Está na hora…
Amanhã (hoje já e madrugada de 2ª feira, portanto…) encerro definitivamente o ciclo mais longo e difícil da minha vida. Refiro-me, como é óbvio, à minha licenciatura…
Passaram oito anos desde que entrei como Caloiro na ESEC. Decorria o ano 2000 e o menino que debutava em Comunicação Social estava longe de imaginar o percurso que viria a ter…
Será sempre impossível para mim poder descrever tudo o que vivi, pensei, senti, experienciei ao longo deste tempo. Quem me dera ter tamanha capacidade de descrição e tamanha inteligência. Creio que conseguem, no mínimo, imaginar o que são oito anos plenos de tudo o que se possa pensar: vitórias, derrotas, alegrias, tristezas, conquistas, desilusões, e toda uma centena de milhar de histórias que permanecerão para sempre comigo…
Dia 16 de Dezembro de 2008 há-de ser, para sempre, uma data a recordar. Porque viro mais uma página da minha vida, porque alcanço um objectivo a que sempre me propus (independentemente de o fazer por mim e por terceiros), mas acima de tudo porque só eu sei o que me custou esta passagem da minha vida…
Ninguém faz ideia, e ainda bem, do que foram estes oito anos. Apesar de ter muitas páginas escritas com a gloriosa tinta da vitória, do êxito e da satisfação, neste tempo muita coisa aconteceu. Passei por muito, menos do que uns e mais do que outros, isso é óbvio, mas passei por demasiado. E quiçá não estava preparado…
Contudo isso faz parte da vida, faz parte do crescimento do ser humano e da sua personalidade. Não estarei nem serei melhor pessoa do que era há oito anos atrás, mas estou diferente. Sei o que custa a vida, sei o que é estar no auge e descer ao Inferno. Sei o que passar de bestial a besta em 3 segundos e vice-versa…
Mas também sei algo que me enche de orgulho. Sei que estou a dar uma alegria enorme às três pessoas que mais amo nesta vida. Aos meus pais e ao meu mano, esta vitória não é minha, é vossa, é NOSSA. Porque mais ninguém lutou comigo e me ajudou tanto como vocês. Não era vossa obrigação, mesmo sendo minha família, mas fizeram-no e não me deixaram desistir quando assim o desejei…
Por isso, pelo apoio incondicional, pelo amor ainda mais incondicional e eterno, muitíssimo obrigado. Vou conseguir, finalmente, encerrar um ciclo, concluir um projecto. Algo que não fazia há anos. Quiçá este não será o primeiro de muitos, espero eu…
E se por alguma razão assim não o for, paciência. Não há mal. Porque hoje (ou amanhã) estarei a proporcionar uma alegria aos MEUS, a quem amo do fundo do coração…
Talvez por isso hajam palavras que marcam, que ficam e que perduram. Há dias, aquando de uma conversa com o meu pai, ele congratulou-me e agradeceu-me por estar a terminar. Pode parecer engraçado, e até certo ponto ridículo, mas fiquei sem perceber. Afinal, era a minha obrigação, não havia outra hipótese…
E eis que ele me diz “mas só tu sabes o que passaste para chegar onde chegaste. Nem nós que estivemos sempre contigo poderemos ter a noção exacta das coisas. E sei que não temos. Por isso, parabéns. Tu mereces…”
Não sei se mereço ou não, e isso pouco me importa. Importa, isso sim, poder afirmar que serei licenciado daqui a pouco mais de 24 horas, que realizei uma monografia em tempo recorde e que abordei um tema inédito em Portugal e, consequentemente, na ESEC…
Para além disso, há outras pessoas que nunca deixarão de fazer parte do meu imaginário “esequiano”. São pessoas que muito me deram, em muito me ajudaram e que ainda hoje tenho o prazer e a honra de poder dizer que fazem parte da minha vida. Não gosto muito destas nomeações públicas, mas há nomes que são obrigatórios nesta minha menção. Uma menção que é honrosa, não para eles, mas sim para mim, pois foram e são parte importante deste meu percurso…
Como tal, Marco António, Ricardo Africano, Marisa, Rita Baptista, Fernando Negrão, José Valada, Sérgio, Zé Pardilhoeiro, Sílvia (Madresita), Herculano, Rijo, Cavaca, Tinita, Mónica Oliveira, Natalina, Frederico Silva (Fred), Mico, Joana Lopes, Noddy, Benni, Horácio (lol, já estava antes, mas aqui também se insere), Ivan, Andreia (Filhota), Serginho, Hussein, Rodolfo Gouveia, etc…
Faltam muitos nomes, eu sei, mas se continuasse a lista seria infindável. Obrigado a todos os que mencionei. Por todos os ensinamentos, por toda a ajuda, por toda a amizade, por toda a paciência e por terem feito com que este percurso valesse a pena. E se valeu…
Pois é…está na hora…Na hora de me despedir do meu habitat natural. Do meio em que vivi (quase) desde sempre. Muitas são as melodias que me vêm agora à cabeça. E de entre todas, e porque não quero falar já da Balada da Saudade, quero destacar uma música dos Mariacchi, cujo refrão encerra este meu post…
Esta música diz-me bastante. Mais do que possam imaginar…
“Ai ai ai ai, canta y no llores, porque cantando si alegran cielito lindo los corazones”…
E assim será, espero eu…Cantarei…Não até que a voz me doa, mas sim porque é o mais certo, o mais justo e o mais sensato…
Afinal, está na hora…