Thursday, August 28, 2008

Conversas de café...


“O amor é isto, o amor é aquilo…ah, não, não é nada…o amor é assim, o amor é assado…” Ufa, que paciência…

Uma pessoa sai para se distrair, para beber um café e desanuviar um pouco e lembram-se logo de tocar neste tipo de assuntos…

Eu bem que me quis abster de comentar. Não queria, por nada deste mundo, que me puxassem para aquela “discussão” inútil. Já estava farto de ouvir todo aquele arrazoado. Não percebo porque se discute sobre o amor, principalmente quando muitos desconhecem o tema em questão…

E quando me julguei safo daquela tentativa ignóbil de classificar algo tão puro e tão nobre, eis que resolvem pedir a minha contribuição. Tentei me esquivar, tentei arranjar uma qualquer desculpa que não me levasse a dizer aquilo que eles não queriam ouvir, mas não consegui. Não me contive e acabei por aceder ao que me perguntavam:

“ - Então, estás tão calado? Das duas, uma: ou sabes o que é o amor e não queres partilhar, ou então não sabes e não queres dizer por vergonha ou isso…

- (sorriso amarelo) Para ser sincero, não acho que a minha opinião possa contribuir para este debate. Até porque a minha opinião tem o mesmo peso que as vossas, ou seja, é o que é e vale o que vale…

- Vá lá, não sejas assim, não te armes em superior. Diz lá mas é o que sabes ou não sabes sobre o amor…

- (olhando fixamente nos olhos da interrogadora) Ok, se fazes tanta questão em saber, aqui vai a minha opinião. O amor…o amor é estranho…Estás a falar daquele amor que te une a alguém por vários anos, mas que depois é incapaz de salvar essa mesma relação porque só por si o amor não chega? Ou estás a falar daquele amor que surge disfarçado de paixão casual, que cresce e floresce a uma velocidade espantosa, e que, mesmo depois de desvalorizado continua a existir (por mais que tu não queiras), sabendo que nunca será tido em conta nem terá uma oportunidade de fazer valer o seu valor? Para mim o amor já foi isso, mas é mais…Ainda queres que continue? “

Curiosamente ou não, a conversa morreu ali. Aliás, o café acabou ali. As pessoas, que antes estavam tão ávidas de poder definir o amor, ao ouvirem-me, calaram-se. Não sei o que disse de mal, mas acabei por me levantar e vir embora…

Eu sei que o amor não é só isso. É mais, muito mais. Mas foram estas as maiores lições que aprendi. E é sobre elas que gosto de versar sempre que me abordam para falar de amor. Essencialmente porque quero poupar aos outros o sofrimento que me afligiu. Só isso…

Hoje, e após esta conversa, sinto-me um pouco triste. Talvez não devesse ter sido tão franco e tão honesto. Mas foi o que aconteceu. Não me arrependo. Mas agora, passadas umas horas sobre o sucedido, vejo-me a pensar sobre o assunto. Não sei porquê nem para quê, é certo, mas estou a pensar nisso…

Enfim, não creio que me tenha excedido. E eu avisei que eles não estavam preparados para ouvir aquilo…

De qualquer forma, eles foram para casa e agora estão acompanhados dos seus amores, das pessoas que mais se assemelham ao conceito que eles têm para eles mesmos do que é o amor…

E eu…bem…estou aqui a redigir este texto…

3 Comments:

Blogger carlao17 said...

Grande Lauri...sempre um fantastico exercico da mente e um prazer para a alma ler o que escreves....aquele abraço

10:48 AM  
Blogger nini said...

o amor nao se descreve. o amor nao tem nome, o amor não se escreve, nem se fala! é uma coisa que se sente! e cada um sente da sua maneira!
aqui fica a minha opiniao para enriquecer um pouco mais a discussao

11:43 AM  
Blogger nini said...

mas também sei dizer que o amor dói!

12:37 PM  

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