Dois anos depois...
Dois anos depois...Como o tempo passa...Não é Mãe?
Faz hoje dois anos que Deus decidiu que já tinhas completado a tua tarefa aqui na Terra e chamou-te para junto Dele. E é lá de cima que me vês e tens visto desde então. Sem contar com os momentos em que te sinto por aqui, próxima a mim, perto de mim, como sempre fizeste ao longo de 27 anos...
Apesar de ter feito o possível e o impossível para estar bem hoje, tenho que admitir que não foi fácil. Mas teve de ser. O que me vale é a Marcinha...Está tão linda a tua neta...Mas isso tu sabes, né?
Passados estes dois anos surpreende-me o facto de estar como estou. Durante algum tempo julguei não ser capaz de aguentar a tua ausência, não ser capaz de enfrentar este mundo sem ti. Tu sabes e Deus também sabe o quanto me custou sair do "buraco". Ambos sabem que não foi fácil e que não fossem os amigos e a ajuda divina talvez o meu destino tivesse sido outro e a minha vida não estivesse tão boa como está...
Mas felizmente consegui, aos poucos, reerguer-me e reiventar-me, Mãe. Prometi honrar-te e é isso que tenho procurado fazer. Prometi nunca deixar de pensar em ti e é isso que faço todos os dias. Prometi jamais esquecer o teu rosto e é isso que tem acontecido. Ainda para mais com a Marcinha na minha vida...
Tudo é tão suportável com ela na minha vida, Mãe. Tal como era quando estavas fisicamente comigo. Tudo é tão banal quando ela sorri para mim e me dá mimos, tal como era quando tu o fazias. Tudo faz tanto sentido...
E sentido foi o que mais precisei de reaver depois da tua partida, Mãe. Felizmente Deus tirou-me um anjo, mas enviou um pequeno anjo no seu lugar. Não para o substituir, mas para continuar a fazer o seu trabalho: fazer-me feliz...
Tenho sido feliz, Mãe. Graças a Deus, à família, aos amigos, e às mulheres da minha vida: a Diana e a Márcia. Sem elas eu pura e simplismente não existiria. Não, não é exagero. São elas que me completam, que me ajudam a crescer, que me corrigem, que me apoiam, que me fazem rir e sorrir, que me fazem amar, que me amam sem pedir nada em troca, enfim, são tudo o que poderia desejar e mais ainda...
Mas ainda assim custa, Mãe. Custa não te ter aqui, fisicamente presente, ao meu lado. Custa-me tanto que por vezes nem sei como consigo guardar isto para mim. Custa-me imenso mesmo...
Dois anos depois estou vivo, tenho saúde, família, amigos e uma mulher e uma filha lindíssimas. Estou bem, eu sei. E não me estou aqui a queixar, Mãe. Estou apenas a dizer que sinto muito a tua falta, que sinto falta das tuas palavras, de ouvir a tua voz, de me rir só de ouvir as tuas gargalhadas, de procurar entender porque sempre fizeste o bem para quem te quis mal...Sinto falta de ti, Mãe, só isso...
Sei que um dia voltaremos a estar juntos e voltaremos a ser uma família unida e feliz. Até lá prometo continuar a honrar-te e fazer tudo para que possas te orgulhar de mim. Só te peço uma coisa: continua a olhar por nós e ajuda-me a ser um décimo de pai do que tu foste de mãe para mim. Pois se assim for a Márcia vai ter o segundo melhor pai da História, logo a seguir ao meu...
Te amo demais, Mãe...
Beijo