Um olhar...
Muito mais do que todas as palavras ditas entre nós, são as que ficaram por dizer que acabam por pesar. São elas que contribuem para este meu estado de pseudo-neurose, no qual não distingo a ténue fronteira entre a insana sanidade e a sã demência que parece ir e vir ao longo dos meus dias…
No fundo, são as frases inacabadas, os gestos suspensos, os beijos não dados e os olhares entrecortados que me fazem pensar no porquê de toda esta situação, no porquê de tudo o que é e deixa de ser, mesmo que não sendo, mesmo nunca tendo sido…
E daí à ideia de ilusão, é um pulo. Rapidamente dou comigo a interiorizar que me iludi, que me deixei enredar nas minhas próprias alucinações e nos meus próprios devaneios…
Mas então…e os cheiros? E os beijos? E os abraços? E os olhares, os sorrisos, os toques, os risos, as lágrimas, as aventuras e desventuras? Afinal, aconteceram ou não?
À distância a que me encontro, já pouco ou nada sei. Tenho em mim registos, tenho comigo algumas provas que me parecem irrefutáveis. Mas e daí? De que vale essa irrefutabilidade, essa certeza quase imutável de que, afinal, um dia fui são, estive lúcido e realmente senti o que penso ter sentido, vivi o que penso ter vivido, beijei quem penso ter beijado, abracei quem penso ter abraçado?
Enfim, restam-me esses registos, não é? E que belos registos…às vezes torno-me realizador de cinema das minhas próprias recordações, das minhas próprias lembranças. E então começo a rever tudo, a sequenciar tudo de maneira a ver o filme do que vivi…ou penso ter vivido…
Durante o tempo em que o “filme” roda, na plateia só me encontro eu. Eu e mais ninguém. Não sei se gostaria de estar acompanhado aquando desta maratona de longas ou curtas-metragens que é a minha vida. Talvez até deseje companhia…
Mas não há cachet nem plafond para um tapete vermelho por onde possa passar a estrela principal, não há camarote nem hotel cinco estrelas que possa albergar a companhia desejada, a companhia pretendida…
Porquê? Não sei….Pode parecer ilógico, mas não sei. Mas como há tanta coisa que não sei, esta é apenas mais uma delas. E enquanto isso o filme vai rodando e as cenas vão passando, vão ganhando vida e vão fazendo com que ficção e realidade se misturem mais uma e outra vez…
Muito mais do que as palavras ditas, são as que teimo em calar que hoje me fazem falar, me fazem escrever e me fazem pensar. Por isso mesmo me encontro agora aqui, perante o mundo, pronto a me confessar:
Estou ciente que as lágrimas que ainda não sorri são como os sorrisos que nunca hei-de chorar…e se um dia quiseres saber onde estás então em mim, procura-te nos meus olhos, pois lá encontrarás a beleza do teu sorriso…reflectido no brilho do meu olhar...
Um dia chamaram a isto doce ilusão…que giro…e eu que ainda creio que isto é amar…
No fundo, são as frases inacabadas, os gestos suspensos, os beijos não dados e os olhares entrecortados que me fazem pensar no porquê de toda esta situação, no porquê de tudo o que é e deixa de ser, mesmo que não sendo, mesmo nunca tendo sido…
E daí à ideia de ilusão, é um pulo. Rapidamente dou comigo a interiorizar que me iludi, que me deixei enredar nas minhas próprias alucinações e nos meus próprios devaneios…
Mas então…e os cheiros? E os beijos? E os abraços? E os olhares, os sorrisos, os toques, os risos, as lágrimas, as aventuras e desventuras? Afinal, aconteceram ou não?
À distância a que me encontro, já pouco ou nada sei. Tenho em mim registos, tenho comigo algumas provas que me parecem irrefutáveis. Mas e daí? De que vale essa irrefutabilidade, essa certeza quase imutável de que, afinal, um dia fui são, estive lúcido e realmente senti o que penso ter sentido, vivi o que penso ter vivido, beijei quem penso ter beijado, abracei quem penso ter abraçado?
Enfim, restam-me esses registos, não é? E que belos registos…às vezes torno-me realizador de cinema das minhas próprias recordações, das minhas próprias lembranças. E então começo a rever tudo, a sequenciar tudo de maneira a ver o filme do que vivi…ou penso ter vivido…
Durante o tempo em que o “filme” roda, na plateia só me encontro eu. Eu e mais ninguém. Não sei se gostaria de estar acompanhado aquando desta maratona de longas ou curtas-metragens que é a minha vida. Talvez até deseje companhia…
Mas não há cachet nem plafond para um tapete vermelho por onde possa passar a estrela principal, não há camarote nem hotel cinco estrelas que possa albergar a companhia desejada, a companhia pretendida…
Porquê? Não sei….Pode parecer ilógico, mas não sei. Mas como há tanta coisa que não sei, esta é apenas mais uma delas. E enquanto isso o filme vai rodando e as cenas vão passando, vão ganhando vida e vão fazendo com que ficção e realidade se misturem mais uma e outra vez…
Muito mais do que as palavras ditas, são as que teimo em calar que hoje me fazem falar, me fazem escrever e me fazem pensar. Por isso mesmo me encontro agora aqui, perante o mundo, pronto a me confessar:
Estou ciente que as lágrimas que ainda não sorri são como os sorrisos que nunca hei-de chorar…e se um dia quiseres saber onde estás então em mim, procura-te nos meus olhos, pois lá encontrarás a beleza do teu sorriso…reflectido no brilho do meu olhar...
Um dia chamaram a isto doce ilusão…que giro…e eu que ainda creio que isto é amar…
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