Tempo...
Tempo…
Tenho tido tempo ultimamente. Bastante, diria eu. Em demasia, arriscaria eu. Os últimos tempos têm sido passados no conforto (?) do lar (?), no meu quarto, numa espécie de exílio forçado por uma gripe e por um dente do siso…Ridículo, não? Pois, às vezes penso que sim, mas outras vezes há em que apenas e só constato que o ser humano é capaz de surpreender: não se deixa abater por críticas ou por más acções contra ele intentadas, mas cai que nem um tordo por causa de uma gripe e de um dente do siso…
Enfim, como diria eu mesmo, coisas da vida. Mas é um facto que este exílio tem-me oferecido a oportunidade de pensar e repensar muitos dos aspectos da minha vida. E acho que todos sabem o resultado de tal exercício quando isso acontece…
Há muito que não me sentia assim, tão sozinho, tão vulnerável, embora esta seja uma vulnerabilidade, para já, inqualificável e de estirpe desconhecida. Não sei muito bem qual a causa deste meu sentimento, até porque não vejo grande razões para tal, mas a verdade é que os últimos 15 dias acabaram por suscitar em mim umas quantas dúvidas, legítimas, diria eu, as quais assolam-me frequentemente por agora, impedindo-me de me dedicar a outro tipo de pensamentos…
No primeiro parágrafo deste texto interrogo-me, propositadamente, sobre os conceitos conforto e lar. Porquê? Não sei…talvez por não sentir que este seja o meu lar ou que este seja o meu verdadeiro conforto. Lar seria um lugar onde pudesse comungar e conviver com a minha família (sabem que isso para mim resume-se apenas a pais e irmão), cuidar da minha mãe e ajudar o meu pai. Lar seria estar longe de tanta coisa que não me agrada e nas quais não me revejo. Conforto seria estar a gozar de alguns benefícios que hoje não tenho (essencialmente por minha culpa, é um facto, mas não só…) e providenciar esses mesmos benefícios a quem verdadeiramente amo. Conforto seria poder aclamar e gritar a plenos pulmões que juntos vencemos a maior batalha em que já me vi envolvido e poder comemorá-lo com a minha família, mas especialmente com a minha mãe…
Porém a vida é tudo menos aquilo com que sonhamos. Pelo menos em certas e determinadas fases. E nesta fase, neste momento pseudo-decisivo da minha existência, reparo cada vez mais que torna-se difícil aspirar a tanto e alcançar tão pouco, torna-se complicado idealizar este ou aquele cenário e dar-me conta de que ainda falta muito, tanto, bastante, para o transpor dos primeiros enormes obstáculos…
E cada vez que penso nisso, sinto-me mais pesado em termos de responsabilidades (o que não me assusta, não agora…), mas mais leve em termos de certas amarras intelecto-emocionais, as quais poderiam turvar-me a visão e bloquear-me a mente…
Talvez por isso sinta o apelo do regresso a casa, à pátria-mãe gentil, ao meu país. Talvez tudo não passe de um sonho, mas adoraria poder voltar, levar os meus pais, ajudá-los a assentar e a estabelecer-se numa bela chácara, como nós dizemos por lá, ou numa finca…Isso sim seria um luxo, uma alegria tremenda…
Mas sei que dificilmente tal irá acontecer. O regresso, a perspectivar-se, será só meu. O que não me desagrada, atenção, mas os meus “velhos” merecem esta minha visualização idílica…
Com tudo isto, parece que perdi o fio à meada, mas não. Todo este tempo, toda esta minha prosa, todo o processo de percepção e reconhecimento da minha realidade actual tem servido para consolidar conceitos há muito adquiridos, mas que, de quando em vez, necessitam de ser revigorados e energizados…
Ou seja…sim, tenho tido tempo…tempo para ter ainda mais saudades do Brasil e ainda muitas mais saudades dos meus pais (graças a Deus que ainda vai dando para estar com o meu irmão) …tempo para acreditar que há tanta coisa por fazer e ainda mais por inventar…tempo para pedir ao tempo não para voltar atrás, mas sim para avançar a um ritmo que me permita, pelo menos, vencer algumas das minhas batalhas. A começar pela da minha mãe…
Por isso, ó Tempo, ó Chronos, sê simpático para comigo e concede-me apenas aquilo que todos desejamos, mas que poucos alcançam: uma chance, uma oportunidade para, lá, aqui ou noutro lado qualquer, poder encontrar o meu conforto, poder encontrar o meu próprio lar…Quanto mais não seja para não me sentir assim…tão só…tão homeless…
Tenho tido tempo ultimamente. Bastante, diria eu. Em demasia, arriscaria eu. Os últimos tempos têm sido passados no conforto (?) do lar (?), no meu quarto, numa espécie de exílio forçado por uma gripe e por um dente do siso…Ridículo, não? Pois, às vezes penso que sim, mas outras vezes há em que apenas e só constato que o ser humano é capaz de surpreender: não se deixa abater por críticas ou por más acções contra ele intentadas, mas cai que nem um tordo por causa de uma gripe e de um dente do siso…
Enfim, como diria eu mesmo, coisas da vida. Mas é um facto que este exílio tem-me oferecido a oportunidade de pensar e repensar muitos dos aspectos da minha vida. E acho que todos sabem o resultado de tal exercício quando isso acontece…
Há muito que não me sentia assim, tão sozinho, tão vulnerável, embora esta seja uma vulnerabilidade, para já, inqualificável e de estirpe desconhecida. Não sei muito bem qual a causa deste meu sentimento, até porque não vejo grande razões para tal, mas a verdade é que os últimos 15 dias acabaram por suscitar em mim umas quantas dúvidas, legítimas, diria eu, as quais assolam-me frequentemente por agora, impedindo-me de me dedicar a outro tipo de pensamentos…
No primeiro parágrafo deste texto interrogo-me, propositadamente, sobre os conceitos conforto e lar. Porquê? Não sei…talvez por não sentir que este seja o meu lar ou que este seja o meu verdadeiro conforto. Lar seria um lugar onde pudesse comungar e conviver com a minha família (sabem que isso para mim resume-se apenas a pais e irmão), cuidar da minha mãe e ajudar o meu pai. Lar seria estar longe de tanta coisa que não me agrada e nas quais não me revejo. Conforto seria estar a gozar de alguns benefícios que hoje não tenho (essencialmente por minha culpa, é um facto, mas não só…) e providenciar esses mesmos benefícios a quem verdadeiramente amo. Conforto seria poder aclamar e gritar a plenos pulmões que juntos vencemos a maior batalha em que já me vi envolvido e poder comemorá-lo com a minha família, mas especialmente com a minha mãe…
Porém a vida é tudo menos aquilo com que sonhamos. Pelo menos em certas e determinadas fases. E nesta fase, neste momento pseudo-decisivo da minha existência, reparo cada vez mais que torna-se difícil aspirar a tanto e alcançar tão pouco, torna-se complicado idealizar este ou aquele cenário e dar-me conta de que ainda falta muito, tanto, bastante, para o transpor dos primeiros enormes obstáculos…
E cada vez que penso nisso, sinto-me mais pesado em termos de responsabilidades (o que não me assusta, não agora…), mas mais leve em termos de certas amarras intelecto-emocionais, as quais poderiam turvar-me a visão e bloquear-me a mente…
Talvez por isso sinta o apelo do regresso a casa, à pátria-mãe gentil, ao meu país. Talvez tudo não passe de um sonho, mas adoraria poder voltar, levar os meus pais, ajudá-los a assentar e a estabelecer-se numa bela chácara, como nós dizemos por lá, ou numa finca…Isso sim seria um luxo, uma alegria tremenda…
Mas sei que dificilmente tal irá acontecer. O regresso, a perspectivar-se, será só meu. O que não me desagrada, atenção, mas os meus “velhos” merecem esta minha visualização idílica…
Com tudo isto, parece que perdi o fio à meada, mas não. Todo este tempo, toda esta minha prosa, todo o processo de percepção e reconhecimento da minha realidade actual tem servido para consolidar conceitos há muito adquiridos, mas que, de quando em vez, necessitam de ser revigorados e energizados…
Ou seja…sim, tenho tido tempo…tempo para ter ainda mais saudades do Brasil e ainda muitas mais saudades dos meus pais (graças a Deus que ainda vai dando para estar com o meu irmão) …tempo para acreditar que há tanta coisa por fazer e ainda mais por inventar…tempo para pedir ao tempo não para voltar atrás, mas sim para avançar a um ritmo que me permita, pelo menos, vencer algumas das minhas batalhas. A começar pela da minha mãe…
Por isso, ó Tempo, ó Chronos, sê simpático para comigo e concede-me apenas aquilo que todos desejamos, mas que poucos alcançam: uma chance, uma oportunidade para, lá, aqui ou noutro lado qualquer, poder encontrar o meu conforto, poder encontrar o meu próprio lar…Quanto mais não seja para não me sentir assim…tão só…tão homeless…
1 Comments:
Tempo...
Esse bem precioso que nunca é aquilo que esperamos e que precisamos!
É a nossa eterna luta.
Beijo,
Post a Comment
<< Home