Monday, May 12, 2008

Só...


Sinto-me dorido…há algo dentro de mim que me consome terrivelmente e me leva a um estado que não quero conhecer, a um plano que me custa a aceitar o que sinto, o que sou e o que vejo…

Não sei de onde vem isto, ou de onde veio…não sei que aperto é este que sinto neste momento. Sei apenas que é algo que me aperta o coração, que me faz sentir um enorme nó na garganta e que me leva a chorar compulsivamente como se fosse um bebé abandonado à beira de um lago ou de uma estrada deserta…

Deserta também se encontra esta minha noite. Já adormeci, já acordei, já tornei a adormecer e a acordar. Agora encontro-me sem sono, distante, dormente, mas a sentir tudo de uma forma tão real que até dói…

Não quero estar assim…não consigo sentir mais isto…não posso…sinto que a dor é demasiado grande para ser suportada por este ser que tanto tem sofrido…e as lágrimas, essas continuam a jorrar, a brotar de mim como se eu fosse uma nascente…

A cabeça pesa-me, dói-me também…não, não é cansaço “pós-Queima”, antes fosse…os olhos incham cada vez mais…o nó na garganta aperta cada vez mais e o coração quer saltar, quer vir cá para fora. Talvez queira falar comigo, não sei. Ou talvez queira mesmo fugir, procurar paz noutro lado, encontrar estabilidade noutro corpo, noutro ser…

Ser o que sou…acho que é isso que me leva a estar assim, tão solitário, tão dorido, tão choroso. Não percebo de onde vem tudo isto, não compreendo. Olho à minha volta e…nada…nada de nada…

Às tantas é isso…às tantas hoje é uma daquelas noites em que precisava de ter algo aqui comigo. Não queria tudo para contrapor o nada que tenho. Queria apenas a paz de um regaço, o calor de um abraço, a doçura de um olhar, a ternura de um beijo. Queria apenas sentir o doce e leve aroma de um perfume que se faz notar no meio da multidão, sentir a suavidade de uma pele também ela perfumada, adocicada e perfeita…

Queria ter algo a meu lado, algo que me acalmasse esta angústia, que me ajudasse a adormecer profundamente com as palavras certas e me pudesse acordar com o carinho exacto. Queria deixar de me agarrar a esta almofada que serve de companhia ao longo de tantas e tantas noites frias de desassossego, de desespero e de solidão…

Queria que estivesses aqui…queria te ligar, falar contigo, pedir que viesses ao meu encontro e que não me deixasses mais. Queria pedir que me viesses embalar, que me viesses proteger e afastar dos meus próprios medos, dos meus próprios fantasmas. Queria poder acalmar e me alegrar só de poder olhar para ti, sentir-te perto de mim, abraçada a mim…

Mas não posso…não posso fazer isso porque não há como o fazer, não há como o pedir, não há como ter aqui nada disso. Como pedir isso? E a quem? Não há como por fim a esta dor, a este pesadelo, a esta insónia interminável e arrasadora…

Fecho os olhos e imagino que sim, que há uma forma, uma qualquer fórmula mágica, mas o sal das lágrimas invade a minha boca e traz-me de volta à realidade. Estou só, sozinho…sinto-me só e sozinho…

Olho em meu redor e procuro algo…procuro algo que me dê alento e esperança…Peço a Deus que me ouça, que me escute e que não me deixe continuar a percorrer tão tristemente este meu caminho…

PS – A dor ainda se encontra por aqui. Pensei que ao falar dela, as coisas melhorassem, mas pelos vistos não…

1 Comments:

Blogger Kau said...

you are alone because you want to be alone...you wish to fight for your love but you can´t...why??why do you fight her?? to want is to power...and i don´t need more words!!!!

10:50 PM  

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