Hoje escrevo...
Hoje escrevo para os que amam, para os que amam inocente e pacientemente à espera de um amor que talvez nunca chegue. Escrevo para os que realmente sabem amar sem nada pedir em troca, os quais amam de forma pura e cristalina. Escrevo para os que aguardam pelos lábios doces e suaves, pelas mãos macias e carinhosas, pelos olhares ternos e brilhantes, pelos sorrisos pueris e contagiantes. Escrevo para os que sonham com os braços que embalam, protegem e abraçam, para os que desejam ouvir aquelas palavras sussurradas ao ouvido, para os que ainda querem acreditar no Cupido…
Hoje escrevo para os que ainda querem tentar. Escrevo para os que ainda acreditam que vale a pena tentar, que vale a pena um último esforço, uma última braçada até à margem, um último fôlego para alcançar o tesouro que se encontra no fundo do mar. Escrevo para os que estão cansados de tentar, mas que mesmo assim ainda ponderam vir a tentar. Escrevo para os que passaram a vida a tentar sem nada conseguir, sem nada alcançar. Escrevo para os que tudo, um dia, alcançaram e que hoje nada têm. Escrevo para os que sempre tiveram tudo e que passaram a vida a tentar ter mais ainda, sem se aperceber que a “riqueza” que tanto procuravam estava mesmo ao seu lado…
Hoje escrevo para os que sofrem, para os que anseiam e para os que choram. Escrevo para os que são alvos de constantes amarguras, para os que têm o azar de não ter sorte. Escrevo para os que passam a vida a pensar na morte, para os que rumam sem destino nenhum aparente, mesmo que digam que estão à procura de um norte…
Hoje escrevo para os que riem, sorriem e são felizes. Escrevo para os têm motivos para ser alegres, para os que são abençoados com as mais diversas benesses, para os que sabem reconhecer as mesmas em suas preces…
Hoje escrevo por tudo e por nada. Escrevo pela beleza do amanhecer e pela calma da madrugada. Escrevo pela noite, pelo dia, escrevo pela tristeza e pela alegria. Escrevo porque, de facto, preciso de escrever para que me possa acalmar, para que possa adormecer…
Hoje escrevo para todos e por todos. Escrevo pelo mundo que vejo e pelo que não vejo, mas sei que existe porque o sinto. Escrevo para ver se, uma vez mais, não me minto. Escrevo por já não saber mais o que fazer para tudo isto de mim arrancar, para tudo isto em mim conter. Escrevo por saber que a escrita é-me terapêutica, que me ajuda a ajudar a mim mesmo…
Hoje escrevo com o pensamento em tanta coisa que não hei-de nunca escrever. Escrevo com a mente a abarrotar de ideias, frases, conceitos, cenários, preconceitos e sentimentos que nunca deixarão de ser uma abstracção. Escrevo com a certeza de que já não sei se me move a mente, a loucura ou o coração. Escrevo sem saber qual o nexo do que escrevo, quais as linhas orientadoras que me desorientam no rumo que, sem calcular, tracei para este texto…
Hoje escrevo com o pensamento…enfim, nem me atrevo a dizer. Escrevo a olhar para algures, a imaginar qualquer coisa, a sonhar com qualquer outra coisa, a desejar outra coisa mais, a aspirar a outra coisa ainda. Escrevo porque pouco mais sei fazer. Escrevo porque na escrita sinto que me posso perder, mesmo que nela não me volte a encontrar. Escrevo porque sou como todos os que me merecem estas palavras e como tantos mais que nunca as merecerão. Escrevo com a alma cravejada de solidão…
Hoje escrevo por pensar no que penso, por não fazer o que penso, por não dizer o que sinto. Escrevo por ter tanto para escrever. Escrevo na esperança de que a esperança nunca venha a morrer e que a minha escrita continue a aparecer, pois preciso dela. Escrevo imaginando que este texto é um barco à vela e que os ventos serão favoráveis e que conseguirei atracar num porto seguro, num local agradável, num mundo diferente…
Hoje escrevo na esperança que haja alguém que perceba o que digo, alguém no meio de tanta gente. Escrevo na esperança que haja alguém que saiba ler nas entrelinhas o que eu nunca saberei dizer em todas as minhas linhas. Escrevo para que alguém possa saber que a minha escrita é a minha fala. Se eu fosse mago, gostaria que ela fosse o meu poder…
Hoje escrevo porque posso, porque ainda consigo redigir meia dúzia de palavras. Escrevo porque há coisas que me fazem escrever, pessoas que me levam a escrever e esta vida porque faz por merecer. Escrevo para os ausentes, para os presentes, para os visíveis e invisíveis. Escrevo para os eternos e os perecíveis. Escrevo para os que buscam o que não querem e para os que querem o que não buscam…
Hoje escrevo sem nexo, escrevo sobre o amor, a paixão, a felicidade ou o sexo. Escrevo sem a lógica que não procuro ter. Escrevo porque me sinto internamente a arder. Escrevo porque já não ganho nada há muito, logo, porque estou a perder. Escrevo por ter a alma dorida, por ter no corpo as mais variadas cicatrizes causadas pela passagem da vida…
Hoje escrevo por estar prestes a rebentar. Não de raiva, nem de loucura, nem de nervos. Escrevo por estar prestes a rebentar a escala que mede qualquer coisa que não sei medir, que regista a altitude do balão que utilizo para subir, mesmo que saiba que quanto mais alta é a subida, mais dolorosa poderá ser a queda…
Hoje escrevo antes que vire pedra, antes que deixe de querer escrever. Escrevo sem nenhuma razão aparente para além daquela que me faz escrever. Escrevo acompanhado de tanto e de coisa alguma. Escrevo no meio do vazio que me ladeia e que ocupa os espaços que destinei outrora…enfim, escrevo por me apetecer escrever agora…
Hoje escrevo por impulso, por irracionalidade e por encomenda. Escrevo porque já não tenho emenda. Escrevo porque escrever faz parte de mim. Sou sem ela o que ela é sem mim…
Hoje escrevo e não vislumbro um fim, pelo menos para a escrita. Escrevo a pensar que não escrever é, talvez, o que mais me irrita. Escrevo pela paixão, pelo amor e pelo desejo que sinto e tenho…pela escrita…
Hoje escrevo…mas só hoje, prometo, só hoje escreverei assim, sem um final aparente, sem um aparente fim…
Hoje escrevo para que tudo se possa afastar e para que algo se aproxime de mim...
“Hoje escrevo” chega ao fim…
Hoje escrevo para os que ainda querem tentar. Escrevo para os que ainda acreditam que vale a pena tentar, que vale a pena um último esforço, uma última braçada até à margem, um último fôlego para alcançar o tesouro que se encontra no fundo do mar. Escrevo para os que estão cansados de tentar, mas que mesmo assim ainda ponderam vir a tentar. Escrevo para os que passaram a vida a tentar sem nada conseguir, sem nada alcançar. Escrevo para os que tudo, um dia, alcançaram e que hoje nada têm. Escrevo para os que sempre tiveram tudo e que passaram a vida a tentar ter mais ainda, sem se aperceber que a “riqueza” que tanto procuravam estava mesmo ao seu lado…
Hoje escrevo para os que sofrem, para os que anseiam e para os que choram. Escrevo para os que são alvos de constantes amarguras, para os que têm o azar de não ter sorte. Escrevo para os que passam a vida a pensar na morte, para os que rumam sem destino nenhum aparente, mesmo que digam que estão à procura de um norte…
Hoje escrevo para os que riem, sorriem e são felizes. Escrevo para os têm motivos para ser alegres, para os que são abençoados com as mais diversas benesses, para os que sabem reconhecer as mesmas em suas preces…
Hoje escrevo por tudo e por nada. Escrevo pela beleza do amanhecer e pela calma da madrugada. Escrevo pela noite, pelo dia, escrevo pela tristeza e pela alegria. Escrevo porque, de facto, preciso de escrever para que me possa acalmar, para que possa adormecer…
Hoje escrevo para todos e por todos. Escrevo pelo mundo que vejo e pelo que não vejo, mas sei que existe porque o sinto. Escrevo para ver se, uma vez mais, não me minto. Escrevo por já não saber mais o que fazer para tudo isto de mim arrancar, para tudo isto em mim conter. Escrevo por saber que a escrita é-me terapêutica, que me ajuda a ajudar a mim mesmo…
Hoje escrevo com o pensamento em tanta coisa que não hei-de nunca escrever. Escrevo com a mente a abarrotar de ideias, frases, conceitos, cenários, preconceitos e sentimentos que nunca deixarão de ser uma abstracção. Escrevo com a certeza de que já não sei se me move a mente, a loucura ou o coração. Escrevo sem saber qual o nexo do que escrevo, quais as linhas orientadoras que me desorientam no rumo que, sem calcular, tracei para este texto…
Hoje escrevo com o pensamento…enfim, nem me atrevo a dizer. Escrevo a olhar para algures, a imaginar qualquer coisa, a sonhar com qualquer outra coisa, a desejar outra coisa mais, a aspirar a outra coisa ainda. Escrevo porque pouco mais sei fazer. Escrevo porque na escrita sinto que me posso perder, mesmo que nela não me volte a encontrar. Escrevo porque sou como todos os que me merecem estas palavras e como tantos mais que nunca as merecerão. Escrevo com a alma cravejada de solidão…
Hoje escrevo por pensar no que penso, por não fazer o que penso, por não dizer o que sinto. Escrevo por ter tanto para escrever. Escrevo na esperança de que a esperança nunca venha a morrer e que a minha escrita continue a aparecer, pois preciso dela. Escrevo imaginando que este texto é um barco à vela e que os ventos serão favoráveis e que conseguirei atracar num porto seguro, num local agradável, num mundo diferente…
Hoje escrevo na esperança que haja alguém que perceba o que digo, alguém no meio de tanta gente. Escrevo na esperança que haja alguém que saiba ler nas entrelinhas o que eu nunca saberei dizer em todas as minhas linhas. Escrevo para que alguém possa saber que a minha escrita é a minha fala. Se eu fosse mago, gostaria que ela fosse o meu poder…
Hoje escrevo porque posso, porque ainda consigo redigir meia dúzia de palavras. Escrevo porque há coisas que me fazem escrever, pessoas que me levam a escrever e esta vida porque faz por merecer. Escrevo para os ausentes, para os presentes, para os visíveis e invisíveis. Escrevo para os eternos e os perecíveis. Escrevo para os que buscam o que não querem e para os que querem o que não buscam…
Hoje escrevo sem nexo, escrevo sobre o amor, a paixão, a felicidade ou o sexo. Escrevo sem a lógica que não procuro ter. Escrevo porque me sinto internamente a arder. Escrevo porque já não ganho nada há muito, logo, porque estou a perder. Escrevo por ter a alma dorida, por ter no corpo as mais variadas cicatrizes causadas pela passagem da vida…
Hoje escrevo por estar prestes a rebentar. Não de raiva, nem de loucura, nem de nervos. Escrevo por estar prestes a rebentar a escala que mede qualquer coisa que não sei medir, que regista a altitude do balão que utilizo para subir, mesmo que saiba que quanto mais alta é a subida, mais dolorosa poderá ser a queda…
Hoje escrevo antes que vire pedra, antes que deixe de querer escrever. Escrevo sem nenhuma razão aparente para além daquela que me faz escrever. Escrevo acompanhado de tanto e de coisa alguma. Escrevo no meio do vazio que me ladeia e que ocupa os espaços que destinei outrora…enfim, escrevo por me apetecer escrever agora…
Hoje escrevo por impulso, por irracionalidade e por encomenda. Escrevo porque já não tenho emenda. Escrevo porque escrever faz parte de mim. Sou sem ela o que ela é sem mim…
Hoje escrevo e não vislumbro um fim, pelo menos para a escrita. Escrevo a pensar que não escrever é, talvez, o que mais me irrita. Escrevo pela paixão, pelo amor e pelo desejo que sinto e tenho…pela escrita…
Hoje escrevo…mas só hoje, prometo, só hoje escreverei assim, sem um final aparente, sem um aparente fim…
Hoje escrevo para que tudo se possa afastar e para que algo se aproxime de mim...
“Hoje escrevo” chega ao fim…
2 Comments:
Escrever é a arte,
De poder fugir,
Da realidade,
De querer o sol,
Sem poder voar.
De desejar todo o mundo abraçar,
Sem saber o que alcançar.
Escrever…
È a nossa pura maneira de viver,
Que ao mundo procuramos transmitir,
Sem esperar palavras ou gestos,
Que a valorizem.
Escrever faz-nos conhecer,
E reconhecer,
O que éramos,
O que somos
E seremos.
Escrever é a nossa forma de ver,
O nosso lado puro da vida,
Da qual nem a dor ou o amor,
Poderão roubar.
Para muitos meras palavras ao vento, para outros lições de caminhos de reflexão e encontro pessoal.
Escrever é a mais saudável fuga, o melhor psicólogo, o melhor amigo não te critica e reflecte o que és.
Parabéns por mais um texto magnifico…
Força caro LF.
AG
olá.
sei que nao me conheces, eu a ti apenas te conheço de vista.
quando vires o comentario hás-de pensar que vim cuscovilhar o teu blog, por um lado pode-se dizer que é verdade.
alguem me disse para visitar o teu blog e ler os teus textos, confesso fiquei curiosa e nao resisti.
apesar de só te conhecer de vista, tenho que te dizer que te admiro pelo teu talento para a escrita de textos tao belos e realistas.
Admiro-te tambem por conseguires transmitir e realçar várias emoçoes, vários sentimentos e pensamentos que muita gente os sente e nao os consegue transmitir ou partilhar.
hoje ao ler os textos confesso que me arrepiei,me emocionei e ao mesmo tempo fiquei fascinada.
nao tenho mais palavras para descrever a minha admiraçao pelos teus textos e pela tua pessoa.
nao te incomodo mais.
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