Sunday, September 28, 2008

La vida e sus mistérios...


Si por un instante Dios se olvidara
De que soy una marioneta de trapo
Y me regalara un trozo de vida,
Posiblemente no diria todo lo que pienso,
Pero en definitiva pensaria todo lo que digo.

Daria valor a las cosas, no por lo que valen,
Sino por lo que significan.
Dormiria poco, soñaria más,
Entiendo que por cada minuto que cerramos los ojos,
Perdemos sesenta segundos de luz.

Andaria cuando los demás se detienen,
Despertaria cuando los demás duermen,
Escucharia cuando los demás hablan,
Y como disfrutaria de un buen helado de chocolate.

(…)

No dejaria pasar un solo dia
Sin decirle a la gente que quiero, que la quiero,
Convenceria a cada mujer u hombre de que son mis favoritos
Y viviria enamorado del amor.

A los hombres les probaria cuán equivocados estan
Al pensar que dejan de enamorarse cuando envejecen,
Sin saber que envejecen cuando dejan de enamorarse.
A un niño le daria alas,
Pero le dejaria que el solo aprendiese a volar.
A los viejos les enseñaria que la muerte
No llega com la vejez sino com el olvido.

Tantas cosas he aprendido de ustedes, los hombres.
He aprendido que todo el mundo quiere vivir
En cima de la montaña,
Sin saber que la verdadera felicidad está
En la forma de subir la escarpada.

He aprendido que cuando un recién nacido
Apietra com su pequeño puño,
Por vez primera, el dedo de su padre,
Lo tiene atrapado para siempre.

He aprendido que un hombre
Solo tiene derecho a mirar a outro hacia abajo,
Cuando há de ayudarle a levantarse.
Son tantas cosas las que he podido aprender de ustedes,
Pero realmente de mucho no habrán de servir,
Porque cuando me guarden dentro de esa maleta,
Infelizmente me estaré muriendo.

Gabriel Garcia Marquez (2000)

* Obrigado Mónica por me teres dado a conhecer este texto. Cada vez mais faz sentido

* Se pudesse resumir a vida, fá-lo-ia assim…

Saturday, September 27, 2008

Carta de Seth...


Há meses que ando para colocar este vídeo no meu blog. No entanto, houve sempre algo que me disse para não o fazer, para esperar pela altura certa…

Sinceramente, não sei se esta é a melhor altura, nem tão-pouco se é a altura certa. Sei apenas que sinto que devo fazer isto…

A mensagem contida neste vídeo serve para todos quantos partilham um ideal; todos quantos suspiram, anseiam e sonham com um sonho a dois; todos quantos ainda acreditam na força e na perseverança do amor…

Quando vi isto pela primeira vez, pensei logo em dá-lo a conhecer. Mas preferi ser egoísta, digamos assim, e preservá-lo comigo. Talvez porque ao fazer isso também me preservasse a mim…

Hoje, nesta tarde de sábado, a minha preservação deixa de ter interesse e fazer sentido…

Até porque já não há nada a preservar…

Espero que gostem...

De regresso...


Estou de volta…

De volta ao meu mundo cheio de problemas, de crises e obstáculos. De volta ao meu mundo cheio de tristezas, decepções e desilusões. De volta ao circo da vida, no qual nem sempre tenho disposição para ser palhaço…

Neste instante penso em algumas coisas que ocorrem na minha vida e concluo que é triste ser como sou. Acabo por estar sempre “preso”…preso por ter cão e preso por não o ter…

Não peço que me percebam, nem me entendam ou compreendam. Peço apenas que me respeitem, que me indaguem se tiverem dúvidas, que me questionem se tiverem algum problema…

Pois só assim a vida funciona, pois só assim evitam-se algumas tragédias e outras tantas tropelias…

Só assim…

Monday, September 15, 2008

E se eu pudesse fazer um milagre...?


Milagres…

Há quem acredite, há quem não acredite…

Como em tanta coisa na vida, falar de milagres é falar de algo subjectivo, abstracto, algo que não será nunca consensual (com alguma pena minha, devo confessar…) …

No entanto, e se o ser humano fosse capaz de fazer milagres?

E se eu pudesse fazer um milagre, um único que fosse?

A minha resposta é só uma: acreditem que o faria…

Assim foi...


O Sol começava a emergir no horizonte. Os primeiros raios de sol irrompem e indicam o caminho à luz, ao nascimento de um novo dia, à vida…

Na minha varanda preferida em toda esta cidade, ali estava eu, sozinho, agasalhado apenas com uma manta e acompanhado apenas de uma garrafa de água. O nevoeiro começa a se dispersar e ao longe o amarelo anuncia a chegada triunfante do astro-rei…

Ao mesmo tempo, o verde torna-se mais vivo, as gotículas do orvalho matinal banham-me a face e a cabeça e o azul do céu torna-se mais intenso. O espectáculo é deveras magnífico, divinal mesmo…

Já estou a chorar…aliás, já estava a chorar. Queria poder guardar aquele nascer do Sol e levá-lo até à minha mãe…Queria que alguém estivesse ali comigo…Não um qualquer alguém, mas sim alguém que compreendesse, que tentasse compreender…Queria tanto não me sentir tão só como me senti naquele momento…

Os minutos passam e eu permaneço ali. Continuo a contemplar o Sol que nasce, o Sol que me banha e me aquece com os seus raios. Sinto-me quase que abraçado por estes raios, como se eles fossem braços de um Sol que não me quer deixar sentir esta tristeza que me consome…

Tento sorrir, mas não consigo. Mas as lágrimas terminam. O rosto molhado recebe agora as carícias de uma brisa matinal leve e fresca, e acaba por ficar enxuto. Os olhos, ainda que inchados, conseguem distinguir o cor-de-laranja do amarelo de um Sol que agora já se encontra um pouco mais acima do meu horizonte…

É hora de regressar a casa. Volto a “examinar” a “minha” varanda. Há muito que não parava ali. Despeço-me com a mesma saudade com que um dia lá entrei e saúdo o Sol com um até mais ver dito não com os lábios, mas sim com o coração…

Estou de regresso a casa e, pelo caminho, agradeço a Deus. Por mais um dia, por mais um nascer do Sol e por mais esta demonstração de toda a Sua magnitude e toda a Sua força. Cada dia que passa é menos um dia, é menos uma oportunidade…

Quem me dera que assim não fosse…Quem me dera que assim não fosse…

Saturday, September 13, 2008

Constatação de uma vida...


Começo a reparar que na minha vida esta é a única constatação possível...Seja em que campo for, por mais que faça, por mais que lute, "in the end it doesn't even matter..."

Friday, September 12, 2008

Um pensamento...


"Quanto maior é o meu medo em relação a uma coisa, mais certeza tenho de que devo fazê-la..."

Thursday, September 11, 2008

De mim...para mim...e não só...


Ah…

Quanta dessa tua vontade não será fruto da tua insanidade?
Quanta dessa tua loucura não será, afinal, a tua grande aventura?
Quanto desse teu pranto não será, quiçá, o teu escudo, o teu manto?
Quanta dessa tua saudade não será a amostra da felicidade?
Quanto desse teu brilho não será estrada, não será trilho?
Quanto desse teu sorriso não será a fuga para o paraíso?
Quanta dessa tua ilusão não será o teu asfalto, o teu chão?
Quanta dessa tua utopia não será a tua realidade um dia?
Quantas dessas tuas expressões não serão amores, não serão paixões?
Quantos desses teus pensamentos não serão, no fundo, os teus tormentos?
Quantas e quantos, pouca importa a quantidade,
Importa sim saber que se pode ser eterno mesmo tendo vivido a efemeridade!

Cansado...


Mais uma noite em claro…

Já perdi a conta de quantas destas noites fizeram parte do meu real imaginário nos últimos meses. O corpo ressente-se, a alma também, a mente urge por sossego e a percepção das coisas torna-se mais complicada, mais difusa…

Começo a notar o extinguir de certas forças. Sinto que há momentos em que tudo assume um formato slow motion. Nessas alturas vejo-me obrigado a redobrar a atenção, a despender ainda mais energias para poder estar aqui, mesmo não estando…

No “Clube dos Poetas Mortos” (grande filme, vejam, por favor) aprendi uma expressão curiosa – sugar o tutano da vida…Isto significa que devemos absorver ao máximo as energias que encontramos ao longo da vida. Neste momento, sinto que a vida está a sugar as minhas energias…

São demasiadas coisas para um ser humano só. Demasiadamente demasiadas mesmo. Não sei quanto tempo mais irão durar estas minhas batalhas, mas sei quanto tempo mais poderei durar…e já não há reservas de nenhuma espécie. Em pleno revolto alto mar, estou sem bóias de salvação e sem fato térmico apropriado às gélidas correntes que me arrastam, me jogam e me atiram de um lado para o outro. Quero nadar, mas já não consigo…

Estou assim neste momento. Quero, mas não consigo. Precisava de tempo, de forças e de paciência. Tudo isto é escasso em mim e não vejo maneira de os resgatar ou de os encontrar…

Che Guevara disse uma vez que preferia morrer de pé a ter que viver toda uma vida acorrentado e de joelhos. Também penso como ele e creio perceber a 300% a razão das suas palavras. E neste momento, vejo-me e revejo-me um pouco nestas palavras…

Há coisas que começam a perder a sua forma, a sua força, a sua génese. Entre elas, eu…Quem me dera poder dizer que sou forte e que vou ultrapassar tudo, mas não sou mentiroso (apesar de haver ainda quem acredite que eu o seja) e não posso me enganar…

O que escrevo aqui e agora reflecte a mais pura das realidades. Antecipando aquilo que poderá vir a ser a reacção das pessoas, digo desde já o seguinte: sim, tudo passa; sim, o tempo é cúmplice; sim, há coisas piores na vida…

Mas meus amigos, conhecidos e visitantes deste blog…há coisas contra as quais ninguém pode lutar. Mesmo que se queira e se deseje ardentemente…

Não estou a desistir de nada. Como Che, morrerei a lutar, morrerei de arma em riste e pronto para travar todas estas batalhas até ao final…mas já me sinto cansado. E sinto-o cada vez mais…

Há tanto em mim que fica por se expressar, há tanto em mim que fica por se fazer ouvir…há tanta coisa que não farei…enfim, há tanto de tanta coisa que nem sei…

Sei apenas que estou cansado. Gostava de poder descansar, gostava de poder deitar e saber que o amanhã está à minha espera, tal como o sono. Gostava de poder sentir algum conforto e alguma paz que me permitissem dar mais um passo, mais uma corrida, fazer mais um esforço. É isso que me é pedido, é isso que devo fazer…

Mas sinto-me para lá dos meus limites…muito para lá…

Fecho os olhos por breves momentos e tento imaginar como seria o descanso, como poderia chegar até ele…Não vejo nada…

Los Manos...


Há quase uma semana que não vou cantar. Pode parecer estranho ter um texto sobre isto, mas tenho ganho novas rotinas nocturnas, as quais me vão ajudando um pouco a esquecer as agruras da vida e do dia-a-dia…

Esta semana ainda não fui ao tal bar que tão bem me tem recebido nos últimos tempos. Na segunda não fui porque não deu e hoje, que até me apetecia cantar, surgiu uma oportunidade mais vantajosa e acabei por não ir novamente…

Mas, e se não aparecer nada de irrecusável ou se não houver nenhum tipo de contratempos, sexta-feira lá estarei. Provavelmente com o meu mano, que também se tem aventurado nisto dos karaokes comigo. E até que tem corrido bem, pelo menos tendo em conta a reacção dos presentes…

Em homenagem a esses momentos que tão bem me têm feito e ao meu mano (que grande dupla que nós fazemos =P), vou deixar um vídeo da música que já caracteriza a famosíssima dupla musical, Los Manos, a qual já é a nossa imagem de marca, digamos assim. Quem já viu, pode atestar a veracidade dos factos. Quem não viu ainda, não sabe o que perde, hehe…Mas pode sempre procurar por nós. É só seguir a música…

Tuesday, September 09, 2008

Último...

Hoje sinto-me inquieto. Creio que a quantidade de posts que já publiquei na última hora atestam este facto…

As razões desta inquietação podem ser muitas, mas julgo que, no fundo, só há mesmo uma grande razão para tal…

Estive a falar com uma amiga há pouco. E até ao fim da nossa conversa, há poucos minutos, posso garantir que tinha pensado em escrever mais qualquer coisa hoje, algo que não tem nada a ver com o que está a ser escrito agora…

Curiosa a vida, não? Uma simples conversa, ou melhor, um simples encerrar de assunto fez com que a minha mente se lembrasse de criar este pequeno texto, o qual irá versar sobre alguma coisa, estou certo disso. Podem ficar descansados…

E de que falávamos nós? Ora, pois então, falávamos da vida. Em geral e em particular. E num desses particulares, fui alertado para um facto curioso (facto esse que será apresentado mais à frente neste post) …

Como se o alerta – foi esta a expressão que ela utilizou – não bastasse, eis que recebo um link de um vídeo do youtube (passe a publicidade). De imediato, sorri. Achei engraçado o facto de aquele vídeo ter sido enviado por alguém que me conhece bem, mas que nunca ousara afirmar algo com tanta veemência e tanta certeza…

O certo é que recebi o vídeo, reconheci-o (já o conheço há anos e sou grande fã dele) e lembrei-me de colocá-lo no blog, apesar de hoje já ser o segundo post com vídeos, algo que gostaria de evitar, mas tudo bem…

A situação em si talvez justifique este abrir de precedente e sei que isto não irá acontecer mais vezes…

Quanto ao facto utilizado pela minha amiga, tal como prometi anteriormente, ei-lo: sou alguém que não tem cura, sou irremediável…Em que campos? Bem, vou deixar o vídeo falar por si, por mim, pela minha amiga e por mais umas quantas pessoas que se possam vir a rever nesta situação e neste vídeo…



* A vida destas coisas…do nada, surpreendem-nos e fazem-nos pensar no impensável

Impossíveis...???


“Acreditar na impossibilidade de algo é arranjar uma desculpa para as nossas fraquezas e para os nossos medos”.

Hoje disse isto a alguém…Depois de o dizer, reparei no que disse e…nem sei bem que dizer…

Mas é mesmo assim, não é? Ao decretarmos a impossibilidade de algo, sem ousar tentar ou lutar, é o mesmo que desistir, que abdicar…E isso não vale a pena, pois não?

Porque, e a meu ver, se desistimos de algo é porque esse algo não é valioso o suficiente nem merece o nosso empenho e o emprego de todas as nossas forças em prol de…correcto?

Até posso estar enganado, mas não creio. Mas se estiver, então acabam-se os sonhos, as utopias, os delírios…acaba-se a minha forma de ser e estar…acaba-se o meu eu…

What makes a man...


O que leva alguém a gostar de alguém, a apaixonar-se por alguém, a amar alguém? Penso que este é um dos maiores mistérios da Humanidade…

E enquanto muitos tentam perceber toda esta problemática (entre os quais eu próprio me incluo, mas prefiro não avançar, para já, com as minhas conclusões incompletas), aproveito para deixar um vídeo de uma música que se enquadra na temática do post...

A todos os que gostariam de saber o que nos leva a tais sentimentos, a todos os que já passaram por estas dúvidas ou estão a passar…A todos os que ousam e ainda acreditam, mesmo que a separação esteja/seja iminente (ou uma certeza)...

Força e coragem...

Filosofias...


“ A vida é um mar. Tem início numa ribeira calma e mansa. Com o tempo ganha caudal e vira um rio. Depois aumenta de intensidade e se assume como um mar. E neste mar as nossas vidas são barcos…

Podemos calcular rotas, prever tempestades, acautelar navios piratas, etc., mas há sempre imponderáveis. E há alturas em que nós, como comandantes dos nossos navios, temos que perceber que há dias em que podemos seguir as nossas rotas e outros em que são os ventos a mandar. Numa noite temos ninfas e cantos de sereias, e noutra temos o bafo quente de um tufão…

E quando não nos sentimos bem, o que há a fazer? Creio que devemos sentar no convés ou ir até ao miradouro e relaxar. Contemplar o céu, esteja negro ou estrelado, cumprimentar a Lua, os peixes e as brisas que nos acompanham. É isso que devemos fazer…

Importa também não esquecer uma coisa: não há viagem mais solitária do que aquela em que vamos à procura da nossa felicidade…mas também não há nenhuma que seja mais bela, importante ou grandiosa…

E desde que ouçamos os nossos corações, nunca estaremos sozinhos…”

* In Filosofias, by L.F.

Sunday, September 07, 2008

Se eu pudesse voar...


Se eu pudesse voar…

Agarraria nela e levá-la-ia até ao céu para que ela pudesse tocar o firmamento e para que as estrelas pudessem ver que não são as únicas a brilhar intensamente neste planeta, que não são as únicas que merecem ser admiradas e contempladas…

Passaríamos pela Lua e nela aterraríamos para observar a Terra, tal como fazemos quando nos pomos a ver o luar que nasce e nos encanta…

Voaríamos por sobre os oceanos e conheceríamos todos os cantos da Terra. Visitaríamos todos os monumentos famosos, todos os lugares sagrados. Marcaríamos presença em todas as sete maravilhas do mundo e eu haveria de arranjar maneira de poder dar a conhecer a oitava – ela…

Se eu pudesse voar…

Voaria até ela mesmo sem saber quem é ou onde está. Mas voaria na mesma até ela. E quem sabe…talvez ela me reconhecesse…talvez ela se apercebesse que até mesmo a mais real das felicidades acaba por vir sempre nas asas de um sonho…de um beijo…de um olhar…de um abraço…ou de um ser (aparentemente) estranho…

* Could be classified as a “nonsense text”

Saturday, September 06, 2008

Um "mundo" à noite...


Um aceno, um olhar, um sorriso…Por vezes um bilhete, um recado ou até mesmo uma bebida como cartão de visita…Retribui-se, quanto mais não seja por educação. Nem sempre se procura saber os quês e os porquês de tais gestos nem a intenção de tais atitudes. Mas às vezes apetece e, como diriam os antigos romanos, “que os jogos comecem”…

Jogos…serão mesmo jogos? Eu creio que sim, que são. Podem ser inofensivos, podem ser intencionais, podem ser muita coisa, mas são sempre jogos. Quanto mais não seja são jogos de entretenimento. Pessoal, colectivo, pouco importa…

O passo seguinte é decidir. Decidir se há interesse ou não em participar no jogo. Decidir se há vantagens ou não em participar no jogo. E esta questão dos interesses e vantagens depende de cada um, dos seus princípios e valores. Mas se há algo que estes jogos acabam por ensinar, é que nem sempre valores e princípios são sinónimo de recusa no que diz respeito à participação nestes jogos…

É a vida, a lei da vida. Ou melhor, se quisermos ser um pouco mais extremistas, é a lei da selva. Porque, meninos e meninas, senhoras e senhores, são muitas as vezes em que a situação se assemelha a uma savana africana…

Imaginem o espaço físico: “matagal” denso, neblina ou nevoeiro, visão nula ou quase nula, pouca luz…é assim, exactamente assim em ambos os locais. Pelo menos, na maioria das vezes. E em ambas as situações há caçadores e presas, há armas e alvos a abater. Em ambas as situações há perigos calculados e surpresas inesperadas e imponderáveis de última hora…

Cada qual deverá saber o que fazer. Há quem prefira caçar, há quem prefira ser caçado. Há quem goste de misturar ambas as artes…Sim, artes. Tudo isto, para além de ser um jogo, é também arte. E como em todas as artes, há artistas e há Artistas. O que os distingue? Esta é uma questão demasiado vaga e abstracta. Poderia tecer as minhas próprias considerações sobre o assunto, mas prefiro guardar isso para mim…

Certo é que, sendo a vida feita de ciclos, este jogo acaba por ser também um ciclo. Um ciclo que se pode tornar vicioso. Um ciclo que tem tanto de interessante como de viciante. Um ciclo que se inicia quando menos esperamos e que pode se encerrar quando menos aguardamos…

A vida tem destas coisas, não é?

Seja como for, há algo que me incomoda neste jogo. É estranho, eu sei, mas há mesmo algo que me incomoda neste jogo. O que é? O facto de, muitas vezes, serem os jogadores os maiores culpados. Se calhar isto parece ainda mais estranho, não? Ok, então, a ver se percebemos: como em qualquer jogo, há quem ganhe e há quem perca, certo? Não há nenhum jogo no mundo concebido para que o empate satisfaça as partes envolvidas. Pelo menos não me recordo de nenhum neste momento…

Como tal, porquê culpar os jogadores? Neste jogo, neste específico jogo, que em nada tem a ver com sentimentos e acções amorosas (mesmo que haja carinho extremo e atenção fora do normal), não pode haver empate. Nunca. Daí ser tão complicado encarar as regras de um jogo que…praticamente não tem regras!!!

Não é fácil, eu sei. Por vezes não parece ético, é verdade. E de tempos a tempos só apetece…pois, também é verdade…Mas, e se já sabemos que o jogo não contém regras, que não há livros de reclamações e que a única lei que impera é a lei do “cada um por si”, para quê reclamar?


Um aceno, um olhar, um sorriso…Por vezes um bilhete, um recado ou até mesmo uma bebida como cartão de visita…Nem todos podem, querem ou sabem jogar, é um facto. Por isso mesmo não se deve “criticar” o jogador. Quanto mais não seja, que se adopte a frase utilizada pelos norte-americanos e que se faça da mesma a única regra de consulta essencial antes de se participar nestes jogos – “Don’t hate the player…Hate the game…”

* Nota do Autor – este texto não está consentâneo com o que, habitualmente, se publica neste blog. Eu sei que se nota, mas, e porque haverá gente a indagar-se sobre os porquês deste texto (e mais vale poupar algum trabalho à malta =P), reservo esta nota para explicar que a observação do comportamento humano em certas situações deu origem a algumas conversas que deram origem a este texto.

Friday, September 05, 2008

Momentos...

Vozes…risos…fumo…algum barulho…era este o ambiente…

“L.F.”, anuncia a Andreia, a dona do karaoke. A reacção do costume num local que também começa a ser o do costume – o palco do bar que tenho vindo a frequentar no último mês. Ali sinto-me bem, sinto-me algo em paz, coisa rara nestes últimos tempos…

Ouvem-se os primeiros acordes e a malta junta-se para me acompanhar. Querem fazer parte da festa, da “minha” festa, da “minha” música. Sorrio para alguns rostos que começam a ser conhecidos e deixo-me levar. Fecho os olhos e canto…

De repente, silêncio total. Já só se ouve a minha voz. Parece que todo o bar parou. Não, não estou a exagerar. Há uma gravação que o comprova. Não quis abrir os olhos, não podia. A música estava a ir bem demais, melhor do que alguma vez imaginara…

Não sei dizer o que aconteceu. Apenas sei dizer que nunca cantara assim, nunca sentira tanto uma música num karaoke. A meio da música, e durante uma breve pausa, abro os olhos e para meu espanto estava um colega meu de mão estendida para mim. Retribui o gesto e ele diz-me apenas isto, “Os meus parabéns”, e sai. Nada disto seria relevante se ele, segundos antes, não se tivesse despedido de mim e já se encontrasse na saída quando comecei a cantar…

Nesses breves segundos em que mantive os olhos abertos, pude ver ainda outra coisa – todos estavam juntos, fossem casais, fossem simples amigos, mas todos uniram-se e juntaram-se naqueles 3 minutos e qualquer coisa em que estive a cantar. Nunca tal me tinha acontecido…

Prossegui e terminei. As palmas e os incentivos eram indícios de que tinha corrido bem. E eu sabia que sim. Aliás, eu sentia isso. Como nunca sentira antes…

Passadas 24 horas sobre o sucedido, ainda não encontro uma explicação lógica, dentro da minha lógica, claro está, para o que vivi naquele momento. Sei apenas que enquanto permaneci de olhos fechados, o mundo assumiu outras formas e outros contornos. O mundo ganhou outras cores e eu pude renascer em mim…

E durante aqueles breves minutos, pude imaginar algo que me surpreendeu. Pude imaginar a presença de alguém que não estava ali, alguém que não poderia estar nunca ali…porque não existe. Mas eu vi essa pessoa na mesma. E imaginei-a a olhar para mim ao longo de toda a canção, sem desviar, por um único segundo que fosse, o olhar de mim…

Não pensem que foi o álcool…Acho que não poderia estar mais sóbrio ou lúcido do que naqueles instantes. Foram pouco mais de 3 minutos em que se fez magia, em que me libertei de todas as amarras e deixei que a minha alma se desprendesse para poder cantar aquela música junto da pessoa que eu imaginara. Naqueles momentos, o meu corpo e a minha voz estavam no bar a entreter quem me ouvia, mas a minha alma e o meu coração estavam noutra esfera, noutro lugar. Estavam a cantar para aquela pessoa, aquele ser que imaginei e que desejava que estivesse ali, no bar, sentado à minha frente, a olhar para mim. A tal pessoa que não existe. Mas eu imaginei-a. Creio até que a embalei com o som da minha voz e com a melodia da “minha” música…

Não creio que tal volte a acontecer. Amanhã, como já vem sendo habitual, voltarei ao mesmo bar, estarei com algumas das mesmas pessoas e conhecerei mais algumas. Não espero voltar a passar pelo mesmo. Primeiro porque acho que aquela foi uma experiência irrepetível. Depois porque custou-me muito saber que o resto do tempo que passei, passei-o sem quem imaginei…

Sou livre de pensar e imaginar o que quero, mas mais livre ainda é esta minha alma. E hoje, ambos (eu a minha alma) queremos celebrar esta experiência única com todos os que visitam este pedaço da minha vida…

Estive indeciso entre deixar o link da música ou colocar o vídeo directamente no blog, mas acabei por optar pela colocação de um vídeo…

Sei que muitos gostam desta música. E sei que, talvez, alguns de vós venham a sentir algo semelhante ao que eu senti quando cantei esta música ontem à noite. Mas desejo que a pessoa que imaginarem, ao contrário da minha, seja real…

A terminar, uma última palavra…para a minha imaginação – nem tudo o que eu te dou, tu me dás a mim…


Wednesday, September 03, 2008

Now Comes The Night...


“Now Comes The Night” – Rob Thomas

When the hour is upon us
And our beauty surely gone
No, you will not be forgotten
No, you will not be alone

And when the day has all but ended
And our echo starts to fade
No you will not be alone then
And you will not be afraid
No you will not be afraid

When the fog has finally lifted
From my cold and tired brow
No I will not leave you crying
And I will not let you down
No I will not let you down
I will not let you down

Now comes the night
Feel it fading away
And the soul underneath
Is it all that remains
So jus slide over here
Leave your fear in the fray
Let us hold to each other
Till the end of our days

* a Noite, neste caso, pode assumir várias perspectivas…Que cada um saiba encontrar a sua…

Ah saudade...


Ah, saudade…

De um beijo terno e apaixonado,
De um abraço único e apertado,
De um olhar puro e penetrante,
De um toque suave e cativante…

Saudade do acordar abraçado,
Do adormecer acompanhado,
Do despertar com um beijo
Após um anoitecer com desejo…

Saudade da pele suave e sedosa,
Da voz caliente e melosa,
Do colo que à noite embala
E qualquer uma aflição cala…

Ah saudade…

De uma simples noite a dois,
De um hoje, um amanhã e um depois,
De um dia sem hora e sem nada,
De uma noite sem dia nem madrugada…

Saudade daquilo que não regressa
Por mais que se deseja e mais que se peça,
Saudade do tempo que não volta atrás
E daqueles raros momentos de paz…

Saudade de ser sonho e ser ilusão,
De apenas ouvir o meu coração,
Saudade de tudo e ao mesmo tempo de nada,
Saudade de um amor e de uma amada…

Ah saudade…

Contos reais...


Ernesto é um sábio. Prestes a completar nove décadas de vida, passa os seus dias à janela, observando o mundo e os seres que nele habitam. Diz quem o conhece que é um sábio, um mago, um ser único e sem igual, alguém que se preocupa com coisas que há muito deixaram de afligir os seres humanos ditos “normais”…

Certo dia um jovem passava pela rua onde Ernesto habitava e foi interpelado pelo simpático idoso, o qual perguntou se o jovem dispunha de uns breves minutos para uma conversa. O jovem, que não tinha nenhum compromisso marcado, aceitou o convite, embora o tenha considerado um tanto ou quanto estranho. Afinal, era a primeira vez que falara com Ernesto, apesar de conhecer a sua fama…

Ernesto desceu e convidou o jovem a subir. Apesar de alguma desconfiança, o rapaz aceitou e lá se instalaram numa das varandas da casa de Ernesto. Falaram do tempo, do que ambos faziam na vida, falaram de família, falaram de futebol, falaram de muita coisa. Mas o jovem sabia que o motivo do convite de Ernesto não era uma discussão sobre quem deveria treinar o Benfica ou a selecção nacional. Era outra coisa, de certeza, mas ele não sabia bem o quê…

“Sabes porque te chamei e pedi para falar contigo?”, indagou Ernesto. O jovem abanou a cabeça, dizendo que não. “Pois bem, chamei-te porque ouvi falar muito de ti e das tuas ideias. E queria saber como eras e conversar contigo”, disse o idoso, olhando nos olhos do rapaz que se encontrava à sua frente…

O jovem nem sabia o que dizer, por onde começar, pelo que Ernesto pediu para que ambos se sentassem. O “velho” explicou que tinha um neto e uma neta que eram muito amigos deste jovem, e que ambos haviam dito maravilhas deste rapaz. E isso fez com que Ernesto tivesse vontade de o conhecer, até porque ouvira falar que o jovem tinha ideias muita claras sobre o amor…

“É verdade, jovem? É verdade que tens convicções fortes sobre o amor”, perguntou Ernesto. O jovem acenou com a cabeça, concordando. “Fala-me então de amor”, pediu o decano. E do nada, com a sua convicção de sempre, o rapaz resolveu falar de amor…

“O amor…o amor é. Acho que esta é a melhor definição para o amor. O amor é o que nós quisermos. Pode ser doce ou amargo, pode ser divino ou infernal, pode ser preto e branco ou colorido, pode ser eternamente efémero ou efemeramente eterno…

O amor pode assumir várias formas e surgir de várias maneiras. Não há barreiras no amor, nem físicas nem psíquicas, pois o amor é metafísico e é impassível de ser racionalizado. Amamos porque amamos, amamos porque precisamos de amar e ser amados, amamos porque o amor faz parte da nossa vida…

Não importa se quem amamos nos faz sofrer, não importa se quem amamos não nos dá valor. Importa sim que amamos essa pessoa, mesmo que ela não seja indicada para nós. Isso só saberemos com o passar do tempo. Tempo esse que nem sempre é aliado…

O amor é o que faz girar o mundo, é o que dá ânimo e força a muitas pessoas para enfrentar o dia-a-dia. Amar é ser-se uno num beijo, num olhar ou num abraço. Amar é ser-se capaz de dar a vida porque sem ama. Amar é saber sofrer em silêncio um amor mudo e calado, mesmo que o peito peça para que se fala, se grite e se anuncie o amor. Amar é saber desejar as maiores felicidades do mundo a quem se ama quando essa pessoa não quer estar connosco. Amar é abdicar de certos e determinados princípios em prol de um amor, é ser-se forte para poder lutar contra tudo e contra todos…”

Ernesto olhava fixamente para o jovem à sua frente. De repente, uma pequena lágrima escorre pelo rosto cansado e marcado pela vida do idoso. Os seus olhos denotavam um brilho especial, um brilho magnífico, fora do normal…

“Sabe, rapaz, um dia fui como tu…um dia pensei e senti exactamente tudo o que acabaste de descrever. É impressionante, parece que me estou a ouvir a mim mesmo. Chega a arrepiar até…Mas deixa-me fazer-te uma pergunta: tens alguém na tua vida? Isto é, tens namorada?”, concluiu Ernesto…

O jovem não respondeu. De certeza que aquela pergunta tinha algo a mais do que a própria pergunta. E Ernesto, apercebendo-se do silêncio do seu jovem interlocutor, apressou-se e antecipou-se a ele, dizendo que não, o jovem não tinha namorada…

“E vou te explicar porquê. Não tens porque já ninguém pensa assim como tu. Já ninguém se arrisca, já ninguém está disposto a dar as cabeçadas necessárias para aprender e começar a acertar. E isso deixa-te numa situação desfavorável, não é? Ao fim e ao cabo, acontece-te a ti o que me aconteceu a mim durante muitos e bons anos: apaixonas-te, vais à luta, perdes e começas a entrar no dilema pensar/sentir – pensas em mulheres, em envolveres-te com elas, mas já não consegues sentir nada para além disso…”, afirmou Ernesto num tom sério e professoral…

E de facto era verdade. Aquele jovem que ali estava, supostamente tão sábio e tão convicto sobre as questões do amor, era um ser solitário. Apaixonara-se pouco mais do que um par de vezes ao longo da sua vida, amara menos vezes ainda, e continuava só, sem conseguir arranjar solução para o seu problema…

E cada vez mais sentia que a felicidade amorosa não era para ele. Sentia-se demasiado “escaldado” das suas aventuras amorosas e começava a ser menos intrépido, menos arrojado na sua abordagem ao amor e às mulheres…

“Então e porque me diz isto tudo? Porque se preocupa comigo?”, perguntou o jovem ao idoso. “Simples, não quero que te aconteça a ti o mesmo que me aconteceu a mim. Eu demorei muito tempo até me aperceber que só se pode ser feliz com quem quer ser feliz connosco. Podes desejar alcançar o impossível, mas para o tornares possível tens que batalhar muito, e por vezes a pessoa pela qual se batalha não nos valoriza. Comigo foi assim e se não tivesse acordado a tempo, hoje em dia não teria filhos e netos maravilhosos como tenho…”, referiu Ernesto, apontando para um pequeno álbum de fotos que se encontrava em cima da mesinha da varanda…

“Mas então…o senhor não amou, é isso? Como foi que fez em relação à sua mulher?”, inquiriu o jovem, cada vez mais confuso. Ernesto sorriu e respondeu “a arte de amar também se aprende. E se tiveres paciência e alguma sorte, acabarás por ensinar e aprender uma nova forma de amar, diferente daquilo que julgavas e igualmente recompensadora”.

“Ou seja?”, voltou a insistir o jovem.

“Não podes obrigar ninguém a te amar, mas podes ensinar a essa pessoa o que é o amor. Eis o teu caminho, eis a tua estrada. Para pessoas como tu, só há essa via. Caso contrário serás sempre um solitário…”

Aquelas palavras não caíram bem junto do jovem. O seu semblante tornou-se triste e pesado, e Ernesto apercebeu-se disso. Quiçá arrependido das suas palavras, o velho Ernesto ainda tentou remediar as coisas, mas em vão. Os danos já estavam feitos…

O rapaz pediu licença a Ernesto e disse que já estava na hora de se ir embora. Agradeceu a conversa, disse que tinha sido bom conhecer alguém tão sábio como o simpático idoso e estendeu-lhe a mão para o cumprimentar. Ernesto também disse estar honrado por o ter conhecido e disse que há vários anos que não tinha companhia para filosofar sobre o amor...

O rapaz sorriu e dirigiu-se para a porta de saída. A meio, parou, voltou-se para Ernesto e fez-lhe uma última questão:

“O senhor acha estou errado ao pensar como penso? Aliás, ao sentir o que sinto? É que eu penso em mulheres e as coisas até acontecem, mas depois…no que toca a sentimentos…”

E do alto da sua sabedoria Ernesto respondeu ao jovem:

“Não, meu caro. Não estás errado. Nem estarás nunca desde que ouças o teu coração. Mas nem sempre irás encontrar alguém que o perceba e que o entenda. Por isso ainda estás sozinho…por isso arriscas-te a ficar sozinho…”

E foi desta forma que o rapaz se despediu de Ernesto, ouvindo estas últimas palavras.

Hoje o rapaz continua sozinho. E cada vez mais sente que Ernesto tem razão. Nunca mais tornara a ver aquele velho simpático de olhar expressivo e voz suave. Desde esse dia que o jovem permanece na sua solidão, uns dias mais habituado a ela, outros nem por isso…

E hoje estive com esse rapaz. Ele disse-me que acredita mesmo que a sua companheira é a solidão…Não consegui dizer nada…Faltaram-me as palavras…Afinal, também eu acredito nisso…

Monday, September 01, 2008

Aqui...


Era inevitável…já tinha esta música comigo há algum tempo e tenho hesitado bastante na hora de a publicar no meu blog. As razões de tamanha hesitação são minhas, são o que são e valem o que valem…

Mas hoje, e porque começo a sentir-me egoísta ao guardar esta melodia “só” para mim, resolvi publicar esta música…

“Aqui”, com magnífica interpretação de Ana Carolina…Sinceramente, gostava de encontrar palavras que pudessem deixar transparecer as causas e os efeitos desta minha escolha, mas não consigo…

Ouçam, escutem e apreciem…Creio que a letra é por demais evidente e assenta, igualmente em demasia, a tantas e tantas pessoas que vivem por esse mundo fora…