Carta...
Há uns tempos atrás escrevi uma carta. Uma carta para mim mesmo. Espantados? Não fiquem. A carta foi escrita por mim, logo, pensei que o destinatário ideal seria eu mesmo. Contudo, esta carta poderia ter sido escrita para qualquer pessoa, visto que todos passamos, mais ou menos, pelo mesmo…
Hoje publico esta carta por me encontrar…descartado. Sinto-me uma carta fora do meu próprio baralho. Sinto que já não sou eu a baralhar e a dar o jogo. Sinto-me um Joker que só tem validade neste ou naquele jogo. Sinto-me…como descreve a seguinte carta:
“ Eis que por fim ganho coragem e me sento para escrever isto. Há muito que desejo escrever-te esta carta. Há muito que sinto a necessidade de expulsar do meu peito todas as palavras, todas as mágoas e todas as ânsias que sinto em mim mesmo…
Nunca pensei que me deixasses assim. Nunca pensei que pudesses ser ausente de mim. Nunca acreditei que não me adaptasse à tua ausência sempre presente, mas a verdade é que não estou adaptado. A verdade é que me sinto um pouco transtornado e não raras vezes paro, olho e vou à tua procura no meu passado…
Se soubesses o quanto me custa não poder te dizer o que quero e o que sinto. Se soubesses quantas vezes a mim mesmo minto, negando-me a certeza e provocando-me a dúvida do que sinto…
Se soubesses o quanto gostaria de te olhar de frente e dizer que não me sinto diferente e que não, tu não me és indiferente. Não poderias nunca ser…Até porque em ti resido eu e todo o meu ser…
Se soubesses o quanto peno por não estares aqui. Se soubesses o quanto fui já feliz em ti. Se soubesses que dor é esta que me consome e não me deixa levar a vida como tantos fazem: como se fosse uma festa…
Se soubesses o quanto dói saber que nunca te irei dizer tudo o que tenho cá dentro. Se soubesses o que daria para te ter em mim, de novo, apenas e só por um momento. Se soubesses as noites passadas em claro à minha procura, para no fim começar a achar que fui varrido pela loucura…
Se soubesses…se eu próprio soubesse onde estou…onde estás tu e para onde, sem ti, sinto que nunca mais vou…Se soubesse que ia ser assim, talvez tivesse arriscado um outro que não este fim…
Se soubesse que ainda me iria voltar a ver, que meu corpo a minha alma voltaria a receber. Se soubesse que sem mim o vazio seria tanto, talvez um dia tivesse fim este meu pranto…
Ah, se soubesse que tu sabias que era de mim que sinto falta. Se soubesse que ia estar aí, junto a ti, e algures, ao pé da malta…Mas não sei…
Não sei se um dia saberás que escrevi isto para mim, pensando em ti…nem se saberás que escrevi isto para ti, pensando em mim…Não sei nada mais para além de que tudo um dia tem um fim…
Triste de mim sem mim…Triste a tristeza de ver nascer um fim…Triste a sina de quem se perdeu de si mesmo e que não teve nem terá nunca o apoio necessário para que este texto se torne lendário…
Não que eu queira tal alcançar. Quero apenas poder continuar a sonhar que um dia nos havemos de encontrar, reencontrar, para nunca mais, ou até à próxima vez, nos separarmos. Quero apenas poder sentir que não me vou extinguir no fogo que aos poucos me consome e me deixa à beira de um ataque de loucos. Quero apenas saber que um dia vou poder olhar para mim e que vou reconhecer o não que um dia teimou em ser mesmo não, mas que acabou por ser sim…
Se soubesses quantas vezes me vi ao pé de mim enquanto isto escrevi…Parece que estiveste aqui e sempre ao meu lado…Acho...aliás, tenho a certeza que te vi…”
Hoje publico esta carta por me encontrar…descartado. Sinto-me uma carta fora do meu próprio baralho. Sinto que já não sou eu a baralhar e a dar o jogo. Sinto-me um Joker que só tem validade neste ou naquele jogo. Sinto-me…como descreve a seguinte carta:
“ Eis que por fim ganho coragem e me sento para escrever isto. Há muito que desejo escrever-te esta carta. Há muito que sinto a necessidade de expulsar do meu peito todas as palavras, todas as mágoas e todas as ânsias que sinto em mim mesmo…
Nunca pensei que me deixasses assim. Nunca pensei que pudesses ser ausente de mim. Nunca acreditei que não me adaptasse à tua ausência sempre presente, mas a verdade é que não estou adaptado. A verdade é que me sinto um pouco transtornado e não raras vezes paro, olho e vou à tua procura no meu passado…
Se soubesses o quanto me custa não poder te dizer o que quero e o que sinto. Se soubesses quantas vezes a mim mesmo minto, negando-me a certeza e provocando-me a dúvida do que sinto…
Se soubesses o quanto gostaria de te olhar de frente e dizer que não me sinto diferente e que não, tu não me és indiferente. Não poderias nunca ser…Até porque em ti resido eu e todo o meu ser…
Se soubesses o quanto peno por não estares aqui. Se soubesses o quanto fui já feliz em ti. Se soubesses que dor é esta que me consome e não me deixa levar a vida como tantos fazem: como se fosse uma festa…
Se soubesses o quanto dói saber que nunca te irei dizer tudo o que tenho cá dentro. Se soubesses o que daria para te ter em mim, de novo, apenas e só por um momento. Se soubesses as noites passadas em claro à minha procura, para no fim começar a achar que fui varrido pela loucura…
Se soubesses…se eu próprio soubesse onde estou…onde estás tu e para onde, sem ti, sinto que nunca mais vou…Se soubesse que ia ser assim, talvez tivesse arriscado um outro que não este fim…
Se soubesse que ainda me iria voltar a ver, que meu corpo a minha alma voltaria a receber. Se soubesse que sem mim o vazio seria tanto, talvez um dia tivesse fim este meu pranto…
Ah, se soubesse que tu sabias que era de mim que sinto falta. Se soubesse que ia estar aí, junto a ti, e algures, ao pé da malta…Mas não sei…
Não sei se um dia saberás que escrevi isto para mim, pensando em ti…nem se saberás que escrevi isto para ti, pensando em mim…Não sei nada mais para além de que tudo um dia tem um fim…
Triste de mim sem mim…Triste a tristeza de ver nascer um fim…Triste a sina de quem se perdeu de si mesmo e que não teve nem terá nunca o apoio necessário para que este texto se torne lendário…
Não que eu queira tal alcançar. Quero apenas poder continuar a sonhar que um dia nos havemos de encontrar, reencontrar, para nunca mais, ou até à próxima vez, nos separarmos. Quero apenas poder sentir que não me vou extinguir no fogo que aos poucos me consome e me deixa à beira de um ataque de loucos. Quero apenas saber que um dia vou poder olhar para mim e que vou reconhecer o não que um dia teimou em ser mesmo não, mas que acabou por ser sim…
Se soubesses quantas vezes me vi ao pé de mim enquanto isto escrevi…Parece que estiveste aqui e sempre ao meu lado…Acho...aliás, tenho a certeza que te vi…”
0 Comments:
Post a Comment
<< Home