Dúvida e Certeza...
À hora que isto escrevo, todo eu sou uma dúvida. Uma dúvida constante e real que me persegue e me afronta sempre que pode. Uma dúvida que põe em causa todo o meu ser, que me faz pensar se o que faço na vida é viver. Uma dúvida que resulta da incerteza de não ter certezas sobre certas incertezas. Uma dúvida que toma de assalto a minha mente e o meu espírito. Eis a dúvida que sou neste momento…
Sinto-me incerto. É curioso: logo eu. Logo eu que tantas certezas tenho para dar aos outros e sobre coisas que me perguntam. Logo eu que pareço tão afirmativo e tão assertivo sobre tantas e tantas coisas. Logo eu que sobre mim…ah, pois é…Acho que já percebi. O problema é mesmo esse: é sobre mim…
Se não fosse sobre mim, a esta altura isto já não seria uma dúvida (ou um conjunto de dúvidas). Seria um ponto assente, algo definitivo e decididamente certo. Mas não é. É sobre mim…
Não que importe ao mundo que eu tenha dúvidas. Eu sei. Já lá vai o meu tempo de presunção. Mas importa que o mundo saiba que há dúvidas que nos assolam, que nos perseguem, que nos massacram. Há dúvidas que parecem estar aqui apenas e só para nos fazer duvidar. Sim, só para isso. Mas então, não é esse o papel da dúvida? Não. Geralmente as dúvidas surgem com o intuito de alertar as pessoas, de as fazer pensar melhor sobre determinado assunto. Mas há dúvidas, como as que me assolam neste momento, que existem apenas para criar a dúvida na pessoa. Só para isso. Com mais nenhum propósito, com mais nenhum intuito…
Não sei, mas não creio que isso seja fortuito. Pelo menos, não no meu caso. Não que seja especial ou algo do género, mas creio que as minhas dúvidas não querem que pense melhor ou que pondere outras perspectivas. As minhas dúvidas não querem que eu pense. Isso sim. Acho que é mais por aí…
E o que ganham elas com isso? Simples: enquanto não pensar, não poderei ter certezas. Enquanto estiver ocupado com estas dúvidas, não poderei tentar ter certezas sobre tudo o que preciso ter. Acima de tudo, sobre mim mesmo…
Enfim, parece ilógico, não? Ter a certeza de que se tem dúvidas? E que as mesmas são apenas e só dúvidas? Talvez. Talvez seja ilógico, realmente. Mas duvido que seja. Aliás, tenho a certeza. Mas se a dúvida começa a ter lógica, a certeza pode ser ilógica…é isso? Será?
Meu Deus…que estranho…talvez por isso não me percebam…talvez por isso nem eu me perceba…afinal, procuro ter sempre a certeza das coisas e gosto de as afirmar com tal. E se assim é, então sou ilógico. Por não ser logicamente dúbio, então estou mal. Não estou bem nem sou consentâneo com o mundo…
Pelos vistos o problema é mesmo meu, não? Caramba, nunca pensei. Começo a chegar à conclusão que vale a pena ter dúvidas. Afinal, é normal tê-las, não? E ter certezas parece ser uma perda de tempo…
À hora que isto acabo de escrever, apenas me resta uma certeza: o ser humano está demasiado habituado a ter dúvidas porque é muito mais fácil tê-las do que procurar ter certezas. E ainda que ambas (dúvida e certeza) possam surgir do nada, apenas uma explica o inverso, isto é, apenas a certeza pode explicar tudo. A dúvida, essa nunca há-de explicar nada…
E eu que tantas dúvidas tenho, acabo por ficar feliz com esta minha certeza. Não que me vá valer de muito, mas ao menos agora sei o que devo fazer…
Sinto-me incerto. É curioso: logo eu. Logo eu que tantas certezas tenho para dar aos outros e sobre coisas que me perguntam. Logo eu que pareço tão afirmativo e tão assertivo sobre tantas e tantas coisas. Logo eu que sobre mim…ah, pois é…Acho que já percebi. O problema é mesmo esse: é sobre mim…
Se não fosse sobre mim, a esta altura isto já não seria uma dúvida (ou um conjunto de dúvidas). Seria um ponto assente, algo definitivo e decididamente certo. Mas não é. É sobre mim…
Não que importe ao mundo que eu tenha dúvidas. Eu sei. Já lá vai o meu tempo de presunção. Mas importa que o mundo saiba que há dúvidas que nos assolam, que nos perseguem, que nos massacram. Há dúvidas que parecem estar aqui apenas e só para nos fazer duvidar. Sim, só para isso. Mas então, não é esse o papel da dúvida? Não. Geralmente as dúvidas surgem com o intuito de alertar as pessoas, de as fazer pensar melhor sobre determinado assunto. Mas há dúvidas, como as que me assolam neste momento, que existem apenas para criar a dúvida na pessoa. Só para isso. Com mais nenhum propósito, com mais nenhum intuito…
Não sei, mas não creio que isso seja fortuito. Pelo menos, não no meu caso. Não que seja especial ou algo do género, mas creio que as minhas dúvidas não querem que pense melhor ou que pondere outras perspectivas. As minhas dúvidas não querem que eu pense. Isso sim. Acho que é mais por aí…
E o que ganham elas com isso? Simples: enquanto não pensar, não poderei ter certezas. Enquanto estiver ocupado com estas dúvidas, não poderei tentar ter certezas sobre tudo o que preciso ter. Acima de tudo, sobre mim mesmo…
Enfim, parece ilógico, não? Ter a certeza de que se tem dúvidas? E que as mesmas são apenas e só dúvidas? Talvez. Talvez seja ilógico, realmente. Mas duvido que seja. Aliás, tenho a certeza. Mas se a dúvida começa a ter lógica, a certeza pode ser ilógica…é isso? Será?
Meu Deus…que estranho…talvez por isso não me percebam…talvez por isso nem eu me perceba…afinal, procuro ter sempre a certeza das coisas e gosto de as afirmar com tal. E se assim é, então sou ilógico. Por não ser logicamente dúbio, então estou mal. Não estou bem nem sou consentâneo com o mundo…
Pelos vistos o problema é mesmo meu, não? Caramba, nunca pensei. Começo a chegar à conclusão que vale a pena ter dúvidas. Afinal, é normal tê-las, não? E ter certezas parece ser uma perda de tempo…
À hora que isto acabo de escrever, apenas me resta uma certeza: o ser humano está demasiado habituado a ter dúvidas porque é muito mais fácil tê-las do que procurar ter certezas. E ainda que ambas (dúvida e certeza) possam surgir do nada, apenas uma explica o inverso, isto é, apenas a certeza pode explicar tudo. A dúvida, essa nunca há-de explicar nada…
E eu que tantas dúvidas tenho, acabo por ficar feliz com esta minha certeza. Não que me vá valer de muito, mas ao menos agora sei o que devo fazer…
1 Comments:
A dúvida...
eheh. Gostei do texto, muito mesmo.
Particularmente porque sou uma dúvida constante e porque sou dos tais seres humanos de que falas, que preferem ter dúvidas a procurar as certezas.
Cada um com a sua mania...
=)
Bjo
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