Tuesday, February 26, 2008

Instante poético...


“Paro.
Eis aqui um momento raro.
Fecho os olhos e não vejo
O que, de olhos fechados, sei que desejo.
Abro os olhos e não vejo nada…
A luz do sol já foi,
Seja bem-vinda a madrugada!”

PS – estava para ir dormir quando, de repente, saiu isto…este instante poético…não é nada de mais…mas é algo mais…

Aprendendo a...


Aprendendo…estou aprendendo…aprendendo a viver…a viver nesta insana existência que mais me parece insistência…Aos poucos aprendo a viver acompanhado da solidão de quem não tem ninguém a seu lado, a ouvir as palavras da boca que não fala nem conversa, a sentir o toque de quem não ficou por parecer ir com demasiada pressa. Aos poucos aprendo que aquela que considero a minha maior aprendizagem se afigura, cada vez mais, como uma miragem. Como se fosse um oásis de um deserto de quem não tem nada tão longe e tudo tem perto…

De facto, estou aprendendo. Aprendendo a ver a noite passar e mais um dia anunciar. Aprendendo a sentir o sabor de cada lágrima por mim derramada em mais uma e outra e outra noite ou madrugada. Aos poucos vou procurando a nascente que esta minha fonte faz jorrar e nem sempre sei se a quero realmente encontrar. Não sei porque as nascentes são isso mesmo: nascentes, locais onde nascem coisas. E uma nascente não pode nunca morrer ou ser vandalizada. Uma nascente deve ser estimada, cuidada e protegida para que possa continuar a fazer nascer algo para o resto da vida. E eu não sei se a minha nascente sabe que não sei se a tenho comigo e que, por vezes, a dou como perdida…

Mas nem por isso deixo de aprender. Continuo aprendendo. Aprendendo a calar sentimentos, a passar o cabo dos tormentos e a desejar melhores momentos. Aos poucos aprendo a sofrer como nunca pude imaginar que pudesse a acontecer. Sofro por não me querer ouvir e por não me deixar embalar na voz que me faz sorrir, no jeito tão lindo de olhar. Sofro por não querer ser mais do que aquilo que sei que posso ser. Sofro por notar que, aos poucos, e de mim mesmo, me começo a perder…

E no sofrimento aprendo também. Aprendo a crescer com a dor. Aprendo a calar a voz que sabe que fala de cor. Aprendo a aprender como se vive, ou sobrevive, a mais um dia de ausências presentes e de presenças ausentes. Aos poucos aprendo a ser mais um no meio de tantos transeuntes. A ser mais um que sai à rua por sentir que a alma está nua. Sem peças de vestuário nem dada que a tape. Sem o mínimo problema de demonstrar que já só lhe resta a dignidade. A dignidade de poder levitar sem que nada se levante. A dignidade de quem cavalga um cavalo demasiado velho e cansado, mas que mesmo assim tenta manter a postura de um cavaleiro andante…

E com isto…com isto talvez aprenda pouco. Aprendo que me sinto insanamente mais louco. Que é, cada vez mais, na loucura que resido. Que é aí que me encontro, única e exclusivamente comigo. É aí que sei que me vou encontrar, sempre em busca do irreal que julgo estar na realidade indisfarçável que encontro com o passar da idade…

Sim, estou aprendendo. A ser um mártir numa causa que, de justa, nada tem. A ser um ser que apenas sonhou em vir a ser…alguém. Alguém que sonhava, que vivia, que lutava pelo que sonhava e pelo que vivia. Alguém que ousava ter o brilho do olhar que sonhara um dia e a magia do sorriso que gostava que estivesse presente onde e quando mais fosse preciso…

Sim, estou aprendendo. A ser herói de uma guerra em que só eu combato. A ser vilão que foge e se esconde no meio do mato. A ser juiz de um tribunal que nada condena e nada absolve. A ser solução de um problema que tudo complica e tudo resolve…

Sim, estou aprendendo. Estou aprendendo a aprender qual a melhor forma de, a mim mesmo, suster. Por isso mesmo vou sustendo a respiração, vou procurando deixar que deixe de bater aceleradamente o coração. Vou aquietando-me na inquietude inquietante que me assola neste ou naquele instante em que não me encontro presente nem tão-pouco distante. Vou sorrindo parcamente ao choro que me visita amiudemente, esperando que o amanhã traga um choro que me mereça um sorriso diferente…

Sim, estou aprendendo. Aprendendo a saber lidar com o que mais ninguém lida: os problemas, as loucuras e os desvarios desta que, não sendo perfeita, continua sendo a minha vida…

Sim, a minha vida…na qual busco a perfeição que toda a gente garante que não existe. Talvez por isso não consiga andar mais sem aprender. Talvez por isso me sinta triste. E não sei quando irá isto passar. Mas sei que um dia alguma coisa acabará por surgir…e a partir daí, sim, “há-de haver onde começar”…

Nota do Autor: tenho saúde, a minha família (pais e mano) está bem e tenho amigos…apenas e só para não se preocuparem demasiado com as razões deste texto.

Monday, February 25, 2008

Maktub, parte III...


E cá está o terceiro post com textos de Maktub:

“Diz o mestre:

Todos nós precisamos de amor. O amor faz parte da natureza humana – tanto quanto comer, beber e dormir. Muitas vezes sentamo-nos diante de um belo pôr-do-sol, completamente sós, e pensamos:

«Nada disto tem importância, porque não posso partilhar toda esta beleza com ninguém».

Nesses momentos, vale a pena perguntar: quantas vezes nos pediram amor e nós, simplesmente, virámos o rosto para o outro lado? Quantas vezes tivemos medo de nos aproximar de alguém e dizer, com todas as letras, que estávamos apaixonados?

Cuidado com a solidão. Ela vicia tanto quanto as drogas mais perigosas. Se o pôr-do-sol parece não ter mais sentido para si, seja humilde, e parta em busca de amor. Saiba que – assim como os outros bens espirituais –, quanto mais estiver disposto a dar, mais receberá em troca.

(Paulo Coelho, in Maktub)”.

Boa sorte, amigos. Espero que, um dia, todos possamos partilhar um pôr-do-sol ou um nascer do sol…

Maktub, parte II...


Eis o segundo texto de Maktub, de Paulo Coelho, tal como vos tinha prometido:

“Diz o mestre:

Muitas vezes é mais fácil amar do que ser amado.

Temos dificuldade em aceitar a ajuda e o apoio dos outros. A nossa tentativa de parecermos independentes não permite que o próximo tenha oportunidade de demonstrar o seu amor.

Muitos pais, na velhice, roubam aos filhos a oportunidade de dar o mesmo carinho e apoio que receberam quando crianças. Muitos maridos (ou esposas), quando atingidos por certos raios do destino, sentem-se envergonhados por dependerem do outro. E, com isto, as águas do amor não se espalham.

É preciso aceitar o gesto de amor do próximo. É preciso permitir que alguém nos ajude, nos apoie, nos dê forças para continuar.

Se aceitarmos esse amor com pureza e humildade, vamos perceber que o Amor não é dar ou receber, é participar.

(Paulo Coelho, in Maktub)”.

Se me permitem…não comento…

Maktub, parte I...


Adoro ler. Ler e reler. Numa fase em que as noites custam a passar devido à falta de sono, os livros têm sido companheiros fiáveis e fiéis. Estão sempre ali ao meu lado, prostrados na minha mesinha de cabeceira, como que à espera de um sinal meu: um olhar, um piscar de olhos ou simples toque, ao de leve, na capa…

Em mais uma das milionésimas (re) leituras de livros de Paulo Coelho, eis que descubro, ou redescubro, trechos que outrora foram importantes para mim e que me ajudaram a agir ou pensar. Seja em tudo, seja em nada. Mas a verdade é que hoje, passados tantos e tantos anos de leituras de livros de Paulo Coelho, olho para os mesmos ensinamentos e interpreto-os de outra forma. Não, não estou mais sábio. Aliás, não me sinto mais sábio. Sinto-me mais entendido, mais propenso a expor e debater ideias e conceitos que possam ser veiculados, directa ou indirectamente, através dos textos desse grande Mestre que é, para mim, Paulo Coelho…

Hoje deixo-vos um texto do livro Maktub (aliás, até deixarei três textos, mas os outros serão postados noutros posts, passe a redundância):

“Como é fácil ser difícil. Basta ficar longe dos outros e, dessa maneira, nunca vamos sofrer. Não vamos correr os riscos do amor, das decepções e dos sonhos frustrados.

Como é fácil ser difícil. Não precisamos de nos preocupar com telefonemas que precisam de ser feitos, com pessoas que pedem a nossa ajuda, com a caridade que é necessário fazer.

Como é fácil ser difícil. Basta fingir que estamos numa torre de marfim, que jamais derramamos uma lágrima. Basta passar o resto da nossa existência a representar um papel.

Como é fácil ser difícil. Basta abrir mão do que existe de melhor na vida.

(Paulo Coelho, in Maktub)”.

Se me permitem…assino por baixo…

Sunday, February 24, 2008

Do nada...o futuro já tem um passado...


“Senhor,

Não permita que o passado assombre o futuro por querer fazer-se presente
Quando nós sabemos que só há futuro quando o passado não soube nunca estar ausente…

Tanto no passado…como no presente…”

Ao longo da estrada da vida...imagino...


“Imaginei que imaginava. Imaginei que, aos poucos, esta mente minha voava. O céu já não era o limite e as ideias apareciam e rebentavam qual dinamite. Do nada surgiu no horizonte a primeira de tantas explicações para as mais variadas e inimagináveis situações. Do nada, tudo parecia estar ali…porque tinha que estar. Como se as ideias que, entretanto surgissem, fossem lentamente formando um caudal que facilmente acabaria por desaguar num qualquer mar…

Foi então que comecei a imaginar. Imaginei para lá bem longe do que abarca o meu olhar. Vi coisas que sei não serem reais, coisas que sustentam e suportam os meus “ais”. Vi realidades tão oniricamente perfeitas que em certas alturas dei por mim a considerá-las como certas…para logo a seguir sentir que, afinal, o que via eram contos incontáveis por mim a mim mesmo, cenas de histórias que, se a vivi, teimam em manter-se à parte…Como se o afastamento fosse uma grande Arte…

Mas mesmo assim continuei a imaginar. Imaginei que voava de horizonte em horizonte e que pernoitava sempre em cima de um monte. De um monte de pedras, de paus, de memórias e de recordações. De um monte de coisas que só se podem encontrar nos corações…de alguns…E mesmo assim os montes maus eram poucos ou nenhuns. Mas havia montes que se mexiam. E remexiam. Montes que se julgavam maiores do que eu. E às tantas até o eram…

Nem por isso deixei de dormir. Aliás, deixei. Até porque estava a imaginar através da imaginação imaginativa que decorre da minha apetência pouco explicável para o sono. Se dormisse não imaginava – e sim sonhava. Mas o que via não eram sonhos. Até porque os seus encantos não eram tamanhos. Eram normais, banais, mais que habituais…E logo eu que não sou assim. Logo eu que gosto e luto tanto por chegar ao fim. Mas nestas minhas viagens imaginárias nem sabia bem o que fazer. Se abdicava do empenho e entregava as armas ou se lutava até morrer…

Em certas perspectivas imaginativas, lá acabei por não lutar. Talvez por cansaço. Talvez por inércia pura e crua. Talvez porque esta seria mais uma noite, de entre tantas noites, em que iria dormir na rua…

Mas também houve batalhas em que não me rendi. E tão-pouco importa se ganhei ou se não venci. Importa sim saber que pude dar algo mais além do que já tinha dado…A mim, por mim e para mim…E estas imaginações que parecem não mais ter fim…

Continuei a imaginar. Imaginei tanta coisa que batia ao lado! Ai ai…imaginei até que amava e era amado. Uma autêntica anedota mal concebida e enviada por baixo de uma porta. Mas nem foi esta a minha pior imaginação. A pior foi aquela em que realmente descobri o que se passa na minha cabeça, na minha alma e no meu coração…

Aí sim, aí as coisas se complicaram. Ao ponto de me deixar baralhado, confuso e perdido. Ao ponto de desejar tornar-me num belo adormecido…mas que não pudesse nunca ser acordado por um beijo. Sim, foi mesmo esse o meu desejo. Não gostei de ter percebido que o tudo e o nada funcionam como um só bandido: roubam a realidade e transpõem para a ficção ou então fazem o contrário. Trocam-nos mesmo as voltas. Trocam até mesmo o horário…

E já estava eu perdido então, quando algo me captou a atenção. Vinha alguém a caminhar na minha direcção. Mas o vulto ainda vinha longe e distante. E de onde estava não lhe via o semblante. Aos poucos tornou-se nítido quem vinha ali: era eu!

Eu estava a vir ter comigo. Eu vim para salvar o meu amigo. Não que ele precise de salvação, mas sim porque hoje ele precisava de atenção. Não de atenção que se dá ao telefone, no computador ou sei lá onde mais onde. Mas sim daquela atenção de quem sabe estar. No como, no porquê e no onde…

Eu fui ter comigo sem ter que ter dito nada. Não precisava de nada na minha opinião. Mas eu mesmo vim me desmentir. Aliás, vim para me corrigir. Fui ter comigo para dar aquele abraço amigo. O mesmo que se torna no famoso ombro amigo onde todos acabam por procurar abrigo…

Não, eu não precisava de atenção. Não precisava mesmo. A sério que não. Mas ali estava eu perante mim mesmo. A dizer precisamente o oposto. E isso até poderia ter causado um certo desgosto. Mas não. Nem isso nem nada. Já não percebia muito bem que novidade era esta que me trazia a madrugada. Eu comigo mesmo? Mas isso não tem sido sempre assim?

Sim, parece-me que sim. Sou eu quem respondo. Respondo-me a mim. Tem sido sempre assim. E porque mais que digas que não, há-de acabar por ser sempre assim. Porque não receias a mim mesmo. Aliás, porque não me receio a mim mesmo. Sou e serei sempre o teu real porto seguro, o único que te impede de cair mais vezes neste pedaço de chão cada vez mais duro. Porque já não podem ser os meus pais ou o meu mano. Porque já não podes esperar um milagre a cada ano. Não neste aspecto. Não enquanto a Humanidade preferir fingir e continuar a olhar para o tecto…

E por mais que aquilo me fizesse confusão, eu acabei por relaxar. Afinal, se aquilo não era um sonho, então eu estava a imaginar…Que bom! E que rica imaginação…Porém…eu ainda não estou a dormir…E continuo acordado…Que se passa então?

Não sei. Nunca soube. Nem acho que vá saber. E mesmo que me debruce sobre o tema, não decifrarei nunca se houve ou não algum estratagema. Sei apenas que não sonhei, mas imaginei. Sei apenas que não falei nem pedi que me viessem ajudar porque não me sentia a precisar. Mas, mesmo assim, acabei por vir ter comigo mesmo, afim de me auxiliar…

No fundo, não vim só em meu auxílio. Vim, ou fui, também porque me sentia preso neste meu exílio. Exílio de tudo e de nada. Exílio que é noite escura nas minhas manhãs ensolaradas e raios de sol em todas as minhas madrugadas. Apareci porque tinha que aparecer. Porque precisei de mais do que apenas dizer que isto ou aquilo ia acontecer. Precisei de chegar lá e me abanar. Afinal, já estava mais do que na hora…de acordar…”

PS- Saudades de um texto assim…cheio de devaneios...

Será?


Este post foge um pouco aos habituais temas por mim explanados neste meu cantinho. Mas acho que acaba por se justificar…

Nunca tal me tinha acontecido, mas ontem uma mulher deu-me 30 anos!!! Trinta anos!? Como é possível?

Sei que não estou propriamente a ficar novo, mas daí a darem-me 30 anos…

Enfim, penso que este facto merece este singelo registo da minha parte, quanto mais não seja porque nunca me julgaram tão velho…

Será bom ou mau?

Friday, February 22, 2008

Regresso...


Pode estar para breve o regresso…De quem? Ao quê? A onde?

O seu a seu tempo…Mas pode estar para breve o regresso…

Não digo oxalá…Mas digo que pode estar para breve…

Quiçá, tal como o filho pródigo…

Maybe missing you all, already…

...


“Não vejo, mas enxergo…não quebro nem sequer vergo…

Não olho, mas descortino, não toco mas desatino…

Não almejo, mas sei que há desejo…

Não percebo o que me leva a tal desencontro…

Sei que não procuro, mas que mesmo assim o encontro…

Apenas pressinto que esta minha boca

Tem como objectivo…a loucura louca…”


Realmente, não vejo nada neste foto. De facto, nada posso enxergar nesta fotografia. Mas sei que, algures neste mundo, não sou o único que noto…Que noto o que todos já notaram um dia…

E como diria um painel do famoso “Portugal dos Pequenitos”: “ E se mais mar haverá, um dia o Homem lá chegará…”…

PS- Aposto que quando acordar…estas palavras não saberei explicar =)

Muito mais...


Muito mais que uma anel, muito mais que um pequeno aro de metal...Muito mais que um simples sinal...Muito mais que tudo...muito menos que o nada...Muito mais que o Sol que brilha a cada amanhecer...muito mais que o crepúsculo que anuncia a madrugada...

Este sou eu...este simboliza o que sou...as minhas batalhas, as minhas guerras, os meus caminhos, e os rumos que acabo por traçar, mesmo que não saiba para onde vou...

Aqui resido eu...Aqui sou muito mais...do que eu...do que os meus próprios "ais"...

Thursday, February 21, 2008

Senhor...


Senhor,

Vós que tantas vezes me tendes escutado, vós que tanto ouvides de mim, por favor, ajudai-me nesta busca pelo bem supremo. Ajudai-me a suprir as minhas falhas, a vencer as minhas batalhas, mesmo que as perca. Fazei de mim um ser digno de tudo aquilo quanto desejo e auguro para mim e para os que estimo…

Senhor,

Vós que sabiamente tendes me sabido conduzir por estas estradas e por estes caminhos, não me livrai das quedas nem das pedras nem tão-pouco dos espinhos. Fazei, isso sim, com que tais dificuldades sirvam de lição para o meu amadurecimento e para a minha expiação…

Senhor,

Vós que tantos lamentos ouvis de mim, perdoai-me as fraquezas e a minha ignorância. Será sempre feita a Vossa vontade, estou ciente disso. Por isso mesmo, rogo-vos por um pouco (ainda mais) de paciência com este ser que tudo quis ser e que agora nada tem nem parece vir a ter…

Senhor,

Afastai de mim as amarras da irracionalidade fútil e humana, a mesma que não me deixa estar em paz na minha própria cama. Mostrai-me onde residem as minhas forças. Guiai-me e iluminai-me mesmo nos becos mais escuros, mesmo nos mares mais profundos, mesmo nas horas mais tenebrosas…

Senhor,

Renovai a minha fé em mim mesmo. Não me deixai cair em descrédito perante o meu próprio ser, sob pena de vir a perecer. Protegei-me e abençoai-me nas minhas demandas. Estai a meu lado quando as pedras do monte desabarem e quando as trompetes de mil anjos ressoarem…

Senhor,

Sei que não o tenho percebido. Sei que não me sinto digno nem mesmo protegido. Mas sei que o Senhor está comigo. Sei que nunca me faltou nem nunca me tem faltado. Sinto que está agora mesmo, aqui, sentado a meu lado, a ver que o que escrevo não é fingido, mas sim sentido, como que se por outrem fosse ordenado…

Senhor,

Perdoai-me as falhas de comunicação. Mas tenho tido problemas de audição no aparelho que usei, desde sempre, para o ouvir: o coração. Perdoai-me não saber tratar bem dele e não saber como entendê-lo, a ele e a Si, melhor. Ajudai-me a encontrar a cura para tão singelo e puro aparelho, para essa peça tão vital em mim, cujos danos parecem querer empurrar-me para um abismo sem fim…

Senhor,

Penso que a imagem diz tudo. Penso que neste momento em que não falo, dialogo mais do que tudo. Sinto que a batalha que estou a travar não pode agora nem nunca acabar. Sinto que mais há-de vir. Sinto que um dia irei sorrir por, finalmente, ter podido perceber o que, humildemente, me quiseste dizer…

Senhor,

“Pai, não compreendo teus planos, mas tu conheces o meu caminho”…

E apesar de saber que estás comigo, não me deixes nunca sentir que me encontro sozinho…

Wednesday, February 20, 2008

Carta...


Há uns tempos atrás escrevi uma carta. Uma carta para mim mesmo. Espantados? Não fiquem. A carta foi escrita por mim, logo, pensei que o destinatário ideal seria eu mesmo. Contudo, esta carta poderia ter sido escrita para qualquer pessoa, visto que todos passamos, mais ou menos, pelo mesmo…

Hoje publico esta carta por me encontrar…descartado. Sinto-me uma carta fora do meu próprio baralho. Sinto que já não sou eu a baralhar e a dar o jogo. Sinto-me um Joker que só tem validade neste ou naquele jogo. Sinto-me…como descreve a seguinte carta:

“ Eis que por fim ganho coragem e me sento para escrever isto. Há muito que desejo escrever-te esta carta. Há muito que sinto a necessidade de expulsar do meu peito todas as palavras, todas as mágoas e todas as ânsias que sinto em mim mesmo…

Nunca pensei que me deixasses assim. Nunca pensei que pudesses ser ausente de mim. Nunca acreditei que não me adaptasse à tua ausência sempre presente, mas a verdade é que não estou adaptado. A verdade é que me sinto um pouco transtornado e não raras vezes paro, olho e vou à tua procura no meu passado…

Se soubesses o quanto me custa não poder te dizer o que quero e o que sinto. Se soubesses quantas vezes a mim mesmo minto, negando-me a certeza e provocando-me a dúvida do que sinto…

Se soubesses o quanto gostaria de te olhar de frente e dizer que não me sinto diferente e que não, tu não me és indiferente. Não poderias nunca ser…Até porque em ti resido eu e todo o meu ser…

Se soubesses o quanto peno por não estares aqui. Se soubesses o quanto fui já feliz em ti. Se soubesses que dor é esta que me consome e não me deixa levar a vida como tantos fazem: como se fosse uma festa…

Se soubesses o quanto dói saber que nunca te irei dizer tudo o que tenho cá dentro. Se soubesses o que daria para te ter em mim, de novo, apenas e só por um momento. Se soubesses as noites passadas em claro à minha procura, para no fim começar a achar que fui varrido pela loucura…

Se soubesses…se eu próprio soubesse onde estou…onde estás tu e para onde, sem ti, sinto que nunca mais vou…Se soubesse que ia ser assim, talvez tivesse arriscado um outro que não este fim…

Se soubesse que ainda me iria voltar a ver, que meu corpo a minha alma voltaria a receber. Se soubesse que sem mim o vazio seria tanto, talvez um dia tivesse fim este meu pranto…

Ah, se soubesse que tu sabias que era de mim que sinto falta. Se soubesse que ia estar aí, junto a ti, e algures, ao pé da malta…Mas não sei…

Não sei se um dia saberás que escrevi isto para mim, pensando em ti…nem se saberás que escrevi isto para ti, pensando em mim…Não sei nada mais para além de que tudo um dia tem um fim…

Triste de mim sem mim…Triste a tristeza de ver nascer um fim…Triste a sina de quem se perdeu de si mesmo e que não teve nem terá nunca o apoio necessário para que este texto se torne lendário…

Não que eu queira tal alcançar. Quero apenas poder continuar a sonhar que um dia nos havemos de encontrar, reencontrar, para nunca mais, ou até à próxima vez, nos separarmos. Quero apenas poder sentir que não me vou extinguir no fogo que aos poucos me consome e me deixa à beira de um ataque de loucos. Quero apenas saber que um dia vou poder olhar para mim e que vou reconhecer o não que um dia teimou em ser mesmo não, mas que acabou por ser sim…

Se soubesses quantas vezes me vi ao pé de mim enquanto isto escrevi…Parece que estiveste aqui e sempre ao meu lado…Acho...aliás, tenho a certeza que te vi…”

Saturday, February 16, 2008

Há (e tenho) que ser diamante...


Estou num daqueles dias em que se me deixarem (aliás, se me deixar a mim mesmo), creio que não farei mais nada senão escrever. Sim, gosto de escrever. Liberta-me a mente, ajuda-me a lidar comigo mesmo. Faz-me sentir que sou útil, algures, em mim mesmo. Mas hoje sinto que o processo “ideológico-criativo” está demasiado activo, demasiado criador. Não sei se isso é bom ou se é mau…

Apenas sei que hoje o dia passou a voar. Qual cometa…E se para uns isso é bom, para mim não. Talvez por isso a minha massa cinzenta se sinta tão necessitada de transformar ideias em textos, pensamento em palavras, teorias em actos…

Mas não posso. Não pode ser. Não posso agir. Posso apenas, e muito comedidamente, escrever. E mesmo na escrita não me posso dar ao luxo de ser livre. Eis uma veleidade que não me permito. Não posso ser já livre como ser pensante que pensa e idealiza o que quer para a sua escrita. Ainda não estou preparado…

Acima de tudo, porque de quando em vez sinto-me atingido. De uma ou de outra forma, isso acontece sempre em fases em que me julgo poder libertar de certas amarras. Talvez seja o destino a fazer das suas. Talvez seja Deus a testar-me através dos seus insondáveis métodos. Talvez…

E a cada golpe…uma lição. Uma ilação. Uma oportunidade de parar, falar, ouvir e escutar o que me diz a minha mente, o que me conta o coração…

Hoje, em mais uma pesquisa “internética”, descobri uma frase que assenta como uma luva neste dia estranho que estou a ter. Aos que se revêem nela e a todos os que vivem esta vida – creio que esta frase pode ajudar a todos. Espero que gostem…

“Faz da tua alma um diamante. Por cada novo golpe uma nova face, para que um dia ela seja toda luminosa”. (Rogelio Stela Bonilla)

Um dia…um dia…

Há muito que...

Há muito que conheço uma frase de Madre Teresa de Calcutá que espelha, na perfeição, o que sinto por estes dias (que é como quem diz, nos últimos meses). A frase não é excepcionalmente complexa. Antes pelo contrário: é a sua simplicidade que “assusta”…

Há muito que ambiciono escrever e escrever e escrever…até não poder mais ou até deixar de ter ideias. Mas os textos que me vão surgindo mentalmente em catadupa acabam sempre por dar a ideia de que realmente estou…qualquer coisa…

Não quero nem vou definir o que estou. Sei o que sou, o que quero e julgo poder alcançar o que um dia sonhei, o que outrora ambicionei. Mas encontro-me, por vezes, num estado que nem eu próprio sei se sei…

Mas saber isso já é saber algo, não? Sim. Ou não. Ok, talvez. Mas sinto que tenho que passar por isto. Sinto que um dia, algures, com mais ou menos forças há-de chegar a minha vez…

Há muito que…há muito que muita coisa vagueia na mente deste pobre ser presente e ausente de si mesmo. Há muito que procuro num mar as forças que me levem a aguentar, a mais um dia encarar e em mais uma batalha triunfar…

Há muito que neste leme sou mais do que eu, como diria o grande Fernando Pessoa. Há muito que sei que esta vida é e será, desde que eu faça por isso, sempre boa. Há muito que deixei de ter em mim as coisas que me fazem ser assim…

Há muito que nas ondas procuro conforto. Há muito que as contemplo com olhos de garoto. Há muito que sigo atentamente o seu ondular e que as vejo junto a mim, calma ou bravamente, rebentar. Há muito que me sinto náufrago do meu próprio mar. Mas é nesse mar que quero navegar. É nestas ondas que pretendo mergulhar, seja em tardes de Primavera, seja em noites de luar. É nestas águas que me quero banhar e é nelas que espero poder a minha vida poder passar. Pois sem este mar que é meu sou como o fogo roubado por Prometeu: inofensivo e vulgar…

E não é isso que quero para este meu mar. Este meu mar há-de ser o mar dos mares. E nele não haverá lugar para infortúnios ou azares. Nele reinará apenas a ventura e a alegria. Nele mergulharão todos os que me ajudam no meu dia-a-dia, todos os que pretendem ajudar-me a alcançar a minha verdadeira alegria…

Mas até lá, não posso deixar de pensar como a saudosa Madre Teresa de Calcutá. Como sábia que foi, soube enxergar aquilo que muitos não querem ver. Eu vejo-me obrigado a ver. E sinto que é isso que quero abarcar: a minha própria ideia do que são as coisas para mim…a minha própria ideia do quê, de quem, como, onde e porquê há-de ser o meu mar…

A finalizar, a frase:

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota” (Madre Teresa de Calcutá)

Há muito que, sem estar escrito, está muito mais para além do que aqui está escrito…

Friday, February 15, 2008

Olhar...


Nem eu diria melhor...

Thursday, February 14, 2008

Onda de Amor...


Tal como a foto que ilustra este post, creio que o Amor é como uma grande onda: belo, forte e poderoso. Contagia tudo o que se encontra à sua volta e arrasta quem experimenta tal sensação. Tal como uma onda do mar, o Amor quer-se grande, vistoso, vivo…

Surge isto a propósito do dia de hoje. Dia de São Valentim. Dia dos Namorados. Pessoalmente, considero esta data mais uma daquelas em que o sentimento deixa de ser celebrado e dá lugar ao consumismo fácil e oportunista, em que as prendas parecem dar o real valor do sentimento que alguém sente. Se discordam, tudo bem, estão no vosso direito. Mas, para mim, este é um facto indesmentível…

E não o afirmo por passar este dia sozinho, sem planos e sem companhia absolutamente nenhuma. Não esperava que assim fosse, é verdade, mas a vida tem destas coisas. Talvez um dia eu volte a poder passar esta data com alguém…

Mas irrita-me perceber (na minha modesta opinião de observador humano) que as pessoas parecem desprezar e desvalorizar o Amor. Meus amigos, amem. Não tenham medo. Eu próprio sinto algum receio deste sentimento, sou-vos sincero. Deus sabe o quanto passei nos últimos tempos, mas se hoje escrevo isto é porque estou vivo. Não quer dizer que esteja ciente do que é o Amor, realmente. Nem que saiba tudo o que há para saber sobre tão nobre sentimento. Mas sei o suficiente para vos pedir que arrisquem, que assumam que amam e que gostam de amar. Não deixem para logo o que deveria ter sido dito ontem ou anteontem…

Amai, caros amigos. Amai e deixa-vos transbordar desse sentimento. Procurem o Amor em tudo e em nada. Queiram encontrá-lo na luz da manhã ou no escurecer que anuncia a nova madrugada. Arrisquem procurar ser banhados por ondas e ondas de Amor…

Sejam como a areia que se encontra a beira-mar: deixem-se levar pelas ondas do Amor. Sigam o rumo por ele traçado, por vós mesmos sentido e por Deus desejado. Sintam-se abençoados sempre que olharem para quem se encontra diante de vós e perceberem o brilho no olhar que contemplam. Sorriam puerilmente quando perceberem que o olhar fala mais do que qualquer palavra alguma vez dita. Alegrem-se por ter alguém com que partilhar tudo e mais alguma coisa…

Amem…Deixem-se amar…Olhem e contemplem o Amor…como se contemplam as ondas do mar…

PS- Para quem tem namorado ou namorada, aqui fica o meu mais sincero desejo de um feliz Dia dos Namorados.

Tuesday, February 12, 2008

O peso do mundo...


Às vezes sinto-me cansado. Aliás, muitas vezes, para ser sincero. Umas vezes porque a vida tem um ritmo que custa a acompanhar. Outras, porque o mundo parece dobrar o seu peso, alojando-se sobre nós...Sobre mim, neste caso...

Creio que todos passamos por isto. Não sei se é bom ou se é mau. Apenas sei que cada vez mais sinto o peso do mundo. Não aquele peso pesado, difícil de carregar. Sinto apenas o peso do mundo. Do meu mundo, do nosso mundo, de todos os mundos...

Não, isto não é uma queixa. Tão-pouco é uma crítica ou um desabafo. Este post é apenas e só uma constatação, um reconhecimento de algo que afecta boa parte daqueles que andam por aí, neste mundo tão peculiar e tão belo...

O peso do mundo...O peso do mundo não pode ser medido nem quantificado. Cada um sente-o à sua maneira. A interpretação que damos ao peso que sentimos difere das vivências, das experiências e da capacidade guerreira de cada um de nós...

E se falo em guerra, por favor, não levem a mal. Não é o sentido literal do termo que deve ser considerado, mas sim o sentido figurado, aquele que define a batalha diária que é a vida em si. Esta sim é a guerra que vale a pena: a da Vida. Não a guerra do Iraque, a dos dólares ou a do petróleo. A guerra da Vida é a mais importante. Lutar por vencer todo e qualquer obstáculo deveria ser mais importante que um qualquer barril de petróleo. Mas não é...Ainda...

Eis o peso do mundo. Eis o peso que sinto. Eis o peso que ameaça ser fardo, mas que acaba por ser apenas fado. Um fado sem guitarras, sem acordes e sem negrume. Um fado que carrego e que levo comigo para onde quer que vá. Um fado que pesa mais do que tudo. Um fado que é, também, o fado do peso do mundo...

*(Post inspirado numa conversa sobre o peso das coisas e o peso do mundo. Como alguém acabou por concluir, "apesar de todos os problemas, sempre se consegue arranjar solução para tudo". Quero acreditar que sim. Mas mesmo que tal não aconteça, obrigado por tais palavras. Sempre deram para aliviar um pouco o peso das coisas...)

Sunday, February 10, 2008

Uma questão de perspectiva...


A frase que vos deixo hoje neste post é de um autor desconhecido. Independentemente disso, quero apenas vos mostrar algo que todos já sabemos, mas que às vezes esquecemos: a perspectiva da Vida…

No Amor, na amizade, no trabalho ou no simples dia-a-dia, tudo é o que é e vale o que vale consoante os nossos próprios olhos. Eu sei que não é fácil ser-se sempre positivista (a quem o dizem), mas há que tentar. Há que ter fé. Acreditem que se eu não tivesse fé…

Seja como for, esta frase encaixa na perfeição no seguimento de ideias que pretendo dar a esta fase da minha vida. Apesar de não ter muitas rosas neste momento (para ser sincero, quase que só vejo cactos, mas podia ser pior…), não posso deixar de contemplar a sua beleza natural. E uma rosa no meio de um deserto repleto de cactos sobressai sempre, e muito mais, do que um cacto no meio de um jardim cheio de rosas…

Como tal, eis que partilho com o mundo a minha perspectiva pessoal sobre as rosas (se é que dá para falar no plural) que ainda tenho o privilégio de poder cuidar e contemplar. Procurem cuidar do vosso jardim. Seja ele como o da Babilónia, seja ele como o de um descampado. Procurem ver bem o que têm. Afinal, é tudo uma questão de perspectiva:

“Há pessoas que choram por saberem que as rosas têm espinhos; outras há que sorriem por saberem que os espinhos têm rosas”.

Sempre vossos, LF e WAP.

Sempre em busca de algo mais...


Quero muito ir mais além. Quero muito ser mais do que sou. Quero muito ultrapassar todas as barreiras, todos os obstáculos que a vida me impõe. Quero muito atingir o que ninguém ousou antes atingir: o Nirvana aqui na Terra…

Quero muito ser mais do que eu. Quero muito (caso um dia venha a haver um alguém) ser teu. Quero muito ser poeta, lírico e amador. Amador daqueles que amam, que dão e que se dão a esta e a outras vidas. Quero muito mesmo…

Quero muito poder falar abertamente com…Falar não, peço desculpa. Quero muito conversar com…Com alguém que saiba, que queira e que não se importe de conversar. Com alguém que não se deixe seduzir pela selvática vida que vivemos e que nos suga para um abismo de invisibilidade e de marginalização do próximo e até de nós mesmos…

Quero muito…pouca coisa…Apenas quero ser feliz. À minha maneira, claro está, mas isso não é pedir muito. Apenas quero ser feliz. É disso que ando à procura. Há dias em que o consigo. Há outros em que mais vale nem tentar. Porquê? Um dia saberão…

Até lá, quero continuar a querer. Quero continuar a acreditar. Em mim, nisto, naquilo e em nada mais que o tudo que desejo. Quero continuar a lutar, a querer lutar. Quero continuar a viver em prol deste objectivo que a Felicidade. E embora Jesus tenha dito que a “Felicidade não é deste mundo” (e eu sei em que âmbito isto foi dito e acredito nas Suas palavras), sei que posso fazer por começar a alcançá-la aqui, nesta vida, neste plano vivencial…

Mas a vida não facilita, não desarma nem baixa as suas guardas. Eu bem tento, mas a cada passo, zás, nova queda, novo trambolhão. Às vezes a queda é por uma ribanceira abaixo e só paro quando me estatelo lá no fundo, bem lá no fundo. Às vezes demoro horas a sair dali. Ou dias. Ou meses. Mas saio. A muito custo, mas saio…

E parto novamente em busca do mesmo destino, da mesma meta. Uns dias com mais e outros dias com menos vontade, desejo ou ambição. Mas quando assim é deixo-me estar e procuro ouvir quem em mim manda, ou seja, eu mesmo…

Tudo isto porque quero continuar a lutar. Essencialmente por mim. Naturalmente por todos os que acreditam no mesmo que eu: que é possível ser feliz. E se para uns acredito que possa ser uma peça fulcral para a sua Felicidade (falo dos meus pais e do meu manito), para os outros espero poder contribuir de alguma forma para os ajudar. Num reparo especial e dirigido às senhoras…um dia, quiçá, saberei como lá chegar…

Para todos aqueles que se revêem neste texto, deixo-vos um provérbio chinês alusivo ao tema que dá nome a este post. Ao fim e ao cabo, estamos sempre em busca de algo mais. E quando as coisas vos parecerem difíceis, leiam ou releiam ou lembrem-se disto:

“Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol”.

Sempre vosso, LF.

Monday, February 04, 2008

Um desejo singelo...


Desejo uma óptima semana para todos os que costumam passar por este meu cantinho e para todos os que se encontram mais cansados, desanimados e coisas do género...Qualquer coisa, contem comigo...

Um dia...quem sabe...


Um dia, quem sabe, falarei e, quem sabe, alguém há-de falar...Um dia, quem sabe, haverá palavras, mais que suficientes, para descrever o que eu soube captar...

Sunday, February 03, 2008

Oração...


Eu vos peço, Senhor…

Peço-vos paz, amor, saúde e felicidade para todos. Peço para mim, para a minha família, para os meus amigos e seus familiares, para todos os que habitam nesta vida. Peço que ajude e dê forças a quem quer acreditar, mas a quem já lhe faltam algumas forças. Peço que ilumine e oriente sabiamente, como sempre, os caminhos daqueles que comigo falam, desabafam, contam ou relatam as mesmas coisas que vós sabeis, por serdes tão sábio e sempre omnipresente…

Peço-vos que lhes dê o dobro ou o triplo do que quero para mim, e que com isso eles possam ser felizes. Gostaria de, um dia, os ver a todos felizes e sorridentes, deixando para trás, e lá bem longe, a noção do que é a falta de alegria. Quero muito vê-los cheios de bons sentimentos e com as auras puras e límpidas. Desejo muito que as coisas más deles se afastem e que desapareçam, de uma vez por todas, das suas vidas e de todas as vidas…

Peço-vos que os ajude a procurar conforto e sossego nos seus desígnios, nas suas decisões, nas suas palavras, Senhor. Que a esperança, mesmo que remota, de um dia melhor possa florescer e desabrochar numa certeza e numa fé inabaláveis de que tudo irá correr bem…

Peço-vos, ó Senhor, que estes meus pedidos sejam atendidos e escutados, como sempre o foram até hoje, e que a felicidade daqueles a quem toco, ou posso tocar, seja, no mínimo, sempre igual ao carinho e à devoção que sinto e nutro por eles…

Eu vos peço, Senhor, porque creio em Si…Porque creio que sim, que é possível ver o mar azul a brilhar, mesmo se navego nele aquando da tempestade. Mesmo que, por vezes, não o demonstre e tenha atitudes típicas de quem não crê…

Eu vos peço, Senhor…Porque quero pedir…Porque tenho que pedir…Porque peço de alma e coração…Porque sei que há sempre um “sim” depois de um “não”…Porque creio…

* Esta "espécie" de oração é dedicada a todos os que comigo privam, directa ou indirectamente. Mas, e porque isto surgiu após uma ligeira conversa com uma pessoa amiga, gostava de lhe dedicar, não mais em particular, mas sim de forma explícita, estes dizeres. E como diria uma música que ambos conhecemos “Vai ficar tudo bem”…É isso que importa…É esse o espírito…

Tenham calma...


Tenham calma…

A todos os que já se demonstraram preocupados comigo devido ao post anterior a este, peço-vos calma. Estejam tranquilos que eu continuo aqui, o mesmo de sempre: o mesmo amigo, o mesmo chato, o mesmo que não desabafa e que depois escreve assim, desta forma tão…estranha…

Tenham calma…

Nem tudo pode estar bem, mas se soubessem o porquê de tudo, talvez percebessem um pouco a explosão que acabou por rebentar naquele post. Mas estou bem…

Não é comum responder “directamente” àqueles que falam do que escrevo, mas pela vossa atenção e preocupação, acho que deveria fazer isto: escrever um post para vós…

Muito obrigado por tudo o que me disseram desde que leram o que leram e interpretaram o que interpretaram. Mas só eu e Deus é sabemos verdadeiramente qual o alcance daquelas minhas palavras...

Não posso garantir que não volte a acontecer, mas o que importa é que tenho amigos como vocês. O resto...o resto há-de vir…

Fiquem bem, em paz e na companhia do Anjo da Calma (foto que ilustra o post)…

Muito obrigado por tudo…

Friday, February 01, 2008

Dor...


Dói-me…

Dói-me a alma. Sinto-a dorida depois de tudo e de nada, depois do amanhecer e da madrugada. Sinto-a fraquejar cada vez mais por não poder ser mais e mais do que aquilo que eu próprio exijo a mim mesmo. Sinto-a debilitada ao ponto de não querer mais alcançar o fim da estrada. Não por temer o fim, mas por saber que já não tenho forças em mim…

Dói-me o coração. Dói-me este pedaço de mim que procura dizer o sim através do não. Dói-me esta área tão pequena e tão gigantesca que guarda memórias desta minha vida pitoresca. Custa-me ouvi-lo chorar sempre que não ouve aquela melodia ou quando não sente aquela fragrância. Custa-me saber que respira com dificuldade apenas porque me encontro num além mais além que a Eternidade…

Dói-me todo o meu ser. Dói-me tudo o que pode ser e não ser. Dói-me tudo o que procura ver e querer o que se quer por se poder ter, mesmo que não se tenha o que se pode ter, mesmo que veja o que não se tem, tendo-o mesmo sem querer…

Doem-me as madrugadas preso à ilusão de que não tenho coração. Doem-me as horas passadas em branco, seja deitado na rua, na cama ou num banco. Doem-me as lágrimas que escondo por saber que o que tenho nada tem de hediondo. Dói-me o peito por ter sido eleito por mim próprio para defender uma verdade que mais parece uma mentira de Pinóquio. Magoa-me ser e estar a ser o ser que está porque tem de estar, mas que não deveria gostar se não está a ser o que gostaria de ser e de estar…

Doem-me as lágrimas que não derramo com os olhos. Doem-me as dores que em mim aparentam ser aos molhos. Dói-me o ver-te e o contemplar-te numa esfera mais longe do que daqui a Marte. Dói-me saber que escolhi a dor como caminho para poder enfrentar isto sozinho…

Dói-me saber que já nada temo. Nem a vida nem o perecer. Dói-me saber que o que mais quero é acabar com a dor que escolhi fazer-me doer. A mesma que sei que há-de continuar…aconteça o que acontecer…

Dói-me estar aqui a escrever sobre isto. Dói-me não poder desabafar sobre isto. Dói-me saber que choro compulsivamente e que a cada letra a dor me deixa mais dormente. Dói-me saber que escolhi a sofreguidão como forma de apaziguamento deste meu coração que já nem diz que sim, nem diz que não…E nada diz porque pouco lhe importa o como e o porquê de se ser feliz…Logo o objectivo que eu sempre quis…

Dói-me saber que desejo o que desejo. Dói-me saber que tudo e nada desejo e que tanta tristeza para mim mesmo ansejo. Dói-me saber-me assim. Dói-me saber-me no princípio do fim de algo que nada nem ninguém pode imaginar. Dói-me saber que nada nem ninguém me pode ajudar…

E será que será mesmo assim? Eu sei que sim. Mas os que crêem que me podem ajudar que se cheguem a mim. Que me guiem e que me mostrem que a falta de caminhos não significa o fim. Que me demonstrem que estou errado e que vale a pena escolher ser massacrado, torturado, etc e tal…Que me mostrem que ainda há algo mais afinal…

Algo que me faça sair do limbo…Algo que me faça não desejar tal sorte…Algo que me faça ver que a desventura é a face mais próxima da loucura que é a morte que nos faz morrer por dentro sempre que ousamos albergar um sentimento…

Dói-me…Dói-me tanto ser e estar assim…Dói-me tanto saber que mais uma noite se perdeu, que mais uma vez quem se tramou fui eu por querer o que ninguém quis desde Prometeu: o fogo que arde nos olhos de quem não nos encara, o sorriso na face de quem nos olha de soslaio, a expressão de quem nos deseja como os estudantes que anseiam pela Queima das Fitas em Maio…

Não estou sóbrio…Mas não estou ébrio. E se ébrio pudesse estar, não seria de álcool ou de nada do género. Se pudesse estar, estaria ébrio de mim mesmo. Estaria ébrio do meu coração, da minha alma e do meu ser. Estaria ébrio por desejar o que poucos desejam ter: o Fado de ser alguém que estima alguém que não se vê…nem se quer deixar ver…

Por isso, caríssimos, a Dor é minha companheira. Porque sabe que lenha arde nesta minha fogueira. Porque sabe que não consigo suportar isto uma vida inteira, mas que estou disposto a cair de pé. Porque sabe que isto vale o que vale e é o que é. Porque sabe que na Dor tenha a companhia que desejo desde que não tive o abraço ou o beijo que sei não ser descabido, que sei ser por ambos, ou muitos, pretendido…

Dói-me saber que não sei o que será de mim depois de concluir este texto. Dói-me saber se tudo isto não é mais um pretexto para justificar esta minha louca insanidade que agrava-se e apura-se com o avançar da minha idade. Dói-me ter tanto para dizer e não ter ninguém para escutar. Dói-me saber que tenho quase tudo o que preciso e quase tudo o que sempre quis…E mesmo assim falta-me algo poder dizer que sou feliz…

O que falta? Falta não sentir dor na alma. Falta não estar disposto a esperar pela hora que acredito que vai chegar. Falta ser menos humano e mais divino. Falta ser menos divino e mais humano…Falta o que falta a quem sente falta…

Faltas…Falto…Sobra a dor…Que não arranja amigos…E que assusta a malta…