Thursday, September 11, 2008

Cansado...


Mais uma noite em claro…

Já perdi a conta de quantas destas noites fizeram parte do meu real imaginário nos últimos meses. O corpo ressente-se, a alma também, a mente urge por sossego e a percepção das coisas torna-se mais complicada, mais difusa…

Começo a notar o extinguir de certas forças. Sinto que há momentos em que tudo assume um formato slow motion. Nessas alturas vejo-me obrigado a redobrar a atenção, a despender ainda mais energias para poder estar aqui, mesmo não estando…

No “Clube dos Poetas Mortos” (grande filme, vejam, por favor) aprendi uma expressão curiosa – sugar o tutano da vida…Isto significa que devemos absorver ao máximo as energias que encontramos ao longo da vida. Neste momento, sinto que a vida está a sugar as minhas energias…

São demasiadas coisas para um ser humano só. Demasiadamente demasiadas mesmo. Não sei quanto tempo mais irão durar estas minhas batalhas, mas sei quanto tempo mais poderei durar…e já não há reservas de nenhuma espécie. Em pleno revolto alto mar, estou sem bóias de salvação e sem fato térmico apropriado às gélidas correntes que me arrastam, me jogam e me atiram de um lado para o outro. Quero nadar, mas já não consigo…

Estou assim neste momento. Quero, mas não consigo. Precisava de tempo, de forças e de paciência. Tudo isto é escasso em mim e não vejo maneira de os resgatar ou de os encontrar…

Che Guevara disse uma vez que preferia morrer de pé a ter que viver toda uma vida acorrentado e de joelhos. Também penso como ele e creio perceber a 300% a razão das suas palavras. E neste momento, vejo-me e revejo-me um pouco nestas palavras…

Há coisas que começam a perder a sua forma, a sua força, a sua génese. Entre elas, eu…Quem me dera poder dizer que sou forte e que vou ultrapassar tudo, mas não sou mentiroso (apesar de haver ainda quem acredite que eu o seja) e não posso me enganar…

O que escrevo aqui e agora reflecte a mais pura das realidades. Antecipando aquilo que poderá vir a ser a reacção das pessoas, digo desde já o seguinte: sim, tudo passa; sim, o tempo é cúmplice; sim, há coisas piores na vida…

Mas meus amigos, conhecidos e visitantes deste blog…há coisas contra as quais ninguém pode lutar. Mesmo que se queira e se deseje ardentemente…

Não estou a desistir de nada. Como Che, morrerei a lutar, morrerei de arma em riste e pronto para travar todas estas batalhas até ao final…mas já me sinto cansado. E sinto-o cada vez mais…

Há tanto em mim que fica por se expressar, há tanto em mim que fica por se fazer ouvir…há tanta coisa que não farei…enfim, há tanto de tanta coisa que nem sei…

Sei apenas que estou cansado. Gostava de poder descansar, gostava de poder deitar e saber que o amanhã está à minha espera, tal como o sono. Gostava de poder sentir algum conforto e alguma paz que me permitissem dar mais um passo, mais uma corrida, fazer mais um esforço. É isso que me é pedido, é isso que devo fazer…

Mas sinto-me para lá dos meus limites…muito para lá…

Fecho os olhos por breves momentos e tento imaginar como seria o descanso, como poderia chegar até ele…Não vejo nada…

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