais um, apenas isso. Mais um sábado que aprecio, que contemplo. É mais um sábado a ser riscado no calendário da minha vida. E realmente, não há nada de especial neste sábado…
Quer dizer…não há, não, não há. Mas fá-lo-ei especial agora, aqui, nestas linhas. Ou pelo menos tentarei. Tentarei, a muito custo e a contra-gosto, tornar este sábado em algo digno e passível de ser recordado. Ora então vejamos…hum…
Bem, estou sozinho…não vou a nenhum bar ou clube ou discoteca. Não vou beber café com ninguém. Não vou sair para o engate. Não tenho nada combinado com nada nem com ninguém. Como acontece de há uns tempos a esta parte, sábado é sinónimo de…estar sozinho. E isso significa…estar mesmo sozinho…
Mas a Lua está lá em cima, a brisa continua a soprar, as fragrâncias e os aromas continuam perceptíveis e as estrelas piscam e cintilam cintilantemente. Lá em cima tudo continua igual. Ou mais bonito até. Como se tudo permanecesse assim por minha causa, por quererem arranjar uma forma de tornar este sábado memorável ou digno de registo. Às vezes gosto de pensar que é assim, que a Lua e as estrelas brilham porque me querem dar um sorriso; que a brisa sopra mansa e suavemente porque me quer arrepiar daquela forma tão boa, tão meiga e tão intensa ao mesmo tempo; que o céu se mantém aberto e desprovido de nuvens porque me quer dar o seu maior sorriso e a sua maior beleza…
Um pouco narcisista, não? Ah, que nada…Quem não gosta de se julgar, nem que seja por um milionésimo de segundo, o centro do universo, a razão pela qual um universo (o meu, o teu, o dele, o dela, os nossos, os deles, sei lá) se mostra e se demonstra belo e inolvidável?
E hoje quero pensar assim, quero dissertar sobre isso. Não sobre ser o centro do Mundo – já lá vai essa mania e já sei que não sou propriamente o cerne da questão principal. Não sobre ser a razão pela qual o universo se apresenta tantas e tantas vezes magnífico e inesquecível…
Hoje quero pensar que um dia fui centro de um universo. Ok, ok, talvez, e perdoem-me a falsa modéstia, talvez tenha sido o centro de mais do que um universo =P E isso não faz de mim mais perfeito nem mais feliz. Este pormenor, chamemos-lhe assim, é o que é e vale o que vale…
E para mim vale muito. Vale a certeza de que ontem fui centro de algo, que ontem tive e assumi uma qualquer importância. E hoje pouco importa se soube ou não valorizar isso, se soube ou não estar, ser e desempenhar esse papel central, esse papel fulcral. Pouco importa, não há análises que possam ser consensuais…
O que importa é que essa consciência me faz sorrir, faz-me lembrar de tempos em que me sentia bem. Tempos em que a Lua estava estampada no rosto de quem me adorava, em que as estrelas residiam nos olhos de quem me amava e a brisa surgia na ponta adocicada da língua que me arrepiava ou dos lábios que me enfeitiçavam. Nesses tempos o céu era todo brilhante, não havia nunca nuvens e eu aguardava a noite com a mesma ansiedade com que suspirava pelo dia…
Nesses tempos…belos tempos…há quanto tempo foi mesmo? Xxxxiiiiiiiii…já foi há tanto tempo…minha nossa….
Talvez a última vez tenha sido num sábado à noite. Quiçá como este, não sei…já não me lembro…
Ainda é sábado à noite…e tudo permanece igual, impassível, imutável. A Lua está lá a olhar por mim; as estrelas iluminam o caminho pelo qual sigo, mesmo sem saber por onde vou; e a brisa, ah a brisa…a brisa traz até mim os aromas inebriantes que um dia fizeram parte do meu dia-a-dia e hoje fazem (cada vez menos, com muita pena minha) parte apenas e só das minhas memórias, das minhas lembranças…
É assim neste sábado à noite…mais um…e ao mesmo tempo, menos um…
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