Monday, March 31, 2008

Lição...



Realmente, os sábios sabem sempre o que dizer. Esta noite, a meio de uma conversa com um sábio e velho amigo meu, queixava-me eu de me encontrar sozinho, de me sentir sozinho, de estar sozinho. E ao fim de alguns minutos a debater esta questão, eis que o meu amigo decide despedir-se de mim. Tinha que trabalhar logo cedo…

Mas não se despediu sem antes me dar uma autêntica lição. Pelo menos foi assim que a interpretei na altura. Segundos antes de me desejar uma boa semana, esta sábio amigo mandou-me uma frase que ele conhecia e que se aplicava à solidão. E depois lá se foi embora…

Posso vos dizer que estive uns bons minutos a olhar para a frase (acho até que engoli em seco =/). E pensei logo em poder partilhá-la. Não por querer dar lições. Não quero e nem o meu amigo queria. Ele apenas quis me ajudar. Não é que o tenha conseguido directamente e que tenha acabado com a minha solidão (era bom, era…), mas pelo menos a frase teve o condão de me fazer despertar um pouco. Pelo menos o suficiente para poder partilhá-la com quem vier visitar este meu cantinho…

Assim sendo, eis a frase que me foi enviada. Da autoria de Joseph F. Newton:

“As pessoas são solitárias porque constroem paredes em vez de pontes”.

Sunday, March 30, 2008

Amanhecer...


Mais um amanhecer…mais uma noite passada…mais um longo passeio pela avenida da madrugada…

Saturday, March 29, 2008

Parabéns Mãe...


Bem, quem me conhece sabe que não falo dos meus sentimentos, que não falo de mim e tento não me expor. Nem a mim, nem aos meus. Apesar dos textos que escrevo e que publico, nem mesmo aí podem afirmar que me esteja a retratar apenas a mim. Não sabem nem saberão nunca. Mas hoje vou abrir uma excepção…ainda que não vá falar de mim ou de alguém próximo. Pelo menos, não de forma directa ou com palavras minhas…

Hoje, dia 29 de Março, a minha mãe faz anos. Não gosto muito deste tipo de demonstrações públicas de afecto (só se for com mulheres “minhas”, e mesmo aí…), mas, e porque nunca fiz nada do género para a Dona Márcia, acho que está mais do que na altura de dar a conhecer ao mundo o amor que me une a ela. Quem sabe da minha relação com os meus pais, sabe perfeitamente bem do que estou a falar…

O texto que se segue não é meu, mas não podia ser mais apropriado. Apesar do texto ser alusivo ao Dia da Mãe, creio que o mesmo tem lógica no dia de hoje: afinal, hoje também é dia da mãe. É o dia da minha Mãe. Dona Márcia (mãezinha do meu coração =), aqui fica o meu reconhecimento público, a minha prova de gratidão eterna e a certeza de que sou um ser abençoado: pelo pai que me deste, pelo irmão que me trouxeste, pela vida à qual me trouxeste e pela mãe que és…

“Obrigado


Obrigado porque tiveste na tua vida um lugar para a minha vida, renunciando a tantas coisas boas que poderias ter saboreado. Porque – mais do que isso – fizeste da tua vida um lugar para a minha. E de muitas maneiras morreste para que eu pudesse viver.

Porque não eras corajosa, mas tiveste a coragem de embarcar numa aventura que sabias não ter retorno.

Porque não fizeste as contas para avaliar se a minha chegada era conveniente: abriste simplesmente os braços quando eu vim.

Porque não só me aceitaste como era, como estavas disposta a aceitar-me fosse eu como fosse. Porque dirias "o meu filhinho" mesmo que eu tivesse nascido deformado e me contarias histórias ainda que eu tivesse nascido sem orelhas. E me levarias ao colo mesmo que eu fosse leproso. E, mesmo com tudo isso, me mostrarias com orgulho às tuas amigas. Porque seria sempre o teu bebé lindo.

Devo-te isso, embora não tenha acontecido, porque o farias.

Obrigado porque não tiveste tempo para visitar as capitais da Europa. Porque as tuas amigas usavam um perfume de melhor qualidade que o teu. Porque, sendo mulher, chegaste a esquecer-te de que havia a moda.

Porque não te deixei dormir e estavas sorridente no dia seguinte. Porque foste muitas vezes trabalhar com manchas de leite na blusa. Porque me sossegaste dizendo "não chores, filho, que a mãe está aqui", e estar no teu regaço era tão seguro como dormir na palma da mão de Deus.

Obrigado porque é pensando em ti que posso entender Deus.

Obrigado porque não tiveste vergonha de mim quando eu fazia birras nos museus, ou me enfiava debaixo da mesa do restaurante porque queria comer um gelado antes da refeição. E porque suportaste que eu, na adolescência, tivesse vergonha de que os meus amigos me vissem contigo na rua.

Obrigado porque fizeste de costureira e aprendeste a fazer bolos. Porque fizeste roupas e máscaras para as festas da escola. Porque passaste uma boa parte dos fins de semana a ver jogos de rugby ou de futebol para que – quando eu perguntasse "viste-me, mãe, viste-me?" – pudesses responder com sinceridade e orgulho "é claro que te vi!".

Obrigado por o teu coração ser do tamanho de me teres dado irmãos. Como eu seria pobre se não os tivesse!

Obrigado pelas lágrimas que choraste e nunca cheguei a saber que choraste.

Obrigado porque me ralhaste quando me portei mal nas lojas, quando bati os pés com teimosia, quando "roubei" batatas fritas antes de o jantar estar servido, quando atirei a roupa suja para um canto do quarto. Obrigado por me teres mandado para a escola quando não me apetecia e inventava desculpas. E por me teres mandado fazer tarefas da casa que tu farias bem melhor e muito mais depressa.

Obrigado por teres mantido a calma quando eu num dia de chuva fui consertar a bicicleta para a cozinha, ou quando arranjei uma namorada de cabelo verde...

Obrigado por teres querido conhecer os meus amigos, e por todas as vezes que não me deixaste sair à noite sem saberes muito bem com quem ia e onde ia.

Obrigado porque eu cresci e o teu coração parece ter também crescido. Porque me deste coragem. Porque aprovaste as minhas escolhas, e te mantiveste a meu lado apesar de ter passado a haver a distância. Porque levantas a cabeça – mesmo sabendo que eu estou muito longe – quando vais na rua e ouves alguém da multidão chamar: "mãe!".

Obrigado por guardares como tesouros os desenhos que fiz para ti na escola quando era, como hoje, o Dia da Mãe. E por ficares à janela a ver partir o carro, quando me vou embora, comovendo-te com os meus sinais de luzes.

Obrigado – já agora... – por não teres esquecido quais são os meus pratos favoritos; por o sótão da tua casa poder ser uma extensão do sótão da minha casa; por teres ainda no mesmo lugar a lata dos biscoitos...

Paulo Geraldo

Do fundo do coração, um beijo do tamanho do infinito para ti.
Parabéns Mãe.

Eternidade vs. Efemeridade...


A noite já vai longa, o dia parece eterno. Os segundos parecem dias, os minutos parecem meses e as horas parecem anos. Tudo parece desenrolar-se em slow motion. Nada parece saber, querer, poder ou conseguir acompanhar a velocidade dos meus pensamentos. Isto, quando penso, é claro, quando me dou a esse luxo, a esse exercício mental que tão bem faz ao cérebro…mas que tão mal parece fazer ao resto do corpo…

Sim, procuro não pensar. Procuro não pensar nas vidas que a vida tem. Nas vidas com vida própria e nas vidas do além. Procuro não tentar perceber no porquê de tudo o que vejo, que sinto ou que passo. Procuro não pensar e espero, dessa forma, poder sentir-me mais safo. Não é que me queira safar da vida que tenho. Sei que não me é possível. Só se morrer. Mas até lá, e sem o desejar, claro está, tento fazer com que as coisas sejam menos penosas…

Tento fazer com que tudo seja outra coisa que não o que realmente é. Se caio, tento fazer com que pareça estar de pé. Se choro, tento fazer com que pareça estar a sorrir. Se desejo o negrume da noite, tento fazer com que pareça desejar a luminosidade do dia. Tento, acima de tudo, fazer de conta…

Fazer de conta que não penso, que não sofro, que não sinto. É por isso que minto. Minto para fugir a esta realidade surreal na qual me vi envolvido desde que dei por mim como um desconhecido, como alguém que perdeu a sua identidade com promessas de eternidade. A mesma que me leva a não querer saber de nada, a mesma que me faz ansiar pelas tristes, mas calmas horas da madrugada…

Pois é na madrugada que encontro refúgio, guarida. É na madrugada que sou capaz de assumir a minha própria vida. É na madrugada que me dou conta do que sou, do que não sou, do que valho e do que não valho. É na madrugada que me apercebo que sou cavaleiro sem cavalo, que sou rei sem reino, que sou príncipe sem principado. É na madrugada que compreendo que sou apenas e só um vestígio, um resquício do meu próprio passado…

Afinal, já não sou mais o que sou. Já não sou o que fui, já não sou o que serei. Mesmo não sabendo o que virei a ser, sei que não sou o que me reserva o futuro. Sei que não posso ser amanhã o que sou hoje. Porque se o for, então não haverá amanhã. Porque se o for, então não quero ser. Prefiro continuar a fingir. Prefiro continuar a mentir. Prefiro acreditar que o hoje que sou amanhã é o retorno inevitável ao passado, o qual serve apenas para que me possa sentir identificado…

A noite já vai longa, o dia parece eterno. Mas no fundo, este eterno é efémero. Tal como a vida. Tal como tudo o que vivemos. Tal como tudo o que sentimos. Tal como tudo que omitimos. Tal como tudo o que queremos…

E se assim é, porque fingimos? Porque fugimos? De que fugimos?

Da efemeridade do que é eterno ou da eternidade do que é efémero?

Seja como for, creio que sou estúpido. Aliás, somos estúpidos. Eu, tu, ele, ela, todos os que fazem o que descrevi mais acima neste texto. Somos estúpidos porque se é verdade que nada na vida é tão eterno que não possa ser efémero, visto que tudo só é eterno enquanto dura, mais verdade ainda é o facto de nada na vida ser tão efémero que não possa ser eterno, uma vez que a eternidade pode residir no instante em que se dá um beijo, no momento em que se esboça um sorriso, no segundo em que se decide dar um abraço…

Talvez aí resida algo que não sei o que é, mas que desconfio ser algo de importante. Às tantas, e para que eu possa ser eterno, é disso que eu preciso. Às tantas, e para que eu possa ser feliz, eis então a fórmula mágica. Eis então o primeiro passo…

PS – Miúda (eu sei que sabes quem és), aqui está um texto, tal como me pediste. Creio que não é o que estavas à espera, mas é o que se pode arranjar.

Friday, March 28, 2008

Fallen angel...


" (...) so help me, i can't win this war (...)"

W.A.P.

PS- Não é da minha autoria.

Thursday, March 27, 2008

Vida: Rio a caminho do Mar...


Dedicado a uma pessoa amiga:

“A vida, apesar de ser um rio turbulento e difícil de navegar, tende a acabar sempre por desaguar, calma e serenamente, nesse imenso mar chamado Felicidade.” (W.A.P)

Que se navegue então. Melhores dias virão…

E confia: em ti…e Nele…porque eu confio em ambos…

Wednesday, March 26, 2008

Algo diferente...


Há muito que não o fazia. E olhando para o produto final, creio que percebo o porquê. Para quem outrora viu os seus poemas serem apelidados de “fenomenais” (ai ai, manita, só tu mesmo…=), custa olhar para umas linhas que surgiram do nada procurando ser tudo. Pelo menos o tudo possível neste momento…

E apesar de ter ponderado se haveria, ou não, de publicar isto, acabei por me decidir pela publicação, visto que preciso de mostrar algo que mais que a minha prosa poética. Talvez esteja a sentir alguma necessidade de voltar a poetisar…mesmo não sendo poeta. Nunca o fui nem nunca o serei. Mas já fui um curioso bastante aplicado e dedicado a esta arte…

Seja como for, aqui fica esta minha tentativa de ressurgimento/renascimento poético. Tem passagens que quase ninguém, ou mesmo ninguém, irá perceber…mas isso pouco importa. Importa, isso sim e estou eu em crer, que pelo menos esta noite, ou ao longo desta madrugada, eu quis ser poeta, quis ir mais além…Porquê? Porque sim…porque não…por tudo e por nada…e até mesmo por mim…até mesmo por alguém…


– Adorava –

“Adorava voltar a rimar,
Mas creio já não ser capaz
Dessa arte que me transmitia paz
Ainda mal era eu rapaz…

Adorava voltar a rimar
Para uns pequenos versos poder compor,
Fossem eles tristes por falarem de dor
Ou belos por falarem de amor…

Adorava voltar a rimar
Para a luz poder voltar
E as minhas noites poder iluminar
Através das escrituras que conseguisse criar…

Adorava voltar a rimar
Como um dia rimei por alguém
Que julgava estar mais além
Do que eu próprio que estava aquém…

Adorava voltar a rimar
Com nexo e ligeireza,
De modo a poder, a alguém, honrar
A sua doçura e a sua beleza…

Adorava voltar a rimar
Como o sábio que tudo sabia,
Sabendo sempre que após a noite,
Custe o que custar, vem sempre o dia…

Adorava voltar a rimar
De forma espontânea e natural
Para cantar a este Portugal
Que o bem do qual padeço,
(Pouco importando se o mereço)
Afinal não me faz mal…

Adorava voltar a rimar
E dar voz aos meus sentidos,
Fazendo-os sentir-se protegidos,
Tornando-os, finalmente, destemidos…

Adorava voltar a rimar
Com a magia de um abraço
Que não sei como faço,
Mas do qual gosto e não disfarço…

Adorava voltar a rimar
Com um propósito, uma razão
Que não fosse o receio de já não
Saber ouvir o meu próprio coração…

Adorava voltar a rimar…
Nem que fosse para provar
Que ainda hoje sou capaz

De sonhar como sonhava,
De amar como amava
Este homem outrora foi rapaz…”

W.A.P. 26-03-08

A Visita...


Uma vez mais tenho visitas à noite. Não, não são amigos. Pelo menos não de carne e osso. Não, também não são Anjos ou Espíritos (quem acredita neles, sabe do que estou a falar). Estou a falar de uma visita especial, única até…Estou a falar da Insónia…

Uma vez mais ela me vem visitar. Permitam-me que a trate assim (“ela”) desta forma tão pessoal, tão próxima, como se de uma parente minha se tratasse ou como se fosse uma visita corrente. Até porque, de facto, ela o é. Não é minha parente, mas visita-me mais vezes do que 99% dos meus familiares. É claro que estou a exagerar…o correcto será dizer "visita-me mais vezes do que 99,9% dos meus familiares"…

Mas não me queixo. Pelo menos não em relação aos tais 99,9%...são apenas números, estatísticas (nunca gostei muito de estatísticas – a minha explicadora que me perdoe) e isso não interessa para o caso. E também, creio eu, não me vou queixar desta visita, desta Insónia. Não vale a pena…Ela não irá desaparecer por causa disso…

É curioso constatar que passo muito mais tempo acordado do que a dormir. Às tantas, e de forma inconsciente, devo estar a tentar bater o recorde mundial de menos horas dormidas ao longo da vida. Às tantas…

Se querem que vos diga, não, não gosto de dormir assim tão pouco. Nunca fui de dormir muito (claro está que a seguir a uma noitada ou a uma noite mais agitada, sabe sempre bem dormir mais qualquer coisa), mas não me lembro de dormir tão pouco como de há uns tempos a esta parte. Eu ainda pensei que fosse inverter essa tendência, visto que há três semanas estive a bater o meu próprio recorde (dormi, durante 15 dias, das 00h às 7h30, sempre, sem interrupções). Porém foi fogo de vista e voltei ao que me é mais habitual: as noites em claro…

Claro está que podia tomar alguma medicação…Mas para quê? E se, entretanto, me vicio nos comprimidos? Prefiro não arriscar. Prefiro passar noites e noites em claro. Sempre dá para fazer alguma coisa. O quê? Ora bem, ora bem…Dá para escrever os meus textos (não sei porque, mas grande parte da minha veia literária só se manifesta a altas horas da madrugada), dá para pensar na vida (coisa que nunca paro de fazer, é verdade, mas à noite a tendência acentua-se), dá para sonhar acordado (também o faço constantemente), dá para falar sozinho, com Deus, com as paredes, enfim, dá para muita coisa…menos para dormir…

Ainda agora, neste preciso momento, posso-vos dizer que estou com pouco mais do que 1h e qualquer coisa de dormida, em relação à noite passada, e permaneço impávido e sereno, como se nada fosse, como se tivesse acordado há meia dúzia de horas. É triste eu sei. Mas creio que há coisas mais tristes. Mas neste contexto, sim, é triste. Não é bom saber que o resto do País dorme (ou a grande maioria) e eu estou aqui, a pensar na vida, a sonhar acordado, a escrever textos non-sense…

Mas as coisas são mesmo assim, não é? Eu já tentei de tudo um pouco, mas parece que nada resulta. Só ainda não tentei uma ou outra coisa (nada de mal, atenção), mas também não me parece que vá experimentar isso (e não, não me estou a referir a comprimidos ou substâncias menos lícitas e passíveis de me endrominarem ao ponto de cair para o lado e arrochar feito uma pedra ou um urso em hibernação). Por um lado acho que até sei o que poderia me ajudar numa situação destas…mas, pronto...não será por aí…Com alguma pena minha, mas não será por aí…

E até que o sono resolva ocupar o lugar da minha amiga Insónia, cá continuarei eu a escrever, a sonhar, a pensar, a cantar (esqueci-me de enunciar esta minha especialidade há pouco). Cá continuarei eu a tentar fazer render estas horas intermináveis, estes segundos eternos. E assim lá irão aparecer mais e mais textos, mais e mais conversas, mais e mais sonhos…

Ainda bem que não publico nem 1/5 do que escrevo. Ainda me internavam em Sobral Cid ou no Júlio de Matos, em Lisboa. Soubessem vocês o que paira nesta mente a estas horas, hehe…Paira tanta utopia, tanto sonho, tanta tolice que…ai ai…só dá para rir, mesmo…Acho que até a própria Insónia se ri disto tudo. E sei que ela gosta de me visitar. Doutra forma não se faria apresentar em meus aposentos quase todos os dias, certo?

Ao menos assim vou tendo companhia. Ao menos assim vou tendo quem me acompanhe nestas delirantes viagens, nestes meus utópicos devaneios. Valha-me antes isso…

Tuesday, March 25, 2008

Sleepless...again...


That's right: my fellow Insomnia is back... =/

Monday, March 24, 2008

Uma boa semana para todos...



Porque há textos que gostaríamos de ter sido nós a escrever, mas que isso não nos impede de nos identificar com os mesmos, aqui deixo estas palavras, descobertas por mim, hoje, na net. Dizem muito, creio eu. Espero que gostem…

“Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio.

Sem renunciares a ti mesmo, esforça-te por seres amigo de todos.

Diz a tua verdade quietamente, claramente.

Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar.

Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito.

Se te comparares com os outros, podes converter-te num homem vão e amargurado: sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior do que tu.

Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos.

Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde; pois é o tesouro da tua vida.

Sê prudente nos teus negócios, porque no mundo abundam pessoas sem escrúpulos.

Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideais formosos e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmo.

Sê tu mesmo. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínico no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva.

Aceita com serenidade o cortejo dos anos, e renuncia sem reservas aos dons da juventude.

Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas.

Mas não inventes falsos infortúnios.

Muitas vezes o medo é resultado da fadiga e da solidão.

Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigno para ti mesmo. Não és mais do que uma criatura no universo, mas não és menos que as árvores ou as estrelas: tens direito a estar aqui.

Vive em paz com Deus, seja como for que O imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da vida.

Apesar das tuas falsidades, das tuas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a Terra continua a ser bela.

Sê cuidadoso.

Luta por seres feliz.

(Inscrição datada do ano de 1692. Foi encontrada numa sepultura, na velha igreja de S. Paulo de Baltimore - hoje já não se pensa que seja esta a origem, mas assim é mais bonito...)”

Uma boa semana para todos…

A voz...



Quase sem querer, faço-me ao caminho. Sigo um qualquer rumo, indiferente, pois sinto-me sozinho. Viajo rumo ao desconhecido que me aguarda do outro lado da ponte, do outro lado da estrada. As ruas são como margens de rios em tempos de seca – é quase tão raro ver aqui gente como peregrinos ocidentais a caminho de Meca…

Rua abaixo, rua acima, percorre em mim uma qualquer ânsia de procurar encaixar tudo em rima, como se a rima fosse a solução do problema que me aflige, como se a fé dos crentes do grande Egipto se resumissem apenas a uma Esfinge. Avançam-se uns metros, percorrem-se outros mais, dos meus olhos caem lágrimas, do meu peito saem suspiros e “ais”…

Não, não sei por que assim me encontro. Não, não sei porque me encontro assim. Devia estar feliz, alegre, contente. Devia estar a dar gargalhadas mil, sem fim. Mas não, não é isso que se sucede. Não é isso que acontece. O que acontece é que…é que não percebo este meu estado. Não percebo este nó no peito, na garganta, no meu interior. Não percebo porque me sinto, novamente, atingido e abatido por esta dor…

Esta dor que se aproxima e se apresenta indolor…até se fazer sentir, até começar a doer. Esta dor que faz o que quer de mim, que me leva a ter pensamentos tão ilusórios como…como aquilo que não quero dizer…

E o caminho continua a puxar por mim. Continuo a caminhar rumo a um destino sem fim. Sigo por becos e vielas, ouço fecharem-se portas e janelas. Há gatos que saltam, que pulam os muros. Há sons nocturnos que se notam mais puros. Como o som da voz que ouço chamar. Não sei se é por mim que está a clamar. Mas isso agora também já pouco importa. Já estou especado, parado à sua porta…

Ali me encontro agora, a voz lá dentro e eu cá fora. Ouço-a a cantarolar algo. Não, afinal não, creio que declama um poema antigo, com o seu quê de fidalgo. Ouça-a agora a vibrar vibrantemente. Canta a plenos pulmões “ (…) e é amar-te assim, perdidamente (…)”. Não sei quem se esconde por detrás da parede, tão-pouco sei porque mata aquela voz a minha sede. Mas, de facto, sinto-me saciado. É como se aquela voz, que está ali dentro, estivesse aqui fora mesmo a meu lado…

Já não ouço a voz. Penso que aquele silêncio não poderia ser mais atroz. A voz calou-se e levou-me com ela. Ainda a procuro através da fechadura, do friso da porta e do vão da janela. Mas nada. Nem sinais do som que ainda agora ouvia. Espero poder voltar a ouvir-te um dia…

Procuro então ao lar regressar, esquecer este episódio sem ter que dele me lembrar. Noto que não sei onde me encontro, reparo que a voz talvez tenha sido a razão deste meu desencontro. Olho em meu redor e não reconheço nada. E a noite já vai longa, vem lá a madrugada…

Palmilhados mil caminhos, percorridos não sei quantos trilhos, aos poucos reconheço alguns vizinhos, alguns amigos e alguns dos seus filhos. E noto também que pareço estar no mesmo sítio, no mesmo local de há pouco. Estarei a ficar então insano? Ou será apenas isto mais um devaneio louco? Não sei se a isto sei responder. Não sei se sei o que isto tudo quererá dizer. Apenas sei que ouço, novamente, aquele timbre, aquela doce e suave melodia. Não quero mais que a noite se vá, pois temo que ela já cá não se encontre quando chegar o dia…

Quase sem querer, regresso ao local do qual, aparentemente, nunca saí. Retorno à casa de partida deste jogo que ando a jogar há anos: o jogo da vida. Reparo que continuo sentado. Mas também noto que a voz, a tal que julguei ter ouvido outrora algures, a voz se encontra agora a meu lado. Fala comigo, canta para mim, soletra cada sílaba e termina cada frase sem dar a ideia de fim…

A voz está aqui agora. Mas já não está a meu lado. Encontra-se agora em solo sagrado. Percorre o meu ser, o meu corpo e a minha alma. Não me enerva, mas também não me acalma. Tenta fazer-se ouvir através dos seus acordes, dos seus “trinares”, da sua reverberação. Procura apaziguar-me os ouvidos, fazendo-se ouvir pelo meu coração…

Afinal, a voz estava comigo. Afinal, a voz foi a minha viagem, foi o meu bilhete de ida, e no meu regresso serviu de passagem. De passagem para algo que julguei já não ter mais: a aura, a mística e a crença dos ancestrais. A voz foi tudo isso e muito mais. Foi, num só caminho de ida, porta aberta para mil caminhos mais. Mil caminhos, mil rumos, mil trajectos. Mil paisagens, mil sonhos e mil projectos. Mil formas diferentes de perceber que tudo na vida são vozes…e que estas são fruto…dos nossos afectos…

Sunday, March 23, 2008

Por momentos...


Melancólico…

Hoje sinto a melancolia que há muito não sentia. A melancolia que só aparece depois de escurecer, visto não saber suportar a luz do dia. Aquela que nos transporta para outras dimensões, outros lugares, outras ilusões. A tal que nos faz pensar nos que’s e porque’s de tudo e de nada, a mesma que nos estende o tapete de noite pela longa estrada da madrugada…

Não sei bem porque me sinto assim. Não sei qual a razão desta melancolia que, hoje, e por agora, parece não ter fim. Não sei quais as raízes deste estado de espírito que hoje me assola, desta súbita tristeza que, o meu coração, quase degola. Não percebo de onde vem isto que sinto. Não creio que, ao dizer isto desta forma, minto…

Apenas sei que me sinto débil, frágil, sem forças e cansado. Apenas sei que o regresso ao futuro depende de saber ligar este meu presente a um meu qualquer passado. Apenas sei que, hoje, vejo que a melancolia anda no ar. Sinto-a aqui, a pairar. Sinto que a sua presença não é maldosa, nem tão-pouco maliciosa. Mas sei que não queria me sentir assim. Não queria ter esta melancolia em mim…

O mais engraçado é que não sei porque isto escrevo. Não sei se as palavras provêm da minha prosa ou de um qualquer meu nervo. Seja ele nervo nervoso ou nervo sentimental, a verdade é que não sei…não sei mesmo…mas porque escrevo isto afinal?

Será por solidariedade? Será por compaixão ou por amizade? A verdade é que não sei se o que me sai destes neurónios têm alguma lógica, se esta será porventura alguma verdade quase matemática. A verdade é que me senti impelido a algo escrever. Não sei se para que alguém possa ler (tu, claro) ou se apenas e só para algum fantasma em mim, eu poder combater…

Espero que seja alguma destas premissas. Espero que não haja mais melancolias imprevistas. E se as houver, cá estarei. Cá estaremos para a mesma combater e dissipar, para não nos deixarmos abater ou desanimar...

Melancólico…

Agora sinto-me um pouco menos melancólico. Não sei como estará o meu olhar – presumo que bucólico. Mas sei que agora me sinto mais…não sei se será leve, mas, de facto, já não me sinto tão pesado. É como se, a partir de agora, estivesse para começar uma nova era, um novo reinado…

Um reinado num reino em que reinam a alegria, a força de vontade e a prosperidade. Um reinado em que reinam a paz, a saúde e o amor, e onde todos juntos constroem a ponte que, a todos, levará ao objectivo principal e primordial: a Felicidade…

Friday, March 21, 2008

Feliz Páscoa...


Ao Mundo, em geral, aos amigos, em particular, e às pessoas que me são mais próximas e queridas, em especial...aqui fica o meu voto de uma Santa e Feliz Páscoa para todos...

Tuesday, March 18, 2008

Nas mãos do Senhor...


Obrigado Senhor,

Por mostrares ao mundo que a Sua justiça é sábia e infalível. Por demonstrares, mesmo que por caminhos insondáveis, que vale a pena procurar levar as nossas ideias adiante. Por ouvires as preces destes que, como eu, crêem em Si e que o Têm como advogado máximo para todas as causas…

Obrigado Senhor,

Por saberes cuidar de quem merece e por os acolher em Suas mãos. Por dares sinais de que a espera não desespera, mas sim fortalece e ilumina caminhos. Por estares ao lado de quem precisa, independentemente das crenças, ideias ou ideologias. Por seres o porto seguro de quem a Si recorre, seja qual for a circunstância…

Obrigado Senhor,

Por não me deixares ir abaixo e por continuares, como sempre, a ouvir os meus pedidos e as minhas preces. Obrigado por ajudares as pessoas que creio poder ajudar, ainda que de uma forma insignificante e quase ínfima. Por todos os sinais e todas as ajudas que Tem dado a mim ou aos meus amigos. Por tudo o que sempre fez por mim e pelos meus…

Obrigado Senhor,

Por fazeres sentir que as Suas mãos são o lugar mais seguro do Universo. Por nelas abarcares tanto sem pedires nada em troca. Por estares aí, continuamente, à espera da próxima prece, do próximo pedido, da próxima conversa…

Obrigado Senhor,

Por hoje teres ajudado mais uma pessoa. Ou mais do que uma (eu sei que o Senhor sabe a que me refiro =). Por teres contribuído para a felicidade de mais este ser. Por ajudares a colocar um sorriso no seu rosto, na sua alma e no seu coração. Por ensinares que há, e haverá, sempre um “sim” a seguir a um “não”…

Obrigado Senhor,

Porque hoje também eu estou mais feliz. Não por mim, mas sim por Si e por este alguém. Estou feliz por perceber que, cada vez mais, a minha Fé não terá nunca um fim…

Obrigado Senhor,

E obrigado também a todos os Espíritos de Luz e a todos os Santos e Anjos que a Si se aliaram e se têm aliado nestas nossas questões. Obrigado por me darem a oportunidade de ser testemunha viva deste pequenos milagres, por me considerarem digno de tal sorte e de tal privilégio. Obrigado…do fundo do coração…

É por isso Senhor, que nas suas mãos tudo coloco, tudo deposito. É por isso Senhor…Porque sei que a justiça dos homens não é a Sua justiça e que essa sim, essa é a mais importante, a única que é realmente justa, mesmo que, por vezes, não saibamos compreendê-la ou interpretá-la…

E eis mais uma prova de que o Senhor existe…E que a vida segue de mãos dadas com o Criador…

O Tentante...

Quantos de nós nunca se irritou com o facto de não nos deixarem fazer o que queremos, limitando a nossas intenções e fazendo com que nos sintamos frustrados? Quantos de nós nunca desejou perceber o porquê disso acontecer quando temos vontade, ambição e ideias para dar andamento a outras ideias, projectos ou utopias?

Creio que todos nós, sem excepção, já passamos por isso. Pode até haver uma minoria que nunca tenha sido “atingida” por isto, mas certamente que ao longo da vida tal irá acontecer a essa mesma minoria. Não, não é um mal que lhes desejo. É apenas a realidade. Nua e crua…

No entanto, também creio que este facto não nos pode impedir de continuar a tentar, de envidar cada vez mais esforços em prol daquilo que julgamos certo ou correcto para as tarefas que nos propomos e a que nos propõem. Bem sei que isto parece muito fácil, que das palavras às acções, upa upa, vai um grande passo…mas há que pensar assim, há que procurar ser assim…

E isso leva-me (e espero que a vocês também) à história do “Tentante”. O Tentante era um jovem sonhador, cheio de força, de vida, de garra e de ideias. Era a genica e a vitalidade em pessoa. Era capaz de abraçar o mundo num simples olhar, de dar vida às coisas com um sorriso pueril. O Tentante ganhou a sua alcunha por estar sempre a tentar. Tudo na sua vida pareciam tentativas…

O Tentante propunha-se a fazer uma infinidade de tarefas, mas havia sempre algo ou alguém que o limitava, que o impedia de seguir em frente, de ir mais além. E cada projecto seu não passava nunca disso mesmo: uma tentativa…

Os anos foram passando e o Tentante passou a ser conhecido pela sua tenacidade e perseverança. Mas nem assim as pessoas ou a própria vida facilitavam as coisas para o jovem Tentante. Os dias passavam e as tentativas aumentavam. Bem como as quedas, as marcas, as cicatrizes. As frustrações também tendiam a aumentar, mas o Tentante quis ser bravo, quis aguentar estoicamente e lutar sempre até ao fim por tudo aquilo que sempre quis. Fossem ideias, fossem projectos, fossem utopias…

E ainda que tivesse tardado um pouco mais do que teria previsto, certo dia o Tentante lá conseguiu alcançar uma meta. E depois outra. E mais outra. E outra ainda. Aos poucos o Tentante tornou-se num concretizador. De sonhos – dos seus e dos outros. De projectos – para si e para os outros. Aos poucos o sorriso pueril e o olhar doce ganharam ainda mais beleza e mais intensidade. E todo o Universo passou a sorrir também. Como se retribuísse ao Tentante. Como se satisfizesse pela satisfação do jovem que passou anos e anos da sua vida a tentar…até conseguir…

Pouco depois disso, o Tentante desapareceu.Sem deixar rastos ou sinais que pudessem indicar o seu paradeiro. Mas antes de partir o Tentante deixou algo para todos nós. Deixou o seu exemplo. Um exemplo de esforço, de crença, de força de vontade. Um exemplo de garra, de fé e de determinação. Um exemplo de coragem e de perseverança. Afinal, e pelos vistos, “quem espera sempre alcança”…

Além disso o Tentante deixou-nos também um bilhete. Que dizia tão-somente isto: “Apesar de ter passado toda uma vida a tentar, sei que vivi mais do que aqueles que nunca tentaram ou do que aqueles que sempre alcançaram tudo sem esforço ou sem problemas. Sinto que a cada tentativa cresci em mim mesmo e que me tornei mais capaz, mais apto e mais eu mesmo. Hoje sei que certas coisas são como são porque têm mesmo que ser assim, pois se não o fossem as tentativas teriam sempre um fim. Hoje sei que a vida é feita de tentativas. No trabalho, na família, na amizade, no amor e no dia-a-dia, felizes o que são obrigados a tentar, a procurar novas alternativas, novos caminhos e novas ideias. Assim viverão sempre o melhor que puderem. Assim estarão sempre aptos para a próxima luta, para a próxima batalha. Abençoados sois agora e sereis também depois, pois, um dia, a vida encarregar-se-á de vos presentear com a concretização dos vossos projectos, ambições e sonhos. Acreditem nisso. Acreditem em mim…”

Hoje em dia o Tentante é um mito. Quase ninguém acredita que ele existiu. Pouco importa se existiu ou não, se querem que vos diga. Eu acredito que tenha existido. Não que me guie estritamente pela sua filosofia (se bem que às vezes quase que podia jurar que somos gémeos), mas sim porque acredito que Deus não dorme e que a sua sabedoria é justa e correcta…

E como tal, acredito que todos nós temos essa capacidade de ultrapassar os obstáculos diários que a vida e algumas pessoas nos colocam à frente. Às vezes nem é por mal, mas é certo que nem sempre temos pachorra para tal…Enfim, eu quero que o Tentante permaneça vivo nas nossas/vossas memórias. Na minha vai permanecendo…

E não, eu não conheço o Tentante. Mas quero que alguém conheça. Alguém que precisa de uma forçazinha extra, neste momento. Alguém que se esteja a sentir condicionado pela inércia das coisas ou das pessoas. Alguém que se sente desanimado por não o deixarem expandir as suas asas e voar rumo ao infinito. Alguém que gostava de saber o porquê de as coisas serem como são…mesmo sabendo que elas são mesmo assim. Alguém que não quer que os seus sonhos, as suas ambições e as suas ideias tenham um fim…

Por isso contei esta história. Este mito ou esta lenda. Para que alguém, acima de tudo, entenda. Entenda que as tentativas fazem parte deste e doutros caminhos. E que apesar de, às vezes, faltar humor, disposição ou ânimo, nunca nos podemos esquecer do mais importante: é que enquanto houver um Tentante, nunca estaremos sozinhos.

Nota do Autor: este texto é para todos os “alguéns” deste mundo em particular…e para um alguém em especial. Força nisso. Lembra-te que a seguir a cada madrugada há sempre uma nova e bela alvorada…E lembra-te, sempre que precisares, do Tentante…

Wednesday, March 12, 2008

Já tenho estágio...


Pois amigos, eis que uma das notícias mais aguardadas do momento (mais aguardada que esta só mesmo o resultado do teste de paternidade dum possível filho da Paris Hilton =) acaba de chegar à redacção da minha vida: já tenho estágio!!!

Para falar a verdade, soube disto ontem. Mas como estava no meu “ostracismo literário” acabei por não revelar tal facto ao mundo e àqueles que seguem a minha vida mais de perto…

Vou estagiar na minha casa, ou seja, na ESEC. Foi mais difícil do que imaginei, mas lá acabei por alcançar esta meta – terminar o meu curso ligado à minha escola…

Como é óbvio estou feliz e mais tranquilo. Sempre é menos um problema na minha vida…

Dia 1 de Abril lá começa o meu estágio. Não, não é mentira. É mesmo verdade. Será um estágio diferente, uma vez que terei que cumprir objectivos todas as semanas. Já viram isto: um estágio por objectivos? Enfim, só a mim mesmo. Mas será mais um desafio e, como devem calcular, não irei dizer “Não” a este, né?

Acho que a ESEC vai ter, finalmente, um projecto de rádio como dever ser. Assim o espero, claro…

E em Junho, findo o meu estágio…em Junho cá estarei para fazer o balanço final de uma experiência que acredito vir a ser enriquecedora. Para depois, sniff sniff…para depois terminar o curso e encerrar, de uma vez por todas, o meu capítulo ESEC…

Entretanto, e sempre que possível, irei dando notícias do meu estágio…

Acho que estou de volta...


Há mais de uma semana que não escrevo. As razões que me levaram a este “ostracismo literário” são variadas. Algumas talvez nem sejam realmente razões, mas lá acabaram por ajudar a conter os meus impulsos de pseudo-escritor. Seja como for, o ostracismo terminou hoje. Não que este dia seja mais importante que o ontem que passou ou o amanhã que há-de vir, mas creio que hoje já posso voltar a debitar alguma da minha vida neste blog. Ou aspectos da minha vida…

Às vezes também é preciso, não? Parar de escrever? Hum…se calhar, não…não sei…Só sei que nunca paro de escrever coisas. Nem que seja mentalmente, o processo parece ser contínuo, imparável. Acaba por ser interessante notar que a minha mente assemelha-se a uma máquina de escrever non-stop…E mesmo agora, num período em que adormeço por voltas das 23h30m!!!!, mesmo agora o cérebro continua a criar, a imaginar, a percorrer os caminhos insondáveis do ontem que existiu, do hoje que não existe e do amanhã que poderá ser um passado presente sem futuro…

Mas estou de volta. De volta, pelo menos por hoje. Gostaria de poder afirmar que tudo o que escrevi e criei nesta última semana irá ser publicado neste meu cantinho internético. Porquê? Isso agora…

Bem, até já, caros amigos.

Tuesday, March 04, 2008

O tolo já decidiu...


Este texto não é da minha autoria. Mas há qualquer coisa nele que me diz que devo ir…E às tantas vou mesmo…


Paulo Geraldo – “Vai…”

Para sonhar o que poucos ousaram sonhar.
Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito.
Para alcançar a estrela inalcançável.

Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela.
Sem quereres saber quão longe ela se encontra;
nem de quanta esperança necessitarás;
nem se poderás ser maior do que o teu medo.
Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida.

Para carregar sobre os ombros o peso do mundo.
Para lutar pelo bem sem descanso e sem cansaço.
Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso.
Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer, porque precisam lá de ti.
Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar.
Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar.

Para amar com pureza e castidade.
Para devolver à palavra "amigo" o seu sabor a vento e rocha.
Para ter muitos filhos nascidos também do teu corpo e - ou - muitos mais nascidos apenas do teu coração.
Para dar de novo todo o valor às palavras dos homens.
Para descobrir os caminhos que há no ventre da noite.
Para vencer o medo.

Não medirás as tuas forças.
O anjo do bem te levará consigo, sem permitir que os teus pés se magoem nas pedras.
Ele, que vigia o sono das crianças e coloca nos seus olhos uma luz pura que apetece beijar, é também guerreiro forte.
Verás a tua mão tocar rochedos grandes e fazer brotar deles água verdadeira.
Olharás para tudo com espanto.
Saberás que, sendo tu nada, és capaz de uma flor no esterco e de um archote no escuro.

Para sofrer aquilo que não sabias ser capaz de sofrer.
Para viver daquilo que mata.
Para saber as cores que existem por dentro do silêncio.
Continuarás quando os teus braços estiverem fatigados.
Olharás para as tuas cicatrizes sem tristeza.
Tu saberás que um homem pode seguir em frente apesar de tudo o que dói, e que só assim é homem.

Para gritar, mesmo calado, os verdadeiros nomes de tudo.
Para tratar como lixo as bugigangas que outros acariciam.
Para mostrar que se pode viver de luar quando se vai por um caminho que é principalmente de cor e espuma.
Levantarás do chão cada pedra das ruínas em que transformaram tudo isto.
Uma força que não é tua nos teus braços.
Beijá-las-ás e voltarás a pô-las nos seus lugares.

Para ir mais além.
Para passar cantando perto daqueles que viveram poucos anos e já envelheceram.
Para puxar por um braço, com carinho, esses que passam a tarde sentados em frente de uma cerveja.
Dirás até ao último momento: "ainda não é suficiente".
Disposto a ir às portas do abismo salvar uma flor que resvalava.
Disposto a dar tudo pelo que parece ser nada.
Disposto a ter contigo dores que são semente de alegrias talvez longe.

Para tocar o intocável.
Para haver em ti um sorriso que a morte não te possa arrancar.
Para encontrar a luz de cuja existência sempre suspeitaste.
Para alcançar a estrela inalcançável.

Nota do Autor: Assim sendo, e porque não me conheço de outra forma, irei…Parece que o tolo já decidiu...

Não é meu, mas leiam na mesma...


Há textos que, de facto, merecem a nossa atenção, a nossa leitura atenta e a nossa mais que justa apreciação. Este texto não é meu, com alguma pena minha…

Mas partilho-o alegremente com todos os que quiserem passar por este meu cantinho. Um bem-haja a todos…

RUDYARD KIPLING – “Se…”

Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu...
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê...Se vais faminto e nu,

Trilhando sem revolta um rumo solitário...
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão...

Se podes dizer bem de quem te calunia...
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)...

Se podes esperar sem fatigar a esperança...
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho...
Fazer do pensamento um arco de aliança,
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho...

Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores...
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores...

Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste...

Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio a construir de novo...

Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante...

Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre...
Se vivendo entre os reis, conservas a humildade...
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade...

Se quem conta contigo encontra mais que a conta...
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minute se espraie em séculos fecundos...

Então, ah ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!...
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.

Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem!...


(RUDYARD KIPLING - tradução de Féliz Bermudes)

Monday, March 03, 2008

Nem...


Há tempos escrevi algo que, sem saber muito bem porquê, acabei por não publicar neste blog. Hoje, e por vias de uma total, triste e desconsolada falta de ideias e de capacidade de escrita, eis que publico este poema prosaico de minha autoria. Gostaria de poder ter aqui mais qualquer coisa, mas hoje sinto-me…preso, em termos de criação literária…

“Nem de olhos fechados perco a visão,
Pois procuro ver sempre com o coração…
E que vejo eu então?
Vejo de tudo um pouco:
Vejo que às vezes me sinto um louco,
Que nem sempre estou presente
E que muitas vezes sou ausente
Por força da alegria descontente
Que apenas me quer ajudar
A não parar, a não estagnar…

Nem de mãos atadas deixo de alcançar…
Seja algo, alguém ou algures,
Alcanço sempre o meio de nenhures,
Atinjo sempre toda e qualquer meta…
E pouco importa se o caminho se fez na curva,
Na “semi-curva” ou na recta,
Pois mais importante é o que se aprendeu,
Mais importante é o que se alcançou:
Se um tudo do nada, se um nada do tudo,
Se alguém que sempre amamos
Ou se alguém que nunca nos amou…

Nem de pés atados deixo de caminhar…
Mesmo parado atrevo-me a caminhar…
Posso até nem saber o caminho,
Mas sei que nunca sigo sozinho
E que, por vezes, há algo mais do que o caminho em si,
Que há algo mais do que o caminho em mim
E também do que o caminho em si…

Nem amordaçado deixo de falar…
Até porque sei falar com a alma,
Sei que o coração pede para ter calma,
Visto que há sempre tempestade a anunciar a monção,
Há sempre aves no ar
Quando algo está mal no mar…
Mas mesmo assim falo…
Falo e recuso-me a calar
Só porque algo ou alguém resolveu ousar
E contra mim ou contra os meus atentar ou “mal-intentar”…
Aí então é que não calarei,
Não poderei consentir tal desacato
Nem aceitar tal afronta,
Pois tudo na vida deve ser anotado,
Porque tudo, para mim, conta…

Nem triste deixo de sorrir…
Nem que seja para poder disfarçar
A tristeza que me começa a consumir,
A mesma que outros não podem vislumbrar…
Não que sinta tal vontade,
Até porque para poder sorrir é suposto
Estarmos a caminho da felicidade
E não trazer nenhuma amargura estampada no rosto…

Nem sempre…
Quase nunca…
Talvez jamais…
Quiçá eternamente…
Este sou o “eu” que ninguém conhece,
Este sou o “eu” que procura resgatar
O passado cujo futuro sei ser possível neste presente,
O passado onde a imortalidade…
Se atinge através da felicidade…”

LF/WAP

Sunday, March 02, 2008

Enquanto o tolo não decide...


Como referi anteriormente, ainda não decidi o que fazer…

Estava para desligar o computador, quando, em conversa com uma pessoa sábia, descobri duas frases. Duas frases que podem ajudar…não só a mim, mas também a todos quantos um dia passaram ou venham a passar por algo semelhante ao que estou a passar nestes últimos tempos…

Assim sendo, aqui ficam as frases:

“Quem decide pode errar, quem não decide já errou.”
(Autor desconhecido)

“É melhor coxear pelo caminho do que avançar a grandes passos fora dele. Porque quem coxeia pelo caminho, embora avance devagar, aproxima-se da meta, enquanto que quem segue fora dele quanto mais corre mais se afasta.”
(Santo Agostinho)

Era uma vez um tolo...


“Era uma vez um tolo,

Tudo o que o tolo queria era ser feliz um dia. Julgou que a felicidade estava nos amigos. Mas aos poucos deu-se conta que a maioria deles só se importa com os seus próprios umbigos. Nunca imaginara que fosse tão dolorosa a dor de uma constatação desta natureza, mas, quem sabe, aprenderia para o resto da sua vida que a vida, a vida é mesmo uma dureza…

E o tolo lá prosseguiu na sua tolice. Sonhou poder ser feliz nas suas responsabilidades. Julgou poder fazer o bem por esta e outras humanidades, mas tudo o que alcançou foi o cansaço, o desespero e a desesperança. Pouco mais conseguiu do que deixar de avistar o horizonte que pouca gente viu. Ao fim e ao cabo, deixou de ter nos afazeres do dia-a-dia aquela tão intensa e desejosa alegria…

A cada porta fechada, eis que se abre uma portada. E o tolo até nisto acreditou. Acreditou que os sentimentos poderiam ser a sua salvação. Resolveu, então, dar voz ao seu coração. Resolveu arriscar e tudo dar, sem nada pedir, sem nada esperar. Julgava ser esta a melhor opção. Afinal…talvez não. Não, porque já ninguém arrisca assim. Não, porque só um tolo se permite gostar/desejar/amar, como lhe queiram chamar, coisas ou pessoas sem se preocupar com o seu próprio bem-estar…

Em nada o tolo encontrou a felicidade. E se ao longo dos caminhos percorridos, a felicidade mostrou-se e deu ares da sua graça, onde está, então, ela agora? De onde vem tanta desgraça?

O tolo, ciente disso mesmo, olhou para os céus e, com os olhos marejados de lágrimas, dirigiu-se a Deus dizendo: “Senhor, já não sei mais que faça. Sinto que o rio corre, as nuvens voam, mas a dor não passa! Por favor, Senhor, este tolo já não sabe mais o que fazer. Tenho mesmo que passar por isto para aprender a viver?”.

Ao que Deus respondeu ao tolo: “Meu filho, a vida é um acto de Fé. Não importa se caíste sozinho ou se foste empurrado – se estás nos chão, levanta-te e caminha pelo teu próprio pé. Cabe-te a ti a decisão de continuares a lutar ou não. Se desistires, poderás antecipar a tua viagem e, quiçá, o teu sofrimento. Se continuares, quem sabe um dia saberás qual o sabor da vitória, quem sabe um dia não chegará o teu momento. Se tudo dás e nada recebes, não te preocupes: o Amor, em todas as suas formas, é isso mesmo. Se tudo semeias e nada colhes, não te preocupes: um dia a Natureza irá surpreender-te. Se te doem a alma e o coração, não receies: a dor que sentes não será em vão”.

Mas o tolo só queria ser feliz. O tolo só queria vencer as amarguras da vida e viver a sua vida rindo, até que esta chegasse ao fim e ele se encontrasse como sempre desejou: sorrindo…

Era uma vez um tolo…um tolo chamado Laurindo…”

Nota do Autor: o tolo ainda não decidiu o que fazer…

De derrota em derrota...


Há quem diga que é possível ir “de derrota em derrota até à vitória final”. Será? Será que a vida se compadece com esta afirmação? Não estaremos, nós, cegos se acreditarmos nisso?

A última semana, que ainda ontem findou, trouxe-me os mais amargos dissabores dos últimos tempos. E em todos os campos da minha vida. Pode parecer impossível, mas não é. E não há culpados. Pelo menos eu não culpo ninguém. Por vezes, e pelo que me é dado a observar, a vida é mesmo assim: uma sequência amarga, uma espiral infernal de derrotas e mais derrotas…

Foi uma semana muito complicada para mim. Das piores desde que me lembro de ser um ser pensante. E após esta semana, não acredito que a vitória final esteja perto. Nem nada que se pareça. E esta conclusão não advém do pessimismo de quem tudo tem perdido nos últimos tempos. É apenas e só uma constatação…

Aos poucos, vou perdendo todas as apostas, todas as batalhas. Sinto, cada vez mais, as forças escassearem, as pernas tremerem e as ideias vacilarem. Sinto que não há vontade de procurar novas soluções para velhos problemas. Sinto que a cada golpe desferido, a vida trata de me aproximar do solo, do chão, das pedras da calçada…

São já demasiadas as derrotas. São já demasiadas as cicatrizes. São já demasiados os sofrimentos. São já demasiadas as provas da minha incompetência para alcançar esta ou aquela meta. São já demasiados os cortes, as dilacerações e as lágrimas…

Não, não creio que a vitória esteja próxima. Nem tão-pouco sei onde estará. Nem quando ou se virá. Sei apenas que procurei sempre lutar, mas que isso não bastou. Sei apenas que procurei ser respeitador, mas de nada valeu. Sei que procurei ser sempre um ser humano honesto e correcto, e quem se tramou fui eu. Sei que quis jogar sempre limpo e hoje quem se sente sujo sou eu…

Sempre desejei cair de pé, caso tivesse que perder uma batalha. Mas hoje em dia já nem isso consigo. Já não sei como cair de pé. Já não sei como cair. Já não sei como fingir e fazer com que a minha alma e o meu coração dolentes consigam rir. Já não sei mais o que fazer para uma pequena alegria poder ter…

Já não sei nada. Apenas sei que anseio pelo silêncio que anuncia a madrugada, pelo rio de lágrimas que lava o vale da minha alma. Apenas sei que desejo poder ser mais forte, só mais um bocadinho. Apenas sei que sem sorte, não posso mais prosseguir este caminho…

Não, isto não é um desabafo. É uma constatação…De derrota em derrota…já não posso mais…eu sei que não…

PS- apesar de…a 6ª feira não está incluída nesta semana…um dia explicarei…