Monday, June 30, 2008

Mais vale tarde que nunca...


“Porque choras tu? perguntou um menino que se encontrava por ali. Com um olhar surpreendentemente expressivo, talvez fruto de uns estonteantes olhos verdes, o menino continuava a fitar-me, como que a desafiar-me, à espera de uma resposta…

Procurei disfarçar o embaraço de ter sido apanhado a chorar por um miúdo de seis anos (mais coisa, menos coisa, creio eu…). Tentei que ele não percebesse a minha tristeza, mas já era tarde de mais. E de novo a mesma pergunta: porque choras tu?

Confesso que fui apanhado de surpresa. Não estava à espera de me distrair nas minhas próprias lágrimas (mesmo tendo em conta que estava resguardado a um canto, longe de possíveis olhares intrometidos) nem tão-pouco de ser apanhado. Mas os garotos são mesmo assim, sempre imprevisíveis…

Fiquei impávido e sereno, a olhar para o rapaz. Ele não arredou pé e manteve a sua postura estranhamente segura. Não percebi como havia de fazer para que ele se fosse embora e acabei por tentar “meter-me” com ele, fazendo caretas, a ver se ele desarmava. Acabou por resultar, mas passado uns segundos o garoto voltou a perguntar o motivo do meu choro…

Pensei em mentir-lhe, em inventar algo, sei lá, pensei em tanta coisa que não correspondesse à verdade…Mas desisti dessas ideias. Não queria mentir a um rapazinho tão novo e que apenas me fizera uma pergunta inocente. Achei que seria maldade e que, já que estava ali alguém a falar comigo, deveria aproveitar a oportunidade para desanuviar um pouco…

Sem saber muito bem como, convidei o rapaz a sentar-se ao meu lado. Ele acedeu e ali estávamos nós, duas gerações completamente diferentes, sem nada em comum para além do facto de estarmos no mesmo lugar, à mesma hora…

Seu nome era Gabriel. Para além dos olhos verdes, o sorriso deste menino transmitia uma paz e uma tranquilidade contagiantes. E aos poucos fui-me sentindo mais calmo e mais liberto, menos tenso e mais disposto a responder a ele…

E antes que ele pudesse voltar a repetir a sua pergunta, virei-me para ele e perguntei-lhe o porquê da sua pergunta. “Não gosto de ver as pessoas a chorar” – foi só isto que ele disse, encolhendo os seus pequeninos ombros logo a seguir, como se o argumento não fosse bom o suficiente…

Sorri para ele e comecei a contar o porquê da minha tristeza, procurando ser o mais claro e simples possível. Disse-lhe que estava com problemas, que andava com muito em que pensar e que as coisas não estavam fáceis, e que por isso acabei por chorar…

Ele perguntou que tipo de problemas eu tinha, se eram grandes, se eram “problemas maus”…Só as crianças mesmo…Respondi que tinha um que, aparentemente, era muito, muito mau, e que os outros eram normais. A uma dada altura disse-lhe que havia coisas piores na vida e ele perguntou o quê, e apercebi-me do meu erro, hehe…As crianças perguntam demasiado e hoje eu não estava propriamente num dos meus dias de sábio…

Tentei desviar a conversa, mas ele não deixou. Insistiu mais um pouco com a história dos problemas e a custo, tenho que confessar, lá fui contornando as perguntas daquele rapazinho de olhar expressivo…

Às tantas, e quando pensava que o interrogatório já tinha terminado, o miúdo mostra novamente a sua irreverência e pergunta-me se tenho namorada. De sorriso nos lábios, respondi-lhe que não, que não tinha e ele perguntou porquê. Foi a minha vez de ser criança e respondi secamente “porque não”. Mas ele não se contentou com a resposta e insistiu…

Perguntou a minha idade e ao saber quantos anos tenho, deu uma gargalhada e disse que, com a minha idade, os pais já eram casados. Posso garantir que, por momentos, só me apeteceu dar um berro ao miúdo. Vejam lá, com uns seis anos e a gozar comigo. Assim, do nada…

E como que adivinhando a minha reprimenda, Gabriel virou-se para mim e disse que seria bom se eu tivesse uma namorada. Perguntei-lhe porquê e, com a maior simplicidade e frontalidade do mundo, ele respondeu “Porque o meu pai, quando tem problemas, fala com a minha mãe e ela ajuda-o. E já o ouvi dizer muita vez que ainda bem que tem a minha mãe e que o amor que tem por ela é a melhor coisa que ele tem nesta vida…”

Fiquei perplexo. Sem palavras. Não sabia o que dizer nem como reagir. Gabriel deve ter percebido isso. O seu olhar deixava transparecer que percebia a minha perplexidade. Aos poucos reparei que os seus olhos começaram a mostrar compaixão ou algo do género…

Talvez isso devesse ter feito com que a minha tristeza aumentasse, mas não. Nem aumentou nem diminuiu. Foi substituída por uma estranha curiosidade. Sim, curiosidade. De repente, e perante aquelas palavras, tive vontade de saber mais sobre os pais de Gabriel…

Virei-me para o pequeno que estava a meu lado e perguntei que mais dizia o pai dele sobre a mãe. O garoto pareceu gostar deste meu interesse e falou muito dos pais, descreveu-os, disse o que gostava neles, as brincadeiras, enfim, deu-me conta do seu maravilhoso mundo…

Mas não era bem isso que eu queria saber. Queria saber o que era esse amor entre os progenitores de Gabriel. E perguntei isso ao miúdo. Ele ficou a olhar para mim, talvez pensando que eu era estranho ou maluco. Vejam bem, um adulto a fazer perguntas destas a um garoto…

No entanto, Gabriel era mais inteligente do que eu julgara e acabou por me responder. “A única coisa que sei é que o meu pai ama muito a minha mãe e que está sempre a dizer isso a ela”, foi a sua única resposta…

Seria esse o segredo, pensei eu. Será esse o segredo de um amor? Ainda pensei em alongar a conversa com o pequeno Gabriel, mas entretanto os seus pais chegaram e ele foi ter com eles. Antes porém, o pequeno grande Gabriel deu-me um aperto de mão e lançou-me um sorriso fantasticamente pueril, um daqueles sorrisos capazes de iluminar qualquer mundo que estivesse na escuridão. Tentei retribuir e ele lá foi. Ao longe, os três acenaram para mim e lá se foram embora…

E eu ali continuei naquele mesmo jardim, naquele mesmo espaço. Só que agora outra coisa ocupava a minha mente. Agora o meu pensamento rumava a outras paragens…”


Este episódio aconteceu, de facto, comigo. Ainda só se passaram umas horas desde que isto me aconteceu e era inevitável escrever um texto sobre isto…

Agora que estou só e mergulhado num silêncio e numa escuridão completa, ponho-me a pensar melhor neste episódio. E por mais que pense, não consigo concluir muita coisa. Sou uma pessoa crente, acredito que Deus fala por sinais, acredito que a Sua mensagem nos é transmitida por meios que nem sempre descortinamos…

E talvez tenha sido mesmo isso – um sinal…

Como tal, e porque cada vez mais a vida demonstra que um dia estamos por aqui e amanhã podemos já não estar (triste verdade esta, mas pronto…), achei por bem deixar aqui o meu testemunho de uma das situações mais caricatas que já vivi. Mas também quero deixar aqui algo mais do que o meu testemunho. Quero deixar algo mais…

Certo dia, os deuses acharam por bem baralhar o meu mundo. Fizeram-me acreditar que estava condenado a passar por um período de hibernação sentimental e que a solidão seria a minha companhia de eleição…

Porém, e porque eles também gostam de alterar as regras do jogo, os deuses acabaram por me dar uma oportunidade, trazendo até mim uma criatura capaz de me retirar do meu exílio. Fizeram com que os nossos caminhos se cruzassem e as nossas histórias se misturassem…

Pouco importa o que entretanto aconteceu (aliás, importa muito, mas se retratasse os factos neste texto, correria o risco de fugir ao rumo que para ele destinei). Importa sim afirmar que hoje, e olhando para tudo o que se passou, creio ser bem claro que falhei em muitos aspectos, e essencialmente num: nunca me expressei o suficiente…

Nunca te disse o quanto adorava o teu olhar meigo e doce. Aquele mesmo olhar que me deitavas a seguir a um momento de maior carinho e ternura entre nós…

Nunca te disse o quanto apreciava o teu sorriso, a magia que dele provinha e a beleza que dele irradiava. Nem o quanto sinto, ainda, falta desse gesto tão simples, mas tão esplendoroso na tua pessoa…

Nunca te disse o quanto sonhava com os nossos corpos colados um ao outro, centímetro a centímetro, bem juntinhos, perfeitamente encaixados e divinamente em sintonia…

Nunca te disse o quão bom era sentir o teu perfume. Na minha roupa, no meu corpo, no meio de um abraço, de um beijo, de um “chamego” ou apenas e só porque o vento te fazia anunciar…

Nunca te disse o quão bem me fazias sentir quando te sentavas ao meu colo e te punhas a percorrer os meus braços com as tuas unhas, deslizando suavemente para cima e para baixo, seguindo as linhas traçadas pelas minhas veias…

Nunca te disse o quão feliz eu era por saber que vinhas ter comigo fosse a que hora fosse e em que local fosse, pouco importando se fazia chuva, sol, vento, etc…

Nunca te disse o quão especial eu me sentia por todas as horas infindáveis de conversas, de mensagens, de mail’s que tantas vezes trocámos, nos quais também me fazias sentir feliz graças a frases que só mesmo tu poderias dizer…

Nunca te disse o quanto suspirava de cada vez que tinhas que partir, de cada vez que tínhamos que dizer “até amanhã” ou “dorme bem”. Ou quando te despedias de mim com um sorriso ou um beijo e um abraço…

Nunca te disse o quão incrivelmente “cachopo” me fazias sentir, aguçando a minha criatividade, o meu desejo de te ver e fazer feliz…

Nunca te disse o quão mágico era o nosso abraço, esse momento tão único e tão belo. Bem sei que os abraços podem parecer todos iguais, mas não, este era diferente. Era como se as nossas almas também se abraçassem…

Nunca te disse o quão linda te achava, o quanto admirava a tua beleza, a tua força, a tua alegria. Nem tão-pouco o quanto te desejava enquanto mulher, enquanto ser capaz de me desarmar com um beijo apaixonado ou um olhar mais sedutor…

Nunca te disse o quanto passei a gostar de mesas, cadeiras e, essencialmente, de paredes…

Nunca te disse o quanto mudou para mim, certo local em Coimbra depois de to ter mostrado. Nunca te disse que a beleza desse mesmo local nunca se poderia comparar à tua…

Nem nunca te disse o quanto gostaria de ter visto um pôr-do-sol contigo a meu lado numa praia, no cimo de uma montanha ou até mesmo no nosso local…

Nunca te disse o quanto gostava de te observar ao longe, seguir os teus movimentos sabendo que tu me sabias a olhar para ti…

Nunca te disse quão bom era quando estávamos só nós os dois, juntos, abraçados ou lado a lado, a rir ou a conversar, a beijarmo-nos ou a contemplarmo-nos…

Nunca te disse todas as palavras que sabia querer dizer, mas só através dos olhos conseguia expressar…

Nunca te disse que se a Felicidade é um fim, tu eras um meio para esse fim…

Nunca te disse que se o Amor é de loucos, então eu era o mais insano de todos eles…

Enfim, acho que, afinal, nunca te disse nada. E hoje arrependo-me…

Não que isso pudesse ter feito a diferença. Não creio que seja isso, não sei…Mas arrependo-me porque, nessa altura, estavas onde mais precisava…Estavas para mim como a mãe do Gabriel está para o seu pai...E eu não soube valorizar esse facto o suficiente…

Diz uma música de João Pedro Pais que “a vida talvez sejam só três dias/e eu quero andar sempre devagar/até a ti chegar…”, mas eu posso não estar cá para esses três dias. Por isso, e porque sinto que nunca te disse nada, hoje quero dizer-te algo. Não te posso nem vou dizer tudo, mas quero dizer-te algo…

Quero dizer-te que, desde então e até agora, a única certeza que tive na vida era o meu sentimento por ti. E apesar de não ser como o pai do pequeno Gabriel, que diz sempre à sua mulher o que sente por ela, hoje quero afirmá-lo para ti. Mesmo sabendo que já vou tarde…

Obrigado. Pela beleza do que vivemos., pela magia que trouxeste à minha vida, pela alegria que trouxeste ao meu mundo. Obrigado pelo brilho que sempre vi nos teus olhos (tal como dizias ver nos meus), pela segurança que sempre me soubeste transmitir e por me teres feito sentir o ser mais especial ao cimo da Terra…

Obrigado por me teres retirado do fundo do poço e por me teres pintado, com todas as cores do arco-íris, as manhãs, as tardes e as noites com esse teu jeito de ser e de estar. Obrigado por me teres feito sentir a paixão que senti. Obrigado por me teres feito transformar essa paixão em algo mais…

Obrigado por me teres feito acreditar de novo num sentimento que julgara não poder voltar a sentir. Obrigado por me teres ensinado o quão importante é sorrir…

E ainda que hoje sinta alguma mágoa por nunca te ter dito isto e muito mais, e que essa mágoa esteja a provocar em mim uma tremenda dor…obrigado por tudo…especialmente pelo amor…

PS – este texto é a minha homenagem ao Gabriel. Espero, um dia, poder mostrar-te o que fizeste por mim…

Sunday, June 29, 2008

Sentir...


Se estiveres por aí…

Tenho tentado levar isto por diante, seguir o meu rumo, traçar o meu caminho sempre na esperança de que, um dia, as minhas próprias forças possam ser suficientes para que eu possa ser auto-suficiente. Pura ilusão…

Tal, hoje sei-o com toda a clareza, não é possível. Não é porque, um dia, ousei desafiar as leis e procurei amar. Amar a vida, amar o Sol, amar a Lua, amar as mulheres…amar uma mulher. E perdi-me neste amor…

Perdi-me, apesar de me ter reencontrado com o meu verdadeiro eu, com as minhas verdadeiras raízes e essências. Perdi-me plenamente consciente de que nessa perdição encontraria o rumo certo, o trilho indicado e a rota segura para um caminho que sabia vir a ser inseguro – o caminho do amor…

Por ter amado, e por querer amar ainda, baixei as minhas defesas e libertei-me das amarras que me prendiam ao ser que eu era. Deixei-me levar pelas ondas sempre incertas, mas totalmente arrebatadoras e igualmente magníficas deste sentimento que, de tão nobre, fez-me sentir nobre e plebeu ao mesmo tempo…

Hoje, e perante as cambalhotas da vida, sei perfeitamente bem o que sou. Sei o que quero, como quero e porque quero. Sei que quero querer arriscar, mas não sei se ouso ousar esse risco. Sei que as cicatrizes que trago no corpo são as medalhas das batalhas que batalhei e sei que há espaço para mais medalhas ainda, mas…

Mas nada…afinal, sei o que quero. Sei-o perfeitamente bem. Sei que vale a pena, sei que valho a pena e sei que valerá sempre a pena…

Porém, preciso de algo. Sinto que preciso de algo…Preciso de sentir…

Por isso, e se estiveres por aí, sejas tu quem fores ou com que direitos te achares (ainda que saiba não haver muita gente a achar-se no direito de…), preciso que me faças um favor: não quero nem preciso que me faças sentir especial, feliz, importante, amado, valorizado, whatever. Amar-te dá-me, já, tudo isso. Não é isso que preciso…

Não preciso que faças as coisas certas para que eu possa sorrir nem que evites as coisas erradas para que não chore. Não preciso que faças nada mais para além daquilo que julgo ser essencial…

Como tal, e por considerar isto essencial, peço-te: preciso apenas que me faças…sentir…

Thursday, June 26, 2008

Reflexo...


Queria escrever algo belo, algo leve, algo que pudesse espelhar um brilho e uma luz que, neste momento, não possuo. Queria ser capaz de destapar o manto negro que insiste em permanecer esticado, tapando e ocultando todo e qualquer feixe de luz que pudesse mostrar-me o caminho…

Não estou a ser pessimista nem negativo. Estou apenas a ser realista. Porque a vida me obriga, cada vez mais, a sê-lo. Aos poucos dou-me, e tenho-me dado, conta que ganho as batalhas que desejava perder e perco as que desejava ganhar…

Já não importa se emprego toda a minha “sabedoria” e todo meu empenho; já não importa se calculo tudo ou se me deixo levar pela emoção do impulso e do desconhecido; já não importa se escolho bem ou mal as minhas opções; já nada importa…

Porque por mais que faça, diga, aja, opte ou sei lá mais quê, as coisas não acontecem. Pelo menos não da maneira por mim idealizada ou desejada…

Faltam-me as coisas que considero mais essenciais na vida e sobram-me coisas que não interessam e que não me ajudam em nada…

Eis o panorama da minha vida. Eis o que se pode vislumbrar por detrás do manto negro que me impede de ver a luz, que me impede de ver o dia, que me impede de sair da escuridão…

Deus sabe o quanto desejo sair disto, deixar para trás, e de vez, todas as maldades que atentam contra mim. Deus sabe o quanto anseio pelo amor que sei que não vai chegar. Deus sabe o quanto luto pelo facto de poder ter uma companhia ao luar…ou ao anoitecer…ou ao adormecer. Deus sabe o quanto fiz e batalhei para poder ter tudo aquilo que não tenho neste momento, seja a que nível for…

Estou cansado…farto mesmo…Já não dá mais…

Queria ser o reflexo daquilo que um dia senti, pensei, sonhei e desejei. Queria ser o reflexo do sorriso que um dia sorri, do beijo que um dia beijei, da mão que um dia segurei, da pele que um dia rocei e do abraço que um dia abracei…

Queria…mas não sou…

Wednesday, June 25, 2008

Ser Homem...


Vivo num mundo insano, num mundo ilógico. Vivo num meio sem meios para os meios de que dispõe, vivo à parte sem ser marginal, vivo tentando ser sociável numa sociedade que não sabe o que é ser social…

Cada vez mais sinto que o ser humano se rege pelas coisas mais ridículas e mais absurdas que pode haver: ódio, vingança, mesquinhice, ignorância, etc…Sinto que cada vez menos há espaço para uma convivência sadia e benéfica, onde todos podem ajudar-se mutuamente rumo a um desenvolvimento integrado e sustentado, sem margem para erros ou grandes percalços…

Em vez disso surge o culto da competitividade, o culto do “atinjam-se os fins sem importar quais são os meios”, o culto do “parecer é mais importante do que o ser”. E o que ganha a sociedade com isto? Nada, absoluta e rigorosamente nada…

Só perde e nada mais. E o pior é que o verdadeiro acordar para a realidade, o verdadeiro despertar para uma consciência real e de classe, para um verdadeiro espírito benfeitor e desinteressado, esse despertar tarda, afugenta-se e esconde-se perante tanta avidez de pseudo-justiça, de pseudo-nobreza…

Nobres não são aqueles que nasceram de sangue azul nem tão-pouco aqueles que ascenderam a esse grau graças ao compadrio dos membros da Nobreza. Nobres não são aqueles que se fazem revestir de uma capa inexpugnável ou de um manto sagrado, auto-denominando-se donos e senhores de uma verdade que só aos seus olhos pode existir, quando, no fundo, não passam de “profetas da desgraça”. Nobres não são os que aparecem no desaguar derradeiro das águas de um rio tempestuoso e que ajudam ao desembarque de quem nesse mesmo rio atravessou…

Esses não são nobres. Nem nunca o serão. Não, porque a nobreza de espírito é inata, não se ganha nem se compra com encenações de última hora nem com acções que visam, única e exclusivamente, reprimir e esconder recalcamentos que não foram nem podem ser imputados àqueles que se pretende denegrir…

O Homem define-se pelas suas acções e não pela ausência delas. O Homem define-se pelos seus valores, os quais devem estar sempre presentes e não só quando lhes interessa, e não pela camuflagem dos mesmos. O Homem define-se pelo modo como olha para o seu semelhante sem o julgar, sem o acusar de nada que não possa ser provado…

Talvez seja esse o problema. Há homens e homens. Uns nunca deixaram de ser, mesmo quando as coisas não correram de feição. Enquanto outros houve que apenas o souberam ser para apontar o que não se fez, o que deixou de se fazer e o que foi mal dito…esquecendo-se que, para se fazer, para se falar ou para se dizer, é preciso acima de tudo estar presente. Sempre. Em toda e qualquer situação, no pós-vitória e, essencialmente, no pós-derrota…

Enfim, é preciso ser-se Homem!

Sunday, June 22, 2008

Here by me...


Just want you to know that I miss you a lot. I’d give everything just to have you right here…by me…

“Here by Me” – Three Doors Down

I hope you're doing fine out there without me
‘Cause I'm not doing so good without you
The things I thought you'd never know about me
Were the things I guess you always understood
So how could I have been so blind for all these years
I guess I only see the truth through all this fear living without you

And anything I have in this world
And all that i'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me

I can't take another day without you
‘Cause, baby, I could never make it on my own
I've been waiting so long just to hold you
And to be back in your arms where I belong
I'm sorry I can't always find the words to say
Everything I've ever known gets swept away,
'Cause i don't go a lot

And everything I have in this world
All that i'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me

As the days roll on I see
Some is standing still for me
And you're not here
I'm sorry I can't always find the words to say
Everything I've ever known gets swept away
Cause I don't go a lot

x2
And everything I have in this world
And all that i'll ever be
It could all fall down around me
Just as long as I have you right here by me

http://www.youtube.com/watch?v=5jeRSkfkjFI

Saturday, June 21, 2008

Sobrevoarei...


Hoje escrevo para desanuviar, para tentar não stressar. Escrevo para que as nuvens más se afastem e, quiçá, levem as pessoas más também com elas. É assim que me sinto agora: triste, pensativo e soturno. Não consigo entender a razão pela qual as pessoas tentam, ainda, me deitar abaixo…

Parece que é a minha sina. Parece que por mais que faça por não me chatear e por me afastar das confusões e dos problemas, mais coisas negativas me acontecem. Ainda gostava de saber o porquê disto ser assim…

Hoje, e uma vez mais, apercebo-me de como a inveja, a azia e a filha-da-putice são a matriz condutora de certos e determinados pseudo-iluminados, os quais não iluminam nada nem ninguém com tanta obscuridade e tanta maldade nas suas almas…

Acho curioso quando alguém se auto-proclama paladino da justiça e defensor das regras e dos bons costumes. Ainda para mais quando essas pessoas nunca foram nada nem ninguém (nem no seu tempo, quanto mais agora) e agora procuram desesperadamente as luzes da ribalta…

O ser humano, de facto, tem a memória curta. Demasiado, até. E tende sempre a ser malévolo e mal-intencionado quando não vê as suas pretensões serem atendidas. Temos pena!!! Muita pena mesmo…

Ou então não. É que já não há pachorra para tanta azia, tanto “ressabiamento”, tanta canalhice junta. Já chega de tentarem denegrir uma pessoa apenas e só porque apetece. Puta que pariu quem se acha no direito de me julgar, de me querer encostar à parede ou de querer levantar falsas suspeitas sobre a minha pessoa. Puta que pariu mesmo…

Há pessoas que não sabem o que dizem nem dizem o que sabem. Hoje, e uma vez mais, descobri uma dessas pessoas. Aliás, redescobri…

Tudo o que eu mais quero é terminar o meu curso e seguir com a minha vida. Mais nada. Não quero saber de AE’s, RTB’s nem de mais nada de nada que possa ter a ver com pessoas que não merecem sequer o ar que respiram. Ainda mais se esse ar for partilhado num mesmo espaço e comigo…

Bem sei que há pessoas que estão indirectamente envolvidas nestes “jogos” e que podem sentir-se menosprezadas pelas palavras atrás referidas, mas por favor, não se sintam. Eu sei quem merece ou não partilhar o mesmo ar que eu. E vocês também sabem quem são…

Não tenho culpa que haja tanta gente com o rabinho dorido depois de anos e anos de “enrabadelas” a sangue-frio. Não fiz nada para além de defender coisas e pessoas em que acreditava e acredito. Tudo o mais não é obra minha. Aliás, é, mas não sou o responsável pela má índole de certas pessoas, pela falta de carácter de alguns indivíduos…

Sou apenas um lutador que já se encontra na fase da reforma, na fase do descanso. Sou apenas um guerreiro que quer ter direito a ter acesso ao sono dos justos. Sou apenas um ser que apenas quis ser mais e melhor…para os outros e não para si mesmo…

Enfim, sou apenas alguém que um dia cometeu o erro (ou não, na minha opinião) de se achar capaz de. Capaz de qualquer coisa, desde que não atentasse contra os meus próprios princípios. E assim foi e tem sido até agora…

E assim será até ao dia em que morrer. E das duas, uma: ou me matam ou então morrem. Isso é garantido…

Tenho pena que assim seja, mas essa é a única forma de encarar a vida que conheço. A única mesmo…

Posto isto, quero agradecer a alguém que me recordou de uma célebre frase que costumo dizer, em momentos como este. Obrigado, miúda, por isso e pela preocupação. Mas não vale a pena. Até porque isto é só mesmo comigo e só me tem a mim como alvo…

Mas, e como tão bem me relembraste – C.Q.Q. ; C.M.Q.P…

Mais uma tempestade se avizinha…mas estou convicto de que saberei sobrevoá-la…

“ E (Jesus) disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Lucas – cap. 16, vers. 15

Tuesday, June 17, 2008

Ser como o rio que flui...


Deus,

Hoje quero falar Contigo. Não da forma como habitualmente costumamos falar. Quer dizer, dessa forma também, mas hoje preciso de algo mais. Hoje preciso de saber que Estás aqui mesmo ao meu lado, que Te encontras, neste preciso momento, a ver estes dedos que teclam algumas palavras na esperança de que algo de positivo possa sair daqui…

Hoje preciso do Seu apoio, da Sua amizade e da Sua compreensão. Eu sei que a tenho, mas hoje preciso de um pouco mais. Não é por mal, e sei que já deveria me dar por contente com a atenção que me é dirigida, mas sinto que devo pedir mais qualquer coisa…

Hoje pedirei, não por mim, mas por aqueles que, de uma forma ou de outra, eu posso ajudar ou tenho ajudado. Peço-Lhe, Senhor, que os torne um pouco mais independentes, um pouco mais autónomos e auto-suficientes. Peço-Lhe que os ajude a encontrar novas fontes de energia e novos apoios e motivações, pois começam-me a faltar as forças…

Creio que é normal. Talvez eu esteja a ser um fraco ao admitir isto, mas estou a caminhar rumo a um rumo desconhecido, rumo a um caminho que desconheço e que me obrigará a estar mais atento, mais alerta, mais empenhado. Estou no fim da transição para outras atmosferas, para outras auras que serão, obviamente, mais exigentes e mais condicionadoras…

Não quero defraudar expectativas, não quero que se habituem ao que já se deviam ter desabituado. Não sou o que dizem, sou o que sou. Não sou o que pensam, sou o que faço. Não sou o que sonham, sou o que existe. Não sou tão nem tão-pouco, valho o que valho. Não há como medir o “eu” que há em mim, não há como quantificar ou identificar o meu princípio, o meu meio e o meu fim…porque não há registos de nenhum desses períodos…

Sou intemporal, sou impossível de analisar, de ser debatido, explorado ou estudado. Sou apenas mais um, nada mais. Mas sou mais um que sabe a quantas anda e porque anda e por onde anda. Não ando às cegas…nem mesmo quando tal aparento…

Por isso não quero que me sigam na minha “cegueira”, na minha aparente desorientação. Não quero que ninguém se perca só porque contou comigo, com a minha presença, com o meu apoio. Pura e simplesmente porque já não é hora de apoio. Não é que este tenha acabado, mas já não há tempo nem condições para certas coisas…

Senhor, peço-Lhe que zele, ainda mais, pelas pessoas às quais me refiro. Rogo por elas ainda mais afincadamente do que rogarei por mim. Que cada uma dessas pessoas possa ser ajudada, abençoada e agraciada como eu tenho sido ao longo da minha vida. Que essas pessoas saibam interpretar os Seus sinais e que saibam ouvir a Sua voz, o Seu chamamento e saibam entender as Suas palavras…

Deus, ensinai-as a aprender a ouvir os seus corações. E ajudai-as a seguir os seus corações. Pois onde eles estiverem, é onde se encontram os verdadeiros tesouros que estas pessoas procuram. Eis a resposta do enigma que muitas destas pessoas procuram…

Neste momento preciso de uma pausa, de um ligeiro abrandar de ritmo. As rotas já estão alteradas e eu ainda não sei quais são as novas coordenadas. Não sei quais as estrelas do céu que devo seguir a partir de agora. Nem sequer sei se haverá estrelas no céu para se seguir…

Não sei que ventos se avizinham nem que novas sopram e transportam. Não sei que rios e vales se cruzarão no meu caminho, nem sei quanto tempo mais precisarei até que possa estar completamente ciente de que estou sozinho…

Apenas sei, Senhor, que a Si devo-lhe tudo e mais alguma coisa. A Si e aos Seus, os quais sabem quem são e não necessitam de uma referência mais racional ou abrangente. Apenas sei que preciso de ser coerente Consigo e que não merece nada mais da minha parte do que uma total transparência. Sei que há alturas em que as caravanas têm mesmo de se separar de modo a que todos possam proliferar. Não é uma questão de incompatibilidade nem de sobrevivência. É apenas a lei da vida…

Estou-Lhe grato, Senhor, pelas pegadas que me permitiu deixar marcadas nas areias da minha vida. Eternamente grato mesmo. Mas eu apenas marquei alguns grãos de areia e há todo um vasto e extenso areal que necessita de novas pegadas, de novas marcas e de novas impressões. Por isso digo-Lhe: está na hora…

Não estarei tão perto de modo a poder irromper debaixo da primeira pedra a ser pontapeada, nem estarei tão longe ao ponto de os ventos não me deixarem fazer ouvir…Estarei apenas por aí, algures, remando, mergulhando e saboreando os ventos, as marés e as maresias de outros mares. Estarei sempre ao alcance da vista daqueles que me souberem olhar com o coração. E serei sempre aquele grande amigo capaz de ser guardado na palma da mais pequenina mão…

Deus, obrigado por tudo, mas há mais caminhos que precisam de mim, e também eu preciso desses caminhos. Largo aqui as amarras do que fui, não para marcar terreno, mas sim para poder criar novas amarras que me possam sustentar e suportar em novas aventuras e desventuras. Partirei daqui deixando tudo o que sou, levando tudo o que fui…

E com isso saberei sempre que passado, presente e futuro não têm tempo para mim. Não, hoje não…

Porque hoje sei o que sou: sou simplesmente como o rio que flui…

Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Obrigado, meu Pai…

Amén…

PS - para que não me acusem de plágio, o título deste post surge em homenagem a um dos meus escritores favoritos, Paulo Coelho. Ainda não li a sua última obra, precisamente aquela que tem como título “Ser como o rio que flui”, mas sei que deve ser
uma óptima literatura e a ideia do rio veio-me à cabeça, pelo que entitulei o post desta forma.

Monday, June 16, 2008

Personal Hell...


I know this is just a phase i'm going through, but i have to make a point in here. Why? Because after all my efforts, i'm still living some kind of a personal hell...

When there's no way out...


(...)

Saturday, June 14, 2008

Parabéns Horácio...


Hoje, 14 de Junho, comemora-se uma data muito especial. Não sabem qual é? Falha vossa…Se fossem jogadores assíduos do Trivial Pursuit Super-Hiper-Mega-Rifixe Genius Edition, tenho a certeza que saberiam ;)

Hoje o meu maninho faz 23 anos. É verdade, 23 anos. Como o tempo passa…

Ainda me lembro de o ver no meu colo, bem pequenino, para logo a seguir o ver no chão (não conseguia com ele, hehe), tal como me lembro de tanta coisa que só eu e ele sabemos e que só nós continuaremos a saber até ao final das nossas vidas…

Como alguém disse um dia, poderia estar aqui toda uma eternidade que nunca encontraria as palavras certas para descrever o que é ter um irmão como o meu. Apenas posso tentar simplificar as coisas e dizer que o amo muito e que por ele daria a minha vida sem sequer precisar de pensar ou pestanejar…

Ainda bem que os meus pais me deram este presentão. E apesar de, às vezes, a convivência não ser fácil, se bem que já foi bem pior, só posso estar grato por te ter na minha vida, maninho…

Acho que já te disse tudo o que poderia dizer e só posso mesmo desejar-te as maiores felicidades da vida, pois mereces. E conta comigo para o que for preciso…

De resto, quero que saibas o porquê de ter escolhido esta foto: nela estás a olhar para o céu, e é no céu que brilham as estrelas. Tu para mim também és uma estrela e quero que saibas que, um dia, caso esteja longe (acho que sabes ao que me refiro), sempre que olhares para o céu, irás me encontrar a olhar por ti e para ti, para sempre…

Love you lots, my friend…And i’ll always will…

Grande abraço do big brother, LF…

Wednesday, June 11, 2008

Sou eterno...


“O caminho é longo, comprido, extenso. Tudo parece ser consumido pela vastidão que me rodeia, pelo imenso vazio que se encontra à minha frente. Passo a passo, faço-me à estrada, lanço-me em direcção ao futuro, mesmo sabendo que nem o presente sou capaz de entender…

Aos poucos dou-me conta do passado. Ele quer-me acompanhar, quer seguir comigo nesta viagem. Mas eu não quero. E não o deixo. Não preciso do passado ao meu lado. Nunca precisei, aliás. Sei perfeitamente o passado que tenho e tive, sei quais as coisas boas e menos boas que aconteceram e sei quais os erros e as virtudes de tudo o que, entretanto, fiz…

Sigo então sozinho, sem malas nem bagagens, sem mudas de roupa nem calçado alternativo. Sigo praticamente despido, desprovido de todo e qualquer utensílio que possa acabar por tornar-se um fardo ou um empecilho ao longo desta viagem. Não me posso atrasar mais…mesmo sabendo que ainda vou perfeitamente a tempo…

Do nada o presente aparece, pede-me que fique, que repense a minha decisão e que me deixe ficar. Não aceito. Não há como aceitar. Já decidi e está decidido. Olho o presente com a mesma ternura com que encarei o passado e na mesma sinto aquela saudade a bater no meu coração. Não profiro nenhuma palavra e volto novamente à estrada…

Estou leve, sinto-me leve. Não há em mim mais pesos para além daqueles que trago dentro do peito, da alma e do coração. Não carrego mais nada para além das memórias, das recordações e das saudades Não transporto nada mais para além do meu desejo de partir, de seguir para algures…

Reparo que não anseio o futuro. Não me sinto mais tão preso ao passado nem me sinto tão ligado a este presente. Vejo que o tempo não interessa, que as noções de tempo (passado, presente e futuro) começam a deixar de ter valor…

De que vale ter um passado quando o nosso presente é condicionado por este? De que vale deixar de viver tanta coisa no presente só porque alguém nos disse que o importante é o futuro? Ou deixar de viver tanta coisa no presente só por, um dia, ter havido este ou aquele passado?

Um amigo meu diz que o tempo é incontrolável. De facto, é, há que lhe dar razão. Não vale a pena lutar contra o tempo. Como tal, para quê dar tanta relevância a passados, a presentes e a futuros?

Um amor que tem passado, se não for bem estimado no presente, acham que terá algum futuro? Uma semente que se semeou no passado, se não for regada no presente, alguma vez se tornará uma flor no futuro?

A meio desta reflexão dou por mim parado, especado a meio do caminho a olhar para tudo e para todos os que não estão agora ali comigo. Encaro cada uma dessas pessoas e cada uma dessas coisas que, talvez, deveriam estar ali comigo e penso na temporização de cada uma delas…

Sorrio perante a minha própria apatia e a minha própria indecisão. Mas depressa faço-me à estrada novamente…

O tempo até pode ser incontrolável, mas eu também o sou. Também sei ser imparável. Também sei dar a noção de que sou eterno. Aliás, eu sou eterno…

Sou eterno porque quero ser intemporal, sou eterno porque acredito que tudo é eterno enquanto dura e sou eterno porque sei que um segundo pode ser eterno. Tal como um beijo, um olhar ou um abraço…Tal como o amor…

Sim, sou eterno. E com esta eternidade rumo em direcção ao infinito, ao céu, às estrelas e à lua…

O caminho ainda é longo, ainda parece vasto e extenso. Mas eu tenho tempo. Afinal de contas sou eterno, tal como eterna é a minha busca…

A estrada recebe-me de braços abertos, a brisa saúda-me suavemente e a Lua pisca-me o olho, sorrindo também para mim. Todos eles entendem a minha busca…E também entendem o porquê de ser eterno…”

Monday, June 09, 2008

Quanto vale um amor?


Quanto vale um amor?

Alguém sabe a resposta a esta pergunta? Haverá resposta para esta pergunta? Sinceramente, não sei…

Há dias pus-me a pensar numa data de coisas que fazem parte da vida de um ser humano. Pensei na saúde, na paz, na felicidade, no sucesso, enfim, numa panóplia de coisas e, como não podia deixar de ser, pensei também no amor…

E após alguns momentos de reflexão, eis que esta dúvida tomou de assalto a minha mente. Acho que nunca me tinha indagado sobre esta problemática respeitante ao amor – quanto vale um amor…

Talvez a pergunta acabe por não ter grande lógica ou grande sentido, mas creio que não é descabido de todo pensar nisto. Senão vejamos:

- Será que todos os seres humanos sabem dar valor ao amor? Não haverá por aí uns quantos (milhares) que desperdiçam toneladas e toneladas de amor pelas mais variadas razões?

- E mesmo os que valorizam o amor, será que o fazem convenientemente? Não haverá, talvez, alguma sobranceria na forma como, às vezes, se encara o amor que alguém nos tem?

Poderia estar aqui a divagar quase que eternamente sobre esta questão, mas tendo em conta que os textos muito grandes acabam por desmotivar o leitor e podem contribuir para alguma incoerência na abordagem ao tema em análise, creio que ficarei por aqui. Por agora…

Na vida, por vezes, há perguntas que necessitam de ser feitas e há situações que precisam de ser encaradas. De frente, sem rodeios e sem meias medidas. E no amor, sejam perguntas, sejam situações em si, creio que essa frontalidade urge com ainda mais veemência, uma vez que um amor que se arrasta também pode ser um amor que se desgasta…

Porque por mais que se ame, se não soubermos quanto vale o amor para nós…acho que todos percebem a ideia…

E vocês, sabem quanto vale um amor para vós?

Thursday, June 05, 2008

Abraço...


Tens toda a razão...Obrigado...

Sunday, June 01, 2008

Ser criança...


Ser criança é uma das coisas mais fantásticas desta vida. É nessa altura que todos os nossos sonhos são mais do que possíveis, que o Mundo tem todas as tonalidades e mais algumas e que a mais ínfima e pequena das coisas nos torna feliz…

Já não me lembro muito bem do meu tempo de criança. A idade, juntamente com os desígnios da vida, acaba por me distanciar cada vez mais de uma das fases em que fui mais feliz ao longo da minha existência…

Contudo, e mergulhando bem fundo no baú das memórias, sei que fui uma criança feliz. Sei que fui uma criança amada, protegida (talvez em demasia, em certas situações, mas se conhecessem a Dona Márcia iriam perceber =) e que tive uma infância feliz. Mesmo tendo em conta que abandonei a minha pátria para vir para Portugal…

Hoje sei que ser criança é ter o sorriso mais lindo e ternurento do Mundo. Ser criança é ter a capacidade de desarmar uma pessoa só através daquele olhar mais sentido, mais sentimental. Ser criança é ser ingénuo e sábio ao mesmo tempo, é amar incondicionalmente até mesmo aqueles que nos fazem mal ou nos magoam…

Hoje sei que ser criança é uma bênção, pois é nessa altura que todos contactamos com os nossos anjos. Ser criança é uma mensagem de Deus aos Homens – uma mensagem de esperança e de renovação…

Hoje sei que ser criança é ter o dom de nos prender à Vida, de nos fazer compreender o milagre da vida. Quantos de nós já não sentiram ternura ao agarrar nas mãos pequeninas de uma criança? Quantos de nós já não sentiram uma espécie de amor pela criança que profundamente dorme num carrinho de bebés mesmo ao nosso lado, num centro comercial ou restaurante? Quantos de nós já não se sentiram sensibilizados quando um bebé pede colo e sentimos o leve bater do seu coração junto ao nosso peito?

Hoje sei que ser criança é o início de tudo: de uma vida, do prolongamento da família, da esperança num mundo melhor. Ser criança é ser o fiel depositário de todos os sonhos, ambições e esperanças da Humanidade. E é incrível como, mesmo perante um fardo com esse peso e esse tamanho, as crianças sabem lidar com tudo de forma tão simples e pueril…

A todas as crianças que existem no Mundo, a todos nós que já fomos crianças, a todos os que ainda conseguem estar em contacto com a sua criança interior, a todas as crianças que ainda hão-de vir e continuar este nosso caminho…a vós dedico este texto, neste que é o vosso dia, nesta que é a vossa data…

Feliz Dia Mundial da Criança…