Está na hora do casulo…
Todos nós, em algum momento das nossas vidas (ou em vários, consoante as diferentes personalidades), sentimos a necessidade de nos fecharmos sobre nós próprios, de pararmos para tomar consciência sobre certos e determinados factos que não detectamos no dia-a-dia, seja por inércia, seja por ineficácia…
Todos nós, pelas mais distintas e variadas razões, nem que seja apenas uma vez na vida, sentimos uma estranha necessidade de isolamento, de refúgio, de hibernação, de ostracismo, sei lá…
Todos nós, sem excepção, precisamos de um certo tempo para nós próprios. Para arrumar as nossas ideias, para limpar as nossas mentes, os nossos corpos, as nossas almas. Para termos noção das realidades, das irrealidades, das “surrealidades”, dos labirintos, dos abismos, dos precipícios, das pedras, dos caminhos, dos rios, dos céus, dos mares, enfim, de tudo…
Pois só assim se pode crescer. Só assim se pode chegar mais além, fazer aquele forcing final tão importante para quem quer, realmente, chegar mais longe, conhecer horizontes infinitos e insondáveis…
Creio que chegou a minha hora. Alguém me disse que devo olhar para mim e ver como me estou a portar, pois daqui a uns anos poderei me desiludir por não ter sido capaz de ser aquilo que fiz os outros crer que eu era (sendo-o, de facto), situação que os levará a sentir-se enganados e que os fará perder a confiança. Em mim, neles, na vida, em tudo…
E não é devido a essas palavras que decido escrever este texto. Os últimos dias têm sido essenciais para isto, para esta tomada de decisão…
Está na hora do casulo. Do meu casulo. Da minha hibernação. Do meu ostracismo. Do meu isolamento. Da minha clausura…
O que me alegra é que nada disto é imposto. Pelo menos não por ninguém externo a mim. Sou eu que quero fazer isto, que quero seguir este rumo, este caminho, esta direcção…
Deixarei, não sei por quanto tempo, alguns dos hábitos adquiridos recentemente. Tem que ser. Vai ser. Melhor ainda: eu quero que assim seja…
Despeço-me de algumas partes do Mundo com um até já ou um até breve. A outras partes digo mesmo adeus, já é hora. O olá e o bom dia ficam para o meu regresso…
Sim, porque ele vai acontecer. Cedo ou tarde, mas vai…
Está na hora do casulo…