Wednesday, March 26, 2008

Algo diferente...


Há muito que não o fazia. E olhando para o produto final, creio que percebo o porquê. Para quem outrora viu os seus poemas serem apelidados de “fenomenais” (ai ai, manita, só tu mesmo…=), custa olhar para umas linhas que surgiram do nada procurando ser tudo. Pelo menos o tudo possível neste momento…

E apesar de ter ponderado se haveria, ou não, de publicar isto, acabei por me decidir pela publicação, visto que preciso de mostrar algo que mais que a minha prosa poética. Talvez esteja a sentir alguma necessidade de voltar a poetisar…mesmo não sendo poeta. Nunca o fui nem nunca o serei. Mas já fui um curioso bastante aplicado e dedicado a esta arte…

Seja como for, aqui fica esta minha tentativa de ressurgimento/renascimento poético. Tem passagens que quase ninguém, ou mesmo ninguém, irá perceber…mas isso pouco importa. Importa, isso sim e estou eu em crer, que pelo menos esta noite, ou ao longo desta madrugada, eu quis ser poeta, quis ir mais além…Porquê? Porque sim…porque não…por tudo e por nada…e até mesmo por mim…até mesmo por alguém…


– Adorava –

“Adorava voltar a rimar,
Mas creio já não ser capaz
Dessa arte que me transmitia paz
Ainda mal era eu rapaz…

Adorava voltar a rimar
Para uns pequenos versos poder compor,
Fossem eles tristes por falarem de dor
Ou belos por falarem de amor…

Adorava voltar a rimar
Para a luz poder voltar
E as minhas noites poder iluminar
Através das escrituras que conseguisse criar…

Adorava voltar a rimar
Como um dia rimei por alguém
Que julgava estar mais além
Do que eu próprio que estava aquém…

Adorava voltar a rimar
Com nexo e ligeireza,
De modo a poder, a alguém, honrar
A sua doçura e a sua beleza…

Adorava voltar a rimar
Como o sábio que tudo sabia,
Sabendo sempre que após a noite,
Custe o que custar, vem sempre o dia…

Adorava voltar a rimar
De forma espontânea e natural
Para cantar a este Portugal
Que o bem do qual padeço,
(Pouco importando se o mereço)
Afinal não me faz mal…

Adorava voltar a rimar
E dar voz aos meus sentidos,
Fazendo-os sentir-se protegidos,
Tornando-os, finalmente, destemidos…

Adorava voltar a rimar
Com a magia de um abraço
Que não sei como faço,
Mas do qual gosto e não disfarço…

Adorava voltar a rimar
Com um propósito, uma razão
Que não fosse o receio de já não
Saber ouvir o meu próprio coração…

Adorava voltar a rimar…
Nem que fosse para provar
Que ainda hoje sou capaz

De sonhar como sonhava,
De amar como amava
Este homem outrora foi rapaz…”

W.A.P. 26-03-08

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